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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

POLIGAMIA 06 - a ilegalidade - parte 2

PRÉVIO           
A ILEGALIDADE DA POLIGAMIA 
parte 2

Texto traduzido e adaptado de Mormonism research Ministry

Contrariamente ao que afirmam hoje, os primeiros SUDs aparentemente não estavam interessados em respeitarem as leis da terra. Isto é, até o final de 1800, quando a criação de um Estado tornou-se um grave problema para os moradores do território de Utah.

Esses fatos historicamente comprováveis mostram o erro das seguintes afirmações:

- Os líderes da igreja, até mesmo os primeiros, sempre estiveram comprometidos a obedecer as leis terrenas.

- Naquela época, o governo dos Estados Unidos não tinha nenhuma lei contra a poligamia,

Convenientemente, os ensinamentos dos primeiros líderes SUD são ignorados: de que a poligamia jamais seria revogada por Deus uma vez que ela é essencial para a exaltação no Reino Celestial.

Wilford Woodruff, de fato, disse aos santos em 1881 que se eles abandonassem a poligamia, eles também teriam que desistir de revelações, profetas, apóstolos, das ordenanças do templo, e da própria igreja. [1]

Woodruff adicionalmente falou:

"O que faremos nestas circunstâncias? Deus diz: ‘nós seremos condenados se não obedecermos a lei [de Abraão]. O Congresso diz ‘nós seremos condenados se o fizermos’... Agora, a quem devemos obedecer? A Deus ou ao homem? Minha voz é de obedecer a Deus". [2]

E em 1884, em uma Conferência Geral da igreja SUD, George Q. Cannon declarou que qualquer apelo para uma nova revelação "para deixar a poligamia de lado" seria um "pensamento vão", porque tal revelação seria inútil "a menos que, de fato, as pessoas devam apostatar."[3]

A igreja SUD está preparada para dizer que ela agora encontra-se em um estado de apostasia? Se não, então os líderes SUD antes de 1890 estavam errados em alguns pontos em relação à poligamia. Provavelmente, o maior erro deles foi começar a poligamia. Eles são o tipo de profetas alguém gostaria de seguir?

A seguir, vários exemplos de atitudes fora-da-lei dos SUDs em relação à poligamia:

1832/33: aos vinte e sete anos de idade, Joseph Smith ilegalmente tomou uma segunda esposa de dezesseis anos, Fanny Alger, em clara violação às leis de Illinois contra a bigamia e o adultério.

1835: Fanny muda-se para a casa de Joseph como sua serva, filha adotiva - e mulher secreta. Além disso, ao contrário das práticas privadas do próprio Joseph, Doutrina e Convênios de 1835 é publicada e falsamente declara:

"Na medida em que esta Igreja de Cristo tem sido censurada pelo crime de prostituição e de poligamia, nós declaramos que acreditamos que um homem deve ter uma esposa, e uma mulher apenas um marido, exceto no caso de morte, quando qualquer um está em liberdade para se casar novamente." [4]

1835: Smith (enquanto em Ohio) começa a realizar casamentos ilegais. Por exemplo, quando um dos seus fiéis discípulos – o viúvo Newel Knight- queria se casar, Joseph viola lei de Ohio em 23 de novembro de 1835 ao casar Knight com a não divorciada Lydia G. Baily [5]. D. Michael Quinn observa:

"Além do caráter bígamo deste casamento, Smith não tinha licença para realizar casamentos em Ohio." [6]

Para justificar a união, Smith usou sua teologia, dizendo:

"Eu o fiz pela autoridade do santo sacerdócio e a lei gentia não tem poder para me chamar a prestar contas para ela. É meu privilégio religioso". [7]

1838/39: Smith ilegalmente toma sua terceira esposa, Lucinda Pendleton.

1841: Smith ilegalmente toma mais três esposas, ou seja, Louisa Beaman, Zina Diantha Huntington e Prescendia Lathrop Huntington Buell (enquanto ela ainda era casada com Norman Buell). [8]

Smith provavelmente também se "casa" com Clarissa Reed Hancock, a esposa de Levi Hancock, enquanto seu marido legal está em uma missão.[9]

1843: Smith recebe a revelação sobre o casamento plural, embora esta seja mantida em segredo por quase dez anos, e partilhada apenas com um seleto grupo de seu círculo íntimo. Ele toma ilegalmente outra esposa de 19 anos, Emily Partridge, em 4 de março de 1843. Quatro dias depois, ele toma ilegalmente a irmã de Emily, Eliza, como esposa.

Porém,  uma semana depois, a publicação de Smith no Times and Seasons, afirma a seguinte mentira sobre a poligamia na igreja:

"Nós somos acusados de defender a pluralidade de esposas ... Esta é tão falsa como muitas outras acusações ridículas que são feitas contra nós. Nenhuma seita tem um maior respeito pelas leis do matrimónio ou dos direitos de propriedade privada, e nós fazemos o que os outros não, [praticamos] aquilo que pregamos." [10]

1843-1844: Smith não só continua a realizar cerimônias ilegais de casamento sem uma licença, mas o faz para os participantes sem a devida permissão civil, dando-lhes permissão para contrair matrimônio. Isso se tornou uma prática comum, já que "Kirtland estava cheia de convertidos que haviam deixado para trás os cônjuges que não puderam ser convencidos a aderir à igreja".

