Brigham Young é certamente um dos mais controversos presidentes da igreja. Ele ensinou muitas doutrinas estranhas e o número de suas esposas ainda é motivo de grandes discussões.
Entre as doutrinas pregadas é notória a conhecida como Derramamento de Sangue em Benefício Próprio ou Expiação Individual com Sangue. Ela foi inicialmente proposta por Joseph, mas a Brigham coube colocá-la em prática.
Segundo esta doutrina, o sacrifício de Cristo poderia apenas remover certos pecados. Cristo sofreu e expiou apenas até um determinado limite, passada a linha delimitante a própria pessoa deveria sangrar até a morte, para que assim Deus em sua misericórdia pudesse perdoá-la.
A doutrina foi escrita no Journal of Discourses, onde os extensos sermões de Brigham eram registrados. Lê-se o seguinte no volume IV pág 219-20:
"Suponhamos que ele (nosso vizinho) seja apanhado em um erro grave, que tenha cometido um pecado o qual ele sabe que o privará daquela exaltação almejada e que ele não pode alcançá-la sem o derramamento do próprio sangue, e também sabe que, tendo o seu sangue derramado, ele expiará aquele pecado e será salvo e exaltado como os deuses. Não haverá nenhum homem ou mulher nesta casa (o Tabernáculo de Salt Lake City) que não diria:
" ‘derramai meu sangue a fim de que eu possa ser salvo e exaltado com os deuses’?
"Isso seria amar a si próprio, inclusive visando uma exaltação eterna. Amaríeis da mesma forma a vossos irmãos e irmãs, quando eles tiverem cometido um pecado que não pode ser expiado sem o derramamento de seu sangue? Amaríeis aquele homem ou mulher o bastante para derramar o sangue dele ou dela? …"
Nesse discurso Brigham Young incita as pessoas a praticarem essa doutrina caso saibam que alguma pessoa cometeu um pecado grave. A execução desta doutrina demandaria uma grande quantidade de amor ao próximo, evitando assim com que ele perdesse sua exaltação.
Mas quais pecados podem ser considerados como graves o suficiente para que possa haver o derramamento de sangue?
1- Assassinato:
“Eu respondi que me opunha ao enforcamento, mesmo se um homem matasse a outro homem. Eu atiraria nele ou lhe cortaria a cabeça, derramaria seu sangue sobre a terra, e deixaria a fumaça de lá ascender até Deus.” (History of the Church, vol. 5, p. 296)
2- Roubo:
“Se quereis saber o que fazer com um ladrão que encontrardes roubando, eu digo: matai-o no local e jamais sofrereis o fato de ele cometer outra iniquidade... Eu consideraria que é meu dever fazer isso (matar o ladrão) da mesma forma como considero minha tarefa batizar um homem para remissão de seus pecados.” (Brigham Young, Journal of Discourses, vol. I, p. 108, 09).
3- Casamentos de Brancos com Negros:
“Devo dizer-vos qual é a lei de Deus com relação à raça africana? Se o homem branco que pertence à semente escolhida misturar seu sangue com a semente de Caim (negros), a penalidade, sob a lei de Deus, é a morte no local.” (Brigham Young, Journal of Discourses, vol. X, p. 110).
Utah na época de Brigham era uma terra sem lei, portanto é difícil saber a abrangência dessa prática. Nada poderia intervir na vontade do profeta. Ele estava acima da “Lei dos Homens”.
Bruce R. McConkie, por exemplo, em seu famoso e controverso “Mormon Doctrine” ensina o seguinte sobre a Expiação com Sangue:
“Mas sob certas circunstâncias, há alguns pecados sérios para os quais s purificação de Cristo não opera, e a lei de Deus é que esses homens devem então ter o seu próprio sangue derramado em expiação por seus pecados. Assassínio, por exemplo, é um desses pecados” (Mormon Doctrine, p. 92).
