Os Vinte Passos Para a Doutrinação em Seitas – Aplicados ao Mormonismo

Texto extraído de A Verdade SUD

Aqui serão discutidos alguns passos da doutrinação utilizada em seitas. Os 20 passos baseiam-se no livro Coercion: Why We Listen to What 'They' Say", de Douglas Rushkoff. Em itálico estarão os tópicos do livro, e logo abaixo alguns breves comentários. Esta é uma adaptação para o português, o original em inglês pode ser visto AQUI.

1- O Grande Objetivo

“Toda seita tem um objetivo, mesmo que vago ou metafórico. Esse objetivo deve servir como um "olho iluminado" na escala da pirâmide, não podendo ser atingido. Ele pode ser a "salvação" ou então qualquer coisa que o membro da seita irá desfrutar quando chegar ao topo da pirâmide.”

Então, qual é o objetivo final para os Mórmons? Nada menos do que divindade, e não a salvação. Os mórmons não falam sobre a salvação como a meta final. Eles falam de "exaltação" e "ter tudo o que Deus tem", tornando-se "os sacerdotes e reis" e com "os reinos, tronos, principados, potestades, domínios e exaltações".

A parte superior do Reino Celestial é o objetivo para os mórmons. No entanto, muito pouco se sabe sobre ela. E é certamente impossível atingir esse objetivo nesta vida. Você deve dar tudo o que tem, seu tempo, dinheiro e trabalho para a igreja a fim de que possa ser digno do mais alto Grau de Glória mórmon.

2- Um líder carismático

“Todos as seitas - sejam elas espirituais ou mundanas - tem uma figura carismática. O líder deve ser alguém cujo discurso e forma exerçam uma influência inexplicável. Nos cultos religiosos, o líder alcança seu status divino em uma de duas maneiras. A primeira é a pretensão de ser o sucessor escolhido a dedo pelo líder do passado. A segunda é com a pretensão de encarnar uma força espiritual inteiramente nova - ou ter nascido sagrado ou ter sofrido um "despertar", trauma ou ter uma fonte divina de inspiração.”

A maioria dos mórmons acha que as Autoridades Gerais são muito carismáticas. Eles são quase como celebridades, sendo adorados pelos membros onde quer que passem.

Para os mórmons o líder antes do mormonismo foi Jesus Cristo. Smith afirmou ser escolhido por Jesus Cristo e Deus para restaurar a única igreja verdadeira. Ele afirmou que Eles vieram pessoalmente a ele em um bosque, e que ele assim começou seu ministério profético.

Cada presidente da igreja, desde então, alegou ainda que Joseph Smith foi o sucessor escolhido por Jesus Cristo para restaurar o Seu evangelho nesta "dispensação". Só Joseph Smith teve o mandato divino de traduzir e restaurar o evangelho, devido à sua vocação pessoal pelo próprio Deus. Você não pode reclamar mais autoridade do que isso.

3- Doutrina Sagrada

“A maioria das seitas têm um texto sagrado ou doutrina. Muitas vezes a seita vai adotar um texto estabelecido, como a Bíblia ou o Corão. Outras usam uma doutrina revelada de forma espontânea...”

Exemplos disso são o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios, Pérola de Grande Valor, Ensign, Palestras Conferência Geral, etc.

4- Coincidência Divina

“Os membros do culto devem achar que vieram ao culto por uma espécie de privilégio divino, ou a escolha de Deus. Se os membros acreditarem que eles vieram para o culto através de um processo consciente ou racional, então eles estarão em posição de assumir a responsabilidade e crédito por sua participação. Cultos tentam evitar essa percepção, porque os membros devem ser separados do seu senso de força de vontade, a fim de ser totalmente doutrinados.”

A maioria dos conversos veem sua descoberta da igreja como uma coincidência divina de algum tipo. Missionários prosperam contando histórias de intervenções divinas a todos que querem converter.