Em vez de obterem licenças pelo Estado, os casais recebiam certidões de casamento de Smith, que estavam "de acordo com as normas e regulamentos da Igreja dos Santos dos Últimos Dias." [11]

Por outro lado, Smith e outros altos dirigentes SUDs continuaram a adquirir ilegalmente várias esposas (contrário à lei contra a bigamia de Illinois). Em 1845, cerca de vinte e cinco famílias entre as 20.000 pessoas que viviam em Nauvoo sabiam sobre a poligamia. Os cidadãos restantes de Nauvoo eram levados por autoridades SUDs a acreditarem que as acusações de poligamia dirigidas aos líderes da igreja por dissidentes não eram nada mais do que calúnias viciosas e infundadas de anti-mórmons.

1844-1846/47: o casamento plural, embora ainda ilegal em Illinois, é gradualmente extendido a um amplo segmento da comunidade mórmon. Henry Cobb (1798-1872), divorcia-se de sua esposa Augusta Cobb Adams (1802-1886), em Boston, em 1846, em razão do crime de adultério com Brigham Young em Nauvoo. [12]

1851: Brigham Young, agora no território de Utah, admite publicamente seu estilo de vida polígamo.

1852: Orson Pratt faz o primeiro sermão público sobre a poligamia e a revelação Smith de 1843 é publicamente revelada.

1852-1870: A poligamia é praticamente incontestável em Utah.

1873: O líder mórmon George Q. Cannon, depois de ser eleito como representante do governo, mantém a sua posição por corajosamente mentir para o Comitê Eleitoral sobre ter várias esposas. Contrariando seu estilo de vida em Utah, ele nega categoricamente que estava vivendo com quatro esposas, chegando a afirmar que ele não estava coabitando com nenhuma esposa, "em violação intencional ou desafiadora às leis do Congresso".

Cannon nega também que salientou a importância da poligamia como "fundamental para todas as leis humanas" e afirma que ele nunca disse que iria obedecer a poligamia "ao invés das leis de qualquer país."[13] Tudo isso era falso.

1882: A lei anti-poligamia de Edmund é promulgada, o que trouxe pesadas multas e prisão para os culpados de "coabitação ilegal."

1883: Rudger Clawson casa-se ilegalmente com Lídia Spencer.

1884: Clawson e dois outros SUDs são condenados de acordo com a Lei de Edmund.

1885: O presidente mórmon John Taylor e seus dois conselheiros, George Q. Cannon e Joseph F. Smith, escondem-se para evitarem a prisão por coabitação ilegal.

1885-1886: Centenas de mórmons proeminentes seguem o exemplo de Taylor e desaparecem em partes isoladas de Utah, ou saem em missões para o exterior. Suas esposas e filhos plurais, em seguida, confundem os agentes da lei tanto quanto possível, dando falso testemunho, negando relações conjugais, e recusam-se a responder às perguntas feitas pelas autoridades judiciais. Agnes W. Roskelley, por exemplo, ensinou seus filhos a dizerem a estranhos "que não sabiam quais eram seus nomes, não sabiam onde moravam, não sabiam quem eram seu pai ou sua mãe." [14]

1886: Os mórmons estabelecem comunidades poligâmicas no México e no Canadá, onde a poligamia é ilegal, mas as autoridades estão mais propensas a não interferir com os assentamentos.

1887: Um total de 327 mórmons são condenados sob as leis anti-poligamia. Praticamente todos os mórmons proeminentes ou estão na prisão, ou acabaram de ser libertados da prisão, ou são fugitivos.

1888: Um plano é adotado, onde os mórmons fugitivos, em troca de penas leves/multas, se entregam. Mas mesmo depois desta operação, mórmons do alto escalão recusam-se a respeitar as leis dos E.U.A, mesmo após a promessa de fazer o contrário.

1889: 334 mórmons são condenados sob as leis anti-poligamia.

1890: 1.300 mórmons são presos sob as leis anti-poligamia.

1890: O Manifesto SUD, que alegadamente finalizaria a prática da poligamia é emitido.

Pós-1890: líderes SUDs, incluindo Wilford Woodruff e Joseph F. Smith, continuam a praticar a poligamia ilegalmente, em violação direta ao Manifesto de 1890. Além disso, aproximadamente 262 casamentos plurais adicionais ocorrem entre outubro de 1890 e dezembro de 1910. O próprio presidente SUD Joseph F. Smith aprova pelo menos 63 casamentos plurais entre 1902-1904.[15]

D. Michael Quinn resumiu as estatísticas durante uma palestra que proferiu em 1991:

"Todos os membros da Primeira Presidência permitiram ou autorizaram novos casamentos plurais entre 1890-1904, e alguns ainda em 1906 e 1907. Um presidente de Igreja casou-se com uma esposa plural , e três conselheiros da Primeira Presidência realizaram casamentos para homens que já tinham esposas vivas. O secretário da Presidência propôs casamento polígamo, em 1903, e outros secretário da Presidência realizou um casamento polígamo em 1907. Dos dezesseis homens que serviam apenas como apóstolos ... oito destes dezesseis homens casaram-se com esposas plurais pós-Manifesto. Três deles, que não o fizeram, realizaram casamentos plurais. Dois deles que não fizeram nada do acima descrito, arranjaram casamentos plurais ...