Por fim lemos na p. 93 da obra citada, que,
“Esta doutrina somente pode ser praticada em sua totalidade no dia em que as leis civis e eclesiásticas forem administradas pelas mesmas mãos."
Ocorre que as leis civis e eclesiásticas eram administradas pelas mesmas mãos por Brigham Young, governador de Utah, que, na ocasião, pertencia ao México. Mais tarde o território de Utah foi incorporado à Federação Americana e aí sim foram suspensas as execuções que eram feitas por uma classe de homens chamados de Anjos Destruidores ou “Danitas”- a polícia secreta da liderança mórmon.
Ainda é interessante notar o que Joseph Fielding Smith disse certa vez sobre a aplicação da doutrina (que mais tarde seria compilado com outros sermões seus por seu genro Bruce R. McConkie, tornando-se parte do quase canonizado “Doutrinas de Salvação”):
“Utah incorporou nas leis do Território provisões para a pena capital daqueles que voluntariamente derramaram o sangue de outros homens. Esta lei, que agora é lei do Estado, concede ao homicida condenado o privilégio de escolher para si próprio se prefere morrer por enforcamento, ou se será morto a tiros, e dessa forma ter seu sangue derramado em harmonia com a lei de Deus; e dessa forma expiar, até onde estiver em seu poder expiar, pela morte de sua vítima. Quase sem exceção, a parte condenada escolhe essa última morte.” (Doutrinas de Salvação, vol. I, p.148)
TEORIA OU FATOS?
Os mórmons costumam afirmar que embora continuem ensinando a expiação pelo derramamento do próprio sangue nunca chegaram ao ponto de levar à morte pessoas que eventualmente tenham cometidos tais pecados. É o que lemos em fontes mórmons. Isso é dito da seguinte maneira:
“Pessoas ímpias e mal-intencionadas maquinaram histórias falsas e caluniosas, no sentido de que a Igreja, nos primeiros dias desta dispensação, envolveu-se numa prática de expiação de sangue na qual o sangue de apóstatas e de outros era derramado pela Igreja como expiação por seus pecados. Essas afirmações são falsas e os que lhas deram origem sabiam que eram falsas. Não há nenhum exemplo histórico da assim chamada expiação de sangue nesta dispensação, nem houve evento ou ocorrência de qualquer tipo, de qualquer natureza, do qual a menor inferência possa surgir de que qualquer prática semelhante tenha existido ou tenha sido ensinada.” (Mormon Doctrine, p. 92, Bruce McConkie, segunda edição, Bookcraft, Salt Lake City, UTAH, 1979, em inglês).
VERDADE OU MENTIRA?
Os mórmons costumam afirmar que embora continuem ensinando a expiação pelo derramamento do próprio sangue nunca chegaram ao ponto de levar à morte pessoas que eventualmente tenham cometidos tais pecados. É o que lemos em fontes mórmons. Isso é dito da seguinte maneira:
“Pessoas ímpias e mal-intencionadas maquinaram histórias falsas e caluniosas, no sentido de que a Igreja, nos primeiros dias desta dispensação, envolveu-se numa prática de expiação de sangue na qual o sangue de apóstatas e de outros era derramado pela Igreja como expiação por seus pecados. Essas afirmações são falsas e os que lhas deram origem sabiam que eram falsas. Não há nenhum exemplo histórico da assim chamada expiação de sangue nesta dispensação, nem houve evento ou ocorrência de qualquer tipo, de qualquer natureza, do qual a menor inferência possa surgir de que qualquer prática semelhante tenha existido ou tenha sido ensinada.” (Mormon Doctrine, p. 92, Bruce McConkie, segunda edição, Bookcraft, Salt Lake City, UTAH, 1979, em inglês).
VERDADE OU MENTIRA?
Basta lermos os pronunciamentos acima e saberemos.
A doutrina era praticada muitas vezes secretamente. A verdade é que nunca teremos certeza sobre esse assunto, já que quem controla os documentos, processos, registros históricos e quase tudo em Utah é a igreja SUD.