Mas eu acho que isso é ainda mais profundo do que isso. Em vez de seguir um processo racional, siga as instruções irracionais da "Promessa de Morôni" no Livro de Mórmon. Missionários dizem às pessoas para se juntarem à igreja por causa de como elas se sentem quando oram sobre o Livro de Mórmon. Isso simplesmente não faz sentido.

Os conversos mórmons normalmente reconhecem uma intervenção divina, tanto na descoberta dos missionários, quanto na promessa de Morôni.

5- Resultados Positivos Através do Compromisso

“Enquanto a descoberta e introdução são quase sempre gratuitos, ao recém-chegado será dito que ele vai experimentar a satisfação somente quando assumir um compromisso financeiro ou equivalente. Em reuniões de vendas de um dos cultos que eu investiguei, um cheque foi igualado com o primeiro passo para uma mudança de vida, e os novos membros relataram sentir resultados no momento em que fizeram esse compromisso.”

Para os Mórmons, este compromisso se exprime sobretudo no dízimo. O dízimo é carinhosamente conhecido como "seguro contra incêndio" na Igreja Mórmon, e o bispo não vê você como um membro em boa posição, se você não for um dizimista integral.

Aqueles que não pagam o dízimo são membros de segunda classe que não recebem chamados de liderança, não podem realizar as ordenanças da igreja ou freqüentar o templo. A maioria dos mórmons acredita que algo de ruim irá acontecer com eles, caso parem de pagar o dízimo e supersticiosamente atribuem as experiências de boa sorte para o seu pagamento de dízimo. O que se segue são os cartões de recomendação para o templo, que para muitos mórmons, é um símbolo de sua dignidade e auto-estima.

 6- Medidas Extraordinárias

“Uma vez que os novos membros tenham feito a sua entrega inicial ou contribuição para o culto, eles são convidados a fazer algo que contradiz o seu julgamento. O importante é que o ato seja contra o sentido dos novos membros da adequação interna. Os membros devem se acostumar a agir contra seus próprios valores.”
Os maiores exemplos disso são encontrados no templo. Tudo, desde roupas a apertos de mão secretos, vai contra o que a maioria das pessoas consideraria comum. A experiência de missionário de tempo integral também é cheia de comportamentos exigidos que vão contra o sentido de adequação interna de muitas pessoas. 
 
Uma das características de todas as seitas destrutivas são seus bizarros ritos de passagem, que o Mormonismo tem de sobra.

7- Cumplicidade Entre os Membros

“Uma vez que uma medida extraordinária é tomada, os membros são recompensados com a cumplicidade. Para sair do culto, após este ato de cumplicidade, um membro confundirá a totalidade das práticas do culto, como se fossem seus próprios.”

Isso remonta ao que acontece com as pessoas no templo. Depois de aceitar o vestuário para a vida, fazer juramentos de lealdade e de aprendizagem dos apertos de mão secretos, os membros são, então, recompensados com a inclusão no clube do templo e os privilégios que os inclui. Ser um membro de carteirinha do templo é um grande sinal de cumplicidade.

Além do templo, as posições de liderança da igreja também funcionam desta forma.

8- O Ciclo de Quebra do “Eu”

“Depois de extrair medidas extraordinárias de cumplicidade, as façanhas de culto e a disciplina espiritual comumente demandam atos mais difíceis de fé dos seus seguidores. Às vezes, estes pedidos parecem ser em beneficio do culto - os membros são instruídos a doar grandes somas de dinheiro ou contribuir muito tempo e trabalho para o culto. Assim como, muitas vezes, no entanto, essas solicitações serão completamente arbitrárias. Por intercalar solicitações reais com estas instruções de forma aleatória e bizarra, o culto pode evitar o aparecimento da auto-estima. Ele também pode paralisar a capacidade dos seguidores de pensar e questionar por si mesmos.”

Olhe para isso de uma perspectiva de converso. A maioria deles não sabe sobre a totalidade das responsabilidades e deveres dos membros antes de se juntar à igreja. Para muitos é um choque saber quanto tempo a igreja exige deles. As de reuniões da igreja, o ensino do lar, o trabalho de genealogia e o serviço missionário exigem muito dos membros.

