Texto daptado de A Verdade Sud
Uma das ilusões da Igreja Sud que é compartilhada por muitas outras igrejas é o etnocentrismo. O etnocentrismo é a certeza absoluta de que a religião de uma pessoa, sua ideologia, tradições, raça, língua ou nação são especiais aos olhos de Deus, e que todas as outras culturas não são somente diferentes, mas sim erradas, portanto, carentes de conversão. (Para mais informações sobre o etnocentrismo clique aqui).
Um bom exemplo de etnocentrismo são os judeus que se consideram “o povo escolhido”. Outro exemplo é o de protestantes que se intitulam “os eleitos” de Deus predestinados à salvação. Muçulmanos também afirmam ser os “mensageiros de Alá”.
Os mórmons também afirmam ser os “eleitos” ou “escolhidos”. Creem que são a linhagem especial da Casa de Israel, os instrumentos do Senhor para a conversão de "irmãos" que não conhecem a “verdade”. Caem, portanto, no mesmo erro ao afirmar que suas doutrinas são “corretas” ou que a igreja SUD é “a única verdadeira na face da Terra” e que as outras são “erradas” e “apóstatas”.
Essa linha de pensamento teve início com Joseph Smith, que afirmou que Jesus Cristo o havia informado que todas as igrejas estavam “erradas”, seus credos eram “uma abominação à sua vista” e todos os seus ministros eram “corruptos” (conforme a PGV). Mas será mesmo que isso era verdade? Será que Cristo diria algo assim dessas pessoas?
Imaginemos os EUA no séc. XIX. Era a época em que muitas religiões estavam nascendo, muitas ideologias surgindo, muitas pessoas buscando a Deus da maneira como acreditavam ser correta.
Havia muitos pastores e ministros religiosos sinceros e dedicados em 1820, assim como há hoje em dia. Muitos deles ajudavam os pobres, cuidavam dos doentes, e davam ânimo às pessoas que precisavam de coragem. Eles conduziam funerais, faziam casamentos e ensinavam bons padrões morais. A maioria deles estava procurando a Deus com um coração sincero.
Faria então algum sentido Jesus Cristo dizer a Joseph que todos eles estavam errados ou que todos o procuravam somente com os lábios? Sinceramente, não consigo conceber essas palavras saindo da boca de Cristo.
Essas palavras supostamente ditas por Cristo na "primeira visão" ajudaram, e ainda ajudam, a criar um clima de intolerância, ódio e perseguição. É característico das seitas criar um clima de “nós contra eles” e “eles estão errados” quando se trata das pessoas de fora do grupo. Mas será que Cristo faria isso?
Cada grupo etnocêntrico manifesta suas características únicas e suas diferenças para poderem manter suas identidades e sobrevivência. Cada um constrói muros contra as pessoas de fora ou estranhos ao grupo. O etnocentrismo ajuda a criar barreiras para manter do lado de fora aqueles que são diferentes.
As pessoas que são pegas pela ilusão de serem melhores e especiais normalmente refletem isso em suas religiões. Elas se tornam mais católicas, mais muçulmanas, mais protestantes, mais judias ou mais mórmons. Essa ilusão aflora o seu radicalismo.
Será mesmo que o mundo se torna um lugar melhor com tantas divisões, com tanto extremismo por parte desses grupos etnocêntricos?
Um bom exemplo para ilustrar esse princípio é a Parábola do Bom Samaritano. Três homens passaram e viram o homem sofrendo caído ao chão. Qual deles parou? O que deixou de lado as barreiras do ódio étnico existentes. Os outros radicais, os tidos como “eleitos” de Deus, passaram por aquele homem quando ele necessitava de ajuda e nada fizeram. Jesus então condenou a atitude dos sacerdotes e elogiou o samaritano humanista. (vide Lucas cap. 10)
Mas será que o etnocentrismo, essa ilusão social, possui alguma lógica? Será justo Deus julgar uma pessoa por ela acreditar nisso ou naquilo, por ela comer isso ou aquilo, por ela adorar no Sábado ou no Domingo, ou por orar com um chapéu na cabeça ou não? Será justo condenar pessoas excelentes, mas que não seguem qualquer religião? Devemos lembrar que todas essas coisas são majoritariamente determinadas pelas raízes culturais dessa pessoa!
Por que será que quase todos os árabes são muçulmanos? Por que será que a maioria dos Italianos são católicos? E por que será que a maioria dos habitantes de Utah são mórmons? Simples: a maioria das pessoas que nasce em uma religião tem uma forte tendência a permanecer nela pelo resto de suas vidas. Será que isso significa que elas serão exaltadas ou condenadas por Deus? Serão elas julgadas pelas suas raízes culturais terrenas?
As parábolas de Cristo claramente ensinam que as pessoas serão medidas pelo seu amor e generosidade de espírito, não pelo seu sistema de crenças. Será que o samaritano da parábola foi lançado no inferno porque ele não possuía a doutrina “verdadeira”? Isso não seria justo nem lógico.
Será que é fácil para um muçulmano não entrar numa mesquita, esquecer o Alcorão, o Ramadã, ou mesmo o véu? Da mesma forma não é fácil para nenhum mórmon escapar das muralhas do seu etnocentrismo, principalmente aquelas pessoas que “nasceram” dentro da igreja.
Provavelmente não exista nada totalmente “verdadeiro”. Essa visão de mundo que os membros SUD adquirem não os faz pessoas melhores. Ao contrário! Eles tendem a rotular todas as coisas com sua visão de verdadeiro/falso ou certo/errado.
Será que Deus, com mais de 6 bilhões de pessoas habitando nesse planeta, escolheria revelar sua “plenitude da verdade” à apenas uma parte ínfima de seus filhos? Onde estaria o amor dessa entidade divina?
Os SUDs precisam parar com esta paranóia de que “os outros precisam da verdade” ou “os outros estão errados”. Tudo que essa linha de pensamento gera é arrogância, orgulho e pretensão pela parte dos membros desta igreja.
Mas, afinal, não dizem eles serem os espíritos eleitos para a grande e última dispensação? Serem eles as melhores pessoas por estarem vivendo a plenitude do evangelho? Serem eles os exaltados por fazerem ordenanças no templo? Serem eles os únicos com o poder de Deus na Terra?
Ora, a igreja sabe o quanto seus membros gostam de ouvir essas palavras lisonjeiras. Desde muito cedo ela destila esse veneno na mente de seus membros. Nada melhor do que se sentir querido, útil e especial – ainda mais aos olhos de Deus.
Será que já passou pela cabeça dos SUDs que eles não são os “eleitos” nem os “escolhidos”, e sim marionetes usados por uma organização fraudulenta? Ou talvez os “eleitos” e “escolhidos” para financiar essa organização e suas ambições?
Prezado Jonathas
ResponderExcluirEnvie-me uma mensagem com seu email, ok?
Abs
parabens acho que foi muito feliz em suas palavras
ResponderExcluirgleyce kelly
ResponderExcluirObrigada, mas os créditos são de DB. Ele é um ótimo escritor, e com a permissão dele, reproduzi o texto aqui.
Abs