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sexta-feira, 20 de julho de 2012

O massacre mórmon em Monte Meadows

Ou  
Como a religião torna os homens tão estúpidos.


Massacre mórmon volta à tona 146 anos depois
Igreja Mórmon é pressionada por parentes de vítimas da chacina de Monte Meadows a pedir desculpas

Sally Denton*
The New York Times
Notícia publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 1 de junho de 2003
SANTA FÉ, Novo México - Neste verão, quando as famílias perambularem por todos os Estados Unidos visitando locais históricos, existe um local - o Monte Meadows, no sudoeste de Utah - que não fará parte de muitos itinerários. O Monte Meadows, que fica a duas horas de carro de um dos destinos turísticos mais populares do Estado, o Parque Nacional Zion, é o local que o historiador Geoffrey Ward chamou de "o exemplo mais hediondo do custo humano cobrado pelo fanatismo religioso na história americana até o 11 de setembro".

E embora possa não ser um destino turístico importante, por um século e meio o massacre tem sido o foco de um debate acalorado entre os mórmons e a população de Utah. É uma discussão que atinge o cerne dos dogmas básicos do mormonismo. Isso, a mancha mais escura da história da religião, é uma realidade amarga e uma situação desafiadora para a moderna Igreja Mórmon, que luta para se livrar de sua história de extremismo.

Em 11 de setembro de 1857, em um monte no sudoeste de Utah, uma milícia da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ou mórmons, atacou um comboio de famílias de Arkansas a caminho da Califórnia. Após um cerco de cinco dias, a milícia convenceu as famílias a se entregarem sob a bandeira da trégua e a promessa de travessia segura. Então, na pior carnificina de pioneiros brancos contra outros pioneiros brancos de toda a história da colonização dos EUA, aproximadamente 140 homens, mulheres e crianças foram mortos. Só 17 crianças com menos de 8 anos - a idade da inocência pela crença mórmon - foram poupadas.

Após a matança, a igreja primeiro alegou que os responsáveis tinham sido os índios Paiute, mas, à medida que surgiram provas do envolvimento dos mórmons, a igreja pôs toda a culpa em John D. Lee, um membro da milícia e mórmon fanático que também era o filho adotado do profeta Brigham Young.

Após quase duas décadas, como parte de um acordo para a transformação em Estado, Lee foi fuzilado em 1877. A igreja tem consistentemente negado a responsabilidade - rotulando Lee de renegado -, mas muitos historiadores acreditam que os líderes mó+rmons, embora nunca tenham sido processados judicialmente, ordenaram o massacre.

Agora, passados 146 anos, os descendentes de Lee e os parentes das vítimas vêm pressionando a Igreja Mórmon por um pedido de desculpas. O movimento por algum reconhecimento oficial por parte da igreja começou no final da década de 80, quando um grupo de descendentes de Lee, entre eles um ex-secretário do Interior dos EUA, Stewart Udall, começou a trabalhar para limpar o nome de seu ancestral.

Em 1990, descendentes das vítimas e dos perpetradores começaram a insistir com a Igreja Mormon para admitir a responsabilidade pelo morticínio e para reconstruir um marco em ruínas levantado no local por soldados do Exército americano, em 1859.

O atual presidente da Igreja, Gordon B. Hinckley - ele próprio um profeta que diz receber revelações divinas - tomou um interesse pessoal pelo episódio e, em 1998, concordou em restaurar o marco, onde ao menos alguns dos corpos estavam enterrados. Mas mesmo essa concessão acabou criando uma polêmica quando, em agosto de 1999, uma escavadeira da empreiteira contratada pela igreja desenterrou acidentalmente os ossos de 29 vítimas.

Após um debate entre autoridades de Utah e líderes da igreja sobre leis estatuais que exigem que ossos desenterrados sejam examinados por legistas para determinar a causa da morte, a igreja mandou enterrar rapidamente os restos mortais sem um exame mais detalhado que poderia ter chamado a atenção para a brutalidade dos assassinos. Um mês depois, em 10 de setembro de 1999, quando descendentes dos autores e das vítimas se reuniram para inaugurar um monumento financiado pela igreja no qual esperavam que houvesse um serviço religioso "curador", ambos os lados ficaram desapontados pelos comentários de Hinckley.

Ele continuou a negar a responsabilidade da igreja, chegando a acrescentar uma exoneração de responsabilidade jurídica que muitos consideraram afrontosa. "Que aquilo que nós fizemos aqui nunca seja interpretado como uma admissão por parte da igreja de qualquer cumplicidade nas ocorrências daquele dia fatídico", disse. Muitos consideraram esse discurso uma tentativa de evitar processos judiciais.

Mas a recusa da igreja em desculpar-se é mais complicada. Numa época em que religiões no mundo inteiro estão reconhecendo e mostrando arrependimento pelos pecados do passado, o massacre deixou a Igreja Mórmon num dilema.

Católicos romanos se desculparam pelo seu silêncio durante o Holocausto, metodistas unidos, pelo massacre de índios americanos durante a Guerra Civil americana, batistas sulistas, pelo apoio à escravidão, e luteranos, pelos comentários anti-semitas feitos por Martin Luther King.
Mas, diferentemente dos líderes de outras religiões que se acreditam guiados pela mão de Deus, os profetas mórmons são considerados uma extensão de Deus.

O reconhecimento da cumplicidade por parte dos líderes da igreja poria em dúvida a questão da divindade de Brigham Young e a crença mórmon de que são o povo escolhido por Deus.

Acreditando estar fazendo trabalho de Deus livrando o mundo de "infiéis", os fanáticos mórmons evangélicos cometeram uma das maiores atrocidades civis em solo americano. Sem uma verdadeira tentativa de prestação de contas e reparação, a igreja não escapará da sombra desse crime horrível que paira sobre ela.

* Sally Denton é autora do livro American Massacre: The Tragedy at Mountain Meadows, September 1857 (Massacre americano: a tragédia no Monte Meadows, setembro de 1857).

4 comentários:

  1. Querida investigadora, não tenho um e-mail seu por iso posto aqui no blog, olha eu participei de um grupo no facebook de autoria do Antônio Trevisan e eles estão planejando te denunciar de novo por plágio, tirei um print da conversa por lá pra vc ver! mas como não dá pra postar o print aqui eu vou postar ele na tua page no face. Esses fanáticos e manipuladores denunciaram um grupo que criei óntem e que começo a dar frutos mas como eles não gostam de críticas, farão de tudo para nos desencorajar!

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  2. Que irritante! Plágio do quê???????

    Minhas fontes estão muito bem destacadas no blog!

    Essa gente nào tem o que fazer e joga sujo, muito, mas muito sujo!

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  3. Nem adianta argumentar com esses sujeiros minha cara investigadora, ontém eu criei um grupo no face pra debater de uma forma respeitosa o mormonismo, chamava-se: História SUD, esses dois o Trevisan e o Jun enviaram solicitações de participação, nem foram convidados. Após as primeiras críticas surgirem o grupo foi excluído do face, interessante não? Eles farão de tudo para posar de vítimas e de perseguidos e irão denunciar tudo o que se opõe ao mormonismo!

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    Respostas
    1. Meu caro

      Quando será que eles perceberão que ELES são os perseguidores? Que são eles que entram em blogs e páginas, que escrevem muitas porcarias, xingam, denunciam páginas, etc?

      E gostam de pensar que estão sendo perseguidos.

      Só nào entendo como pessoas que aparentemente sabem de todo o podre da igreja, de toda sua hitórica falsidade ainda a defendem tanto. Quais seriam os interesses por trás disso tudo?

      Eu realmente não entendo!

      Abs

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