Para as pessoas que não nasceram na igreja, o mormonismo é muito exigente no que diz respeito ao tempo e restrições sobre o comportamento. E isso fica ainda pior quanto mais você se esforça para ser um "mórmon".

Comparado aos mórmons do século XIX, a Igreja exige menos. Mas, comparando a uma vida normal, a Igreja exige mais das pessoas e isso só piora à medida que se sobe na hierarquia da igreja, tal como em outras seitas destrutivas.

9- Confusão e Transferência

“Ao alternar demandas de interesse próprio e aleatório, o culto traz seus seguidores a um estado de grande confusão - que não tem certeza de como agradar ao culto. Às vezes os líderes irão premiar os membros que não cumprirem as ordens, e punir aqueles que completá-las com sucesso. A CIA sugere o uso de recompensas e castigos de forma aleatória, para regredir os sujeitos a uma dependência infantil. Da mesma forma, o membro da seita confundido acabará por regredir a um estado infantil e as transferências de autoridade parental irão para os líderes do culto.”

Confusão e Transferência é toda a redução da pessoa à dependência infantil na igreja através da confusão. Em nenhum lugar isso é mais óbvio do que na obsessão Mórmon com "a sintonia do espírito" que leva a todos os tipos de confusões pessoais. Olhe para as pessoas na igreja, você sabe que, ao seguir o espírito, eles serão adultos com uma mentalidade infantil.

Títulos como "Presidente", "Bispo", e "Apóstolo" implicam que essas pessoas são as figuras de autoridade que devem ser obedecidas. Os que realmente creem no mormonismo aceitam que as pessoas com esses títulos estão em mais "em sintonia com o espírito", e quando em um estado de confusão pessoal, irão agarrar-se a sua liderança.

Para os crentes, o Bispo é o "pai" da ala e merece o mesmo respeito e obediência, como se ele fosse seu pai - apesar do fato de que o Bispo é realmente apenas um membro leigo, sem qualquer instrução real ou sabedoria extra. O sistema de igreja inteira é humilhante para os adultos e reduz os fiéis a dependência e não a independência.

10- Comportamento Pré-Estabelecido

“Como qualquer vítima de regressão induzida e transferência, uma vez que sua capacidade de tomar decisões forem suspensas, os membros da seita olharão para os seus dirigentes por orientação sobre como se comportar. Ansiarão por direção sobre o que pensar, fazer e acreditar.”

Por que a igreja tem a Escola Dominical, o Sacerdócio, a Conferência Geral, Conferência da Estaca, Liderança, Benção Patriarcal, Seminário, Instituto, Escrituras, revistas, etc. se não para tornar públicas as instruções sobre como os membros devem pensar, fazer e acreditar?

O mormonismo é cerca de 90% de instruções sobre o comportamento e crenças. Os outros 10% estão no testemunho, que é a modelagem do pensamento e das ações do adepto.

Em que lição a igreja não diz abertamente como pensar, agir e / ou acreditar? Isso é o que o mormonismo é! Não se trata de "encontrar seu próprio caminho" ou "descobrir o seu verdadeiro eu." É sobre a obediência. Todos os mórmons bem sabem que a obediência é a primeira lei dos céus.

11- A Meta da Inclusão

“Uma vez que a transferência tenha sido alcançada se torna muito mais tangível estabelecer uma relação com os líderes do culto e a aceitação no culto. Os membros da seita tornam-se, com efeito, os irmãos que competem para a aprovação dos pais. O resultado é um psicodrama prolongado que capitaliza sobre as questões pendentes de origens dos membros da própria família. Os líderes do culto orquestram batalhas emocionais, colocando os membros uns contra os outros querendo uma "relação especial" com os líderes.”