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Notas:
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Notas:
Holocausto Mórmon.
ResponderExcluirAinda bem que isso não é praticado hoje pq há tantos casos de infidelidade dentro da Igreja Mórmon que muitos teriam que derramar seu sangue.
Que doutrina deplorável!
E Brigham Young para mim é o mais controverso de todos pois disse que esperava a morte para se curvar diante de Jesus e de JOSEPH SMITH.
Que horror!
Muito boa matéria, investigadora...
ResponderExcluirParabéns!
Olá investigadora.
ResponderExcluirNão tenho nenhum comentário a fazer. Apenas este:
PARABÉNS PELO TEU TRABALHO!
Obrigada.
ResponderExcluirAinda há muito o que ser traduzido sobre esse assunto. Em breve o farei.
Abs à todos
Investigadora: Seus escritos são muito legais, pois mostra a verdade sem rodeios, sem enganação. Os mórmons, por sua vez, estão cada vez mais cercados pelos fatos e verdades do passado reveladas em seu blog. Não há como contestar, pois são os próprios escritos deles mesmos, seria como negar o sol brilhando. Eles (mórmons) tentam a todo custo esconder as doutrinas nefastas do passado (como essa doutrina do derramamento de sangue), tentam ensinar o BE-A-BÁ ao povinho mórmon, tirando de circulação os livros clássicos doutrinários do mormonismo: Mormon Doctrine, Doutrinas de Salvação (3 volumes), Discursos de B. Young e outros. Livros que mostram as mentiras, os erros do mórmons, eles tiram fora de circulação e procuram apenas ensinar e divulgar ao povinho mórmon a fé, o arrependimento e batismo, nada mais que isso. O passado mórmon é nojento, racista e altamente discriminatório, com lendas, estorinhas, mitos, tabús, etc. Pessoas conscientes como você investigadora, estão de parabéns, pois considero esse blog o mais completo em língua portuguesa que trata dos mórmons e suas doutrinas enganosas. Parabéns mesmo pela sua brilhante iniciativa. Todo dia leio seu blog e aprendo alguma coisa útil e agradeço a Deus pelas informações e pelo sempre a Ele que livre as pessoas sinceras das garras afiadas dos mórmons, que não passa de uma empresa multinacional ávidos por lucros com um pseudo manto de religiosidade.
ResponderExcluirObrigada, Mário
ResponderExcluirFaço isso de coração, apenas para informar aqueles que realmente buscam a verdade.
E confesso que nunca aprendi tanto sobre a igreja, e fico cada vez mais abismada com os absurdos que leio. Por isso creio que o mínimo que posso fazer é compartilhar tudo isso com vocês.
Abs
Investigadora: relendo sobre esse assunto (expiação pelo sangue) observei que os mórmons são extremamente racistas e xenófobos, principalmente os gringos que tem preconceitos contra nosso povo brasileiro que é multi-racial, e agora ficam pregando que tudo isso acabou desde 1978 com a liberação do sacerdócio aos negros. A seita mórmon é falsa e esse blog divulga essas verdades. Os lideres mormons foram racistas e preconceituosos.
ResponderExcluirMÁrio
ResponderExcluirEles AINDA são xenófobos e preconceituosos. Veja o post onde escolheram dois anglo-saxões para fazerem parte dos Doze. E um deles, alemão, foi escolhido por ser branco, mas não por ser de um país onde a igreja tem uma quantidade significativa de membros.
Absurdos como esse continuam acontecendo, meu caro, e nào mudarão. A liderança da igreja é composta de brancos de olhos azuis.
Quando falam de negros ou latinos, falam do segundo, terceiro quórum dos setenta, ou menos. E é o máximo onde chegarão.
Se você quiser ver mais sobre isso:
http://investigacoessud.blogspot.com/2011/05/igreja-sud-ordena-dois-novos-apostolos.html
Abs