“Agora, olhando para os homens individualmente. Wilford Woodruff ... pessoalmente aprovou 7 novos casamentos plurais a serem realizados no México. Ele também aprovou cerimônias polígamas para um casal de residentes mexicanos em 1891. Ele delegou a George Q. Cannon, o seu primeiro conselheiro, para aprovar os casamentos plurais entre 1892-1898. Essa aprovação foi feita sob a forma de cartas... o próprio Woodruff casou-se com uma nova esposa plural em 1897 ...

“[Lorenzo Snow] coabitou com sua mais nova esposa plural, que foi brevemente ao Canadá, em 1896 , para ter o seu último filho. E ao fazê-lo, ele violou o testemunho que tinha dado publicamente em 1891, que o Manifesto proibida a coabitação com as esposas plurais ...

“[Joseph F. Smith] Em 1896, como conselheiro, ele realizou no Templo de Salt Lake um ‘casamento plural por procuração’ de Abraham Cannon, que tinha sido aprovado anteriormente pela Primeira Presidência ... Smith instruiu Seymour B. Young, do Primeiro Conselho de setenta, a realizar dois casamentos plurais no México. E mais tarde, naquele mesmo ano, o segundo conselheiro de Smith autorizou o patriarca Alexander F. MacDonald a realizar novos casamentos plurais no México, para qualquer residente mexicano que o solicitasse. ...

“George Q. Cannon foi conselheiro da Presidência e o próximo na fila para ser Presidente da Igreja entre 1899-1901. Ele pessoalmente autorizou novos casamentos plurais realizados no México, Canadá e Estados Unidos, entre 1892 até sua morte em 1901. Isto inclui casamentos plurais realizados para 3 de seus filhos e 3 de seus sobrinhos." [16]

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Notas:

1 - Wilford Woodruff, April 3, 1881, Journal of Discourses (Liverpool: Albert Carrington, 1882; lithographed reprint of original edition, 1966), vol. 22, 147-148
2 - Wilford Woodruff. Quoted in Van Wagoner, 111.
3 - George Q. Cannon, October 5, 1884, Journal of Discourses (Liverpool: John Henry Smith, 1884; lithographed reprint of original edition, 1966), vol. 25, 321-322.
4 - History of the Church, Vol. 2, p. 247. Veja também DeC, CIX, edição 1835, 251
5 - Fawn Brodie, No Man Knows My History (New York: Vintage Books, 1995; original edition by Alfred A. Knopf, 1945), 183
6 - D. Michael Quinn, The Mormon Hierarchy: Origins of Power (Salt Lake City: Signature Books, 1994), 88.
7 - Joseph Smith, quoted in Quinn, Origins of Power, 326, see endnote #32
8 - Fawn Brodie, No Man Knows My History (New York: Vintage Books, 1995; original edition by Alfred A. Knopf, 1945), 462.
9 - Ibid., 464.
10 - Times and Seasons, March 15, 1843, vol. 4, no. 9, 143.
11 -
George D. Smith, "Mormon Plural marriage," Free Inquiry (Summer 1992), vol. 12, no. 3, 34-35.
12 - Stanley P. Hirshon, The Lion of the Lord. pp. 192-194: "Augusta Adams Cobb,...married Henry Cobb, a prosperous Boston merchant, about 1822 and bore seven children. 'Augusta lived quietly until Young came east to preach in the summer of 1843. She heard him, converted to Mormonism, and with her two smallest children headed for Nauvoo.'...Augusta continued on to Nauvoo and on November 2, 1843, without divorcing her first husband married Young. A few months later she briefly returned to Boston, where she saw her other children and told Henry she was leaving him forever...Augusta returned to Nauvoo and on February 2, 1846, was sealed to Young for eternity. The following year Henry Cobb, still in Massachusetts, divorced her.")
13 - House Misc. Doc. 49 (43-1), 1873, Serial 1617, 5
14 - Jesse Embry, Mormon Polygamous Families: Life in the Principle (Salt Lake City: University of Utah Press, 1987), 22
15 -
Van Wagoner, 159. Anthony W. Ivins performed 29 of these marriages, which according to a March 7, 1911 letter he wrote to his son, were done with the approval of the LDS church hierarchy. He stated: "You may depend upon. I have never performed a marriage ceremony without proper authority"; cf. Hardy, 389-425 for a listing of post-1890 plural marriages.
16 - D. Michael Quinn, "Plural Marriages After The 1890 Manifesto," lecture delivered in August 1991 at Bluffdale, Utah, online at http://www.ldshistory.net/pc/postman.htm.)

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