Porque os Mórmons são reduzidos a um estado infantil, tornam-se obcecados com a aceitação, trazendo alguns de seus efeitos colaterias: julgamento e fofocas. Os mórmons são obcecados com a aceitação e o que está sendo definido pelo grupo. Uma maneira de ganhar a aceitação do grupo é por lealdade e obediência inquestionável. Outras formas incluem a colocação de uma elaborada fachada de perfeição - a imagem de Mórmon. Outra é a fofoca para derrubar os outros, porque isso faz você se sentir melhor (temporariamente).

Qualquer um que passou algum tempo com os mórmons reconhece que este é um problema real no mormonismo. Mas os membros não são realmente os culpados, porque é o sistema mórmon que faz isso com as pessoas. O culto foi projetado para tornar as pessoas assim.

12- Nunca Demonstre Incerteza Para Aqueles Abaixo de Você na Hierarquia da Seita

“...no momento em que a pessoa pertence a seita, ela é obrigada a manter a ilusão de coesão e perfeição.”

Desde que o status e a proximidade com os líderes da seita estão direcionados com quantos membros existem abaixo de você na hierarquia, você deve fazer um grande esforço para recrutar novos membros. Quando os membros da seita recrutam novos membros, eles podem até mesmo subir hierarquicamente.

Para recrutar novas pessoas é necessário que você passe segurança aos pesquisadores, nunca expressando qualquer dúvida ou descontentamento com a seita. Ainda mais, expressar dúvidas para um recém-converso é considerado um ato de heresia. Na verdade, a posição do membro na hierarquia da seita é definida por sua capacidade de dirimir as dúvidas daqueles abaixo dele, sem que ele mesmo venha a questionar qualquer coisa.

A dúvida aqui é definida como incerteza no que afirma a seita e/ou seus líderes. De um líder é esperado a certeza completa sobre todos os pontos-chave da doutrina. Quando foi que um líder expressou alguma dúvida a respeito de Joseph Smith ou sobre o Livro de Abraão? Líderes nunca expressam suas dúvidas sobre o que a igreja clama ser verdade.

E, na realidade, mesmo que um membro chegue a questionar alguma “verdade” da seita, ele não representará nenhuma ameaça, pois os líderes rapidamente dizem que o que o membro está cheio de orgulho, ou está quebrando os mandamentos, ou talvez esteja possesso pelo demônio. Na verdade, declarações de dúvida por membros, quando rebatidas por líderes, apenas reforçam a autoridade da seita e de seus líderes.

13- Nunca Demonstre Incerteza Para Aqueles Acima de Você na Hierarquia da Seita

“Qualquer expressão de dúvida é, sobretudo, considerada um crime contra a seita. Os líderes estarão a espera dos questionadores para lhes dizer que o problema não é com a seita, mas com eles mesmos. O problema vem do questionador, jamais haverá outra alternativa. Você deve guardar suas dúvidas e jamais tentar difundi-las.”

Se você informar o seu Bispo ou o Presidente da Estaca que você não acredita em Joseph Smith ou no Livro de Mórmon, você pode dar adeus a sua recomendação para o templo. Como uma instituição - e não apenas uma cultura - o mormonismo pune a dúvida e a descrença na sua verdade e afirma sua autoridade com represálias aos questionadores

Sinceramente, questionar e pensar não trará nenhum benefício dentro do mormonismo. Nenhum Bispo ou membro da família irá levar a sério qualquer um de seus questionamentos. Isso é sistêmico, não cultural, e reafirma o mormonismo como uma seita destrutiva, lado a lado com as Testemunhas de Jeová e a Cientologia.

14- A Seita Precede Todos os Outros Compromissos

“Uma por uma, cada conexão com o mundo real deve ser reinterpretada como "anexas" que precisam ser reduzidas ou canceladas. A religião original membro, trabalho, amigos, cônjuge e filhos são menos importantes que a sua relação com a seita e seus líderes. Os membros não devem ganhar o reforço positivo de qualquer coisa ou qualquer um fora do culto. Vínculos familiares e sociais são reinterpretados como distrações dos valores mais elevados que o membro está adotando. Toda a associação com o mundo real entra em conflito com o próprio compromisso com a meta mais elevada...”

Isto é verdade para muitos membros da igreja, especialmente aqueles que servem em tempo integral em missões e líderes locais que sentem que não podem recusar um chamado.

Uma das grandes mentiras do mormonismo é a de que ele é extraordinariamente "familiar". A maioria dos mórmons compra esse mito porque a Igreja salienta muito essa imagem. Mas há pouca substância por trás disso.

Um dos principais propósitos do Mormonismo é fazer com que as famílias virem mini-seitas que reforçam os objetivos da seita maior. Mas são as famílias Mórmons realmente muito mais saudáveis do que as famílias fora da igreja?

A igreja realmente sustenta a família nas suas necessidades, ou ela simplesmente impõe sua vontade sobre as famílias?

As respostas a estas perguntas podem ser encontradas na prática do mundo real do mormonismo, não na retórica.

Veja o que a Igreja faz quando um membro da família se recusa a seguir os dogmas da igreja. A igreja ajuda a família ou adiciona sofrimento?

As famílias têm mais ou menos tempo juntos depois de se filiarem a ela?

As famílias têm mais ou menos dinheiro para si depois de se unir à igreja?

As famílias verdadeiramente aceitam uns aos outros mais ou menos depois de se unirem à igreja?
As famílias demonstram mais ou menos tolerância para com os membros da família não-membros após a adesão da igreja?

As crianças aceitam pais não-membros, mais ou menos depois de entrar na igreja?

Há mais ou menos respeito e apreciação por membros do sexo feminino de uma família depois que eles se unem à igreja?

A família se torna mais ou menos preocupada com o que os vizinhos pensam dela depois de terem se unido à igreja?

Um olhar honesto sobre o mormonismo, na prática, revela que as famílias estão melhor sem o mormonismo. Isso é claro, a menos que você tenha comprado a ilusão do "Reino Celestial". Então você está disposto a sacrificar a família, tempo, dinheiro e amor, a fim de alcançar a meta inatingível da seita.

15- Nunca Recuse Um Pedido

“Um membro não pode recusar um pedido feito por um líder da seita, ou em nome da seita. Fazer isso é colocar algum valor secundário a frente dos objetivos do grupo...”

Os membros até podem recusar um chamado na igreja, mas isso acarreta em sua estatização na hierarquia, e ainda são mal vistos pelos líderes que o convidaram a realizar a tarefa.

Em igrejas não-seita todos reconhecem que a igreja é uma organização voluntária, não havendo qualquer consequência séria se você recusar um pedido ou convite.

Mas na seita mórmon, isso não se resume a trabalho voluntário, pois é um “chamado do Senhor”. Existe uma pressão enorme para que as pessoas aceitem seus chamados como divinamente inspirados, seja eles quais forem.

Se você não acredita nisso pergunte a um jovem de 19 anos se ele sofre alguma pressão. Ou talvez pergunte a um jovem de 20 anos como ele se sente, e se não está sendo tratado como um membro de segunda classe por ainda não ter saído em missão.

No mormonismo os julgamentos pessoais não contam, pois você deve fazer exatamente o que seus líderes dizem, ou então enfrentar as consequências de sua desobediência.

16- Alguns Pedidos Não Podem Ser Contestados

“Um membro da seita que tenha feito um pedido de forma inadequada ou egoísta será desafiado. Por outro lado, os membros que estão na posição favorável de liderança podem conseguir quase tudo daqueles que estão abaixo dele.”

Igrejas de verdade tem uma obrigação moral e ética com seus membros. Mas se você estiver numa igreja que afirma não dever nada a seus membros, então você está em um culto destrutivo.

A igreja e os líderes obtém tudo de seus membros, desde dinheiro até trabalho voluntário. E, mesmo assim, não divulga seus dados financeiros ou sua história verdadeira. No mormonismo a igreja não deve nada aos membros, pois os membros é que teoricamente se “beneficiam” com a igreja. Com certeza todos já ouviram dizer que quando um membro saí da igreja quem “perde” alguma coisa é somente o membro.

Pedidos vindos da igreja ou da liderança nunca poderão ser contestados. A obediência é a primeira lei dos céus.

17- Nunca Culpar os Líderes Por Seus Atos

“Os líderes da seita são isentos de qualquer responsabilidade. Para reivindicar, por exemplo, que "Eu me divorciei de minha esposa, porque o líder me disse" é recusar-se a tomar a responsabilidade por suas próprias ações. Embora um líder de seita possa ter "mostrado o caminho", para o membro se divorciar de sua esposa, porque é a "coisa certa a fazer." Usar seu líder como desculpa é só mais uma maneira de fugir das suas responsabilidades.”

Quando foi que algum líder da igreja levantou e tomou a responsabilidade por seus erros?

Na igreja é comum ouvirmos que “a igreja é perfeita, mas os membros não”, ou seja, se alguma coisa deu errado ou está errada, a culpa é total e completamente sua. O sistema é perfeito.

18- Agir Automaticamente

“Os membros da seita devem agir automaticamente em consonância com a vontade de seus líderes, não é preciso pensar, seus líderes chamados por Deus já fizeram isso por você. O condicionamento, confusão e medo que os membros estão sujeitos resultam em um conjunto de novos comportamentos que tomam o lugar do que normalmente poderia ser chamado de intuição ou instinto. Uma vez alcançado, esse comportamento automático é um alívio bem-vindo ao constante questionamento de suas próprias ações.”

“Escolha o Certo!”, “Siga o Profeta!”, “Guarde os Mandamentos!”, “A Primeira Lei dos Céus é a Obediência!”. Os ensinamentos mórmon não se baseiam nisso? Como alguém pode escutar essas coisas e não pensar na morte do pensamento crítico? Apenas faça, questionar é errado!

19- Testemunhar e Aceitar as Falhas dos Líderes

“Uma vez que sobem na hierarquia da seita, os membros tem acesso às ações mais obscuras de seus líderes. Mas os membros devem chegar a um acordo sobre qual imagem passarão adiante de seus líderes e de seu comportamento abusivo...”

Missionários mórmons experimentam isso de uma forma muito intensa. Quando chegam no campo missionário, os que realmente creem, esperam nada menos do que um profeta os guiando na presidência da missão.

Mas aqueles que acabam por trabalhar no escritório da missão acabam conhecendo o outro lado do presidente, e, mesmo assim, passam a imagem de um homem perfeito a caminho da deificação! Isso é comum também nas Alas e Estacas.

20- Os Líderes São Perfeitos

“A fase final do culto é doutrinação para aceitar aos líderes como o centro perfeito do universo, a partir da qual tudo deriva. O membro da seita "plenamente desenvolvida", portanto, compreende toda a dor e o sofrimento. O líder é a única porta de entrada para Deus e para o universo...”

Quando os líderes do culto tiverem alcançado tal estatura nas mentes de seus seguidores, o líder pode pedir para fazer alguma coisa, mesmo que se suicidem. Eles já foram treinados para ir contra seus próprios instintos. Contrariando uma tendência natural em direção à auto-preservação. Como os membros passam a olhar de uma forma desapegada a sua própria vida, o suicídio surge como o último ato de devoção.

Este é um aspecto de seitas destrutivas que atualmente não existe na prática mórmon. Também não penso que os atuais líderes da Igreja chegaram a este estado nas mentes dos membros fiéis. Um mórmon cometeria suicídio unicamente na ordem do bispo, presidente da estaca ou profeta?

Com certeza, o dogma ainda existe na investidura do templo, quando os membros fazem a promessa de "sacrificar tudo o que [eles] têm, até mesmo a [sua] própria vida se necessário, para sustentar e defender o Reino de Deus." Mas esta cláusula não é atualmente exercida pelos líderes da igreja.

Hoje, a Igreja Mórmon goza dos benefícios dos primeiros 19 passos de doutrinação de uma seita destrutiva. Se alguma vez precisar recorrer ao número 20, certamente o mormonismo estará fora de controle.