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domingo, 8 de novembro de 2009

PRECONCEITO RACIAL 5 - depois de 1978

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APÓS A REVELAÇÃO DE 1978

O que tem acontecido na igreja mórmon após a "revelação divina" permitindo que os negros recebessem o sacerdócio e entrassem no templo?
Esta revelação mudou a situação dos membros negros? O que eles pensam sobre isso?
O manual de aula para os rapazes adolescentes que foi usado em 2008 contém uma citação de 1976 de Spencer W. Kimball, que recomenda que “as pessoas casem-se com aqueles de mesma ancestralidade racial, e de alguma forma, de mesmo nível econômico, social e educacional”. [1]

Na edição de julho de 1992 da “New Era”, a igreja publicou um encarte promovendo a igualdade racial. A foto continha vários jovens de várias raças, com as palavras “foto da família”. Abaixo da figura, encontram-se as palavras “Deus criou as raças – mas não o racismo. Somos todos filhos do mesmo Pai. Violência e ódio não tem lugar em Sua família”. [2]

O historiador mórmon Wayne J. Embry entrevistou vários negros mórmons em 1987 e escreveu:
“Todos os entrevistados reportaram incidentes ruins por parte de membros brancos, uma relutância ou recusa de apertar as mãos deles ou sentarem-se com eles, e comentários racistas dirigidos à eles.”
Embry posteriormente publicou que uma mulher, membro negro da igreja “era surpreendentemente persistente em ir às reuniões da igreja por 3 anos, tempo este em que ninguém falava com ela. Ela precisou escrever diretamente ao presidente da igreja SUD para descobrir como ser batizada” porque nenhum membro da igreja iria informá-la. [3]

O membro negro da igreja, Darron Smith, escreveu em 2003:
“Mesmo com a retirada da restrição do sacerdócio em 1978, o discurso que explicao o que é o negro continua basicamente intacto até hoje. Sob a direção do presidente Spencer W. Kimball, a primeira presidência e o quorum dos doze removeram a política que negava aos negros o sacerdócio, mas fez muito pouco para mudar os vários discursos feitos durante essa política. Ainda há membros da igreja, hoje, que continuam à ensinar em todos os níveis do sistema educacional da igreja o discurso racial que os negros são descendentes de Caim, que eles tem menos mérito nos privilégios terrenos porque eles eram os “em cima do muro” na Guerra dos Céus, e que, apesar da ciência e dos fatores climáticos, há uma ligação entre a brancura e a beleza” [4]

Peggy Fletcher Stack, jornalista e membro mórmon, escreveu em 2007:
“Hoje, muitos mórmons negros denunciam diferenças sutis na forma que são tratados, como se não fossem membros por completo, mas um grupo separado. Alguns inclusive foram chamados de “a palavra n”[preto]  na igreja e nos corredores do templo. Eles procuram, em vão, fotos de autoridades gerais mórmons, esperando encontrar suas faces ali refletidas” [5]

Eugene England, membro branco da igreja e professor da BYU escreveu em 1998:

“Esta é uma boa época para nos lembrarmos que grande parte dos mórmons ainda negam sobre sobre o impedimento [dos negros], indispostos a falar sobre o cenário da igreja sobre isso, e alguns mórmons ainda acreditam que os negros foram amaldiçoados e são descendentes de Caim ou Ham. E mais, acreditam que os negros, assim como os povos não brancos, vieram com um código de cor neste mundo, e sua linhagem e mesmo sua classe são indicadores diretos de falha em uma vida prévia... Eu verifico ocasionalmente em classes na BYU e vejo que ainda, vinte anos após a revelação, a maioria dos alunos mórmons brilhantes e bem educados dizem que acreditam que os negros são descendentes de Caim ou Ham, e ainda, a maldição da cor da pele é uma indicação da fidelidade na vida pré-mortal. Eles me dizem que essas idéias vem de seus pais ou dos professores do seminário e da escola dominical, e que nunca os questionaram. Eles parecem muito confortáveis com a contradição implícita aos ensinamentos básicos do evangelho”. [6]

Em uma intrevista para o documentário da PBS sobre “Os Mórmons”, Jeffrey R. Holland, um membro do quórum dos doze apóstolos, denuncia especificamente a perpetuação do folclore que sugere que a raça é, de alguma forma, uma indicação de quão fiel a pessoa foi na pré-existência. [7]

PEDIDO À IGREJA QUE REPUDIE SUAS ANTIGAS DECLARAÇÕES RACISTAS

Em 1995, o membro negro da igreja SUD, A. David Jackson pediu aos líderes da igreja que redigissem uma declaração repudiando a antiga doutrina que tratava o negro como inferior. Em particular, Jackson pediu à igreja para ir contra a declaração de 1949 , “A questão do negro”, onde a presidência da igreja afirma: “A atitude da igreja com referência aos negros... não é questão de política, mas sim um mandamento direto de Deus... fazendo com que os negros... não tenham o direito ao sacerdócio...”[8].

Os líderes da igreja nunca redigiram um repúdio, e assim em 1997 Jackson, apoiado por outros membros da igreja incluindo Armand Mauss, mandou uma segunda requisição aos líderes da igreja. Esta dizia que os mórmons brancos achavam que a revelação de 1978 resolveria tudo, mas que os mórmons negros reagem de forma diferente quando eles aprendem os detalhes. Ele disse que muitos mórmons negros ficaram desencorajados e abandonaram a igreja ou se tornaram inativos. “Quando eles descobrem sobre isso, eles saem... vocês ficam com afro-americanos passivos na igreja” [9]. A igreja, mesmo assim, não redigiu tal repúdio!!!

Outros membros negros da igreja acham que pedir desculpas teria um “impacto negativo” no trabalho da igreja e seria um catalítico para desentendimentos raciais futuros. O membro afro-americano Bryan E. Powell afirma:
 
“Não há prazer em notícias velhas, e estas notícias são velhas”. Gladys Newkirk concorda, declarando:
“Eu nunca passei por nenhum problema nessa igreja. Eu não preciso de pedido de desculpas... Nós somoso resultado desse pedido”.[10]

A grande maioria dos mórmons negros diz que eles são capazes de olhar além dos ensinamentos racistas e se manterem na igreja em parte por causa de seus ensinamentos poderosos e detalhados sobre a vida após a morte. [11]

Gordon B. Hincley, quando presidente da igreja, disse ao Los Angeles Times:
“A declaração de 1978 fala por si... eu não vejo nada mais que nós precisemos fazer”. A liderança da igreja não redigiu um repúdio. [8]


O apóstolo da igreja SUD Dallin H. Oaks disse:
“Não é do padrão de Deus dar explicações. Nós podemos dar explicações para os mandamentos. Quando o fazemos, estamos fazendo por nós mesmos. Algumas pessoas explicam [a proibição do sacerdócio ao negro] e elas estão espetacularmente erradas. Há uma lição nisso... A lição que aprendi foi ter fé nos mandamentos e não ter fé nas explicações que foram sugeridas... Eu estou me referindo às explicações dadas pelas autoridades gerais e as explicações elaboradas sobre [estas explicações] por outros. Todo esse conjunto de explicações parece, para mim, um risco desnecessário... Não vamos cometer o mesmo erro do passado, aqui e em outras áreas, tentando explicar as revelações. As explicações, no final, são feitas em grande parte pelos homens. As revelações são o que nos sustentam assim como a vontade do Senhor e é aqui que a segurança está.”[12]
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Notas:

1 -  “Lesson 31: Choosing an Eternal Companion,”Aaronic Priesthood Manual 3, p. 127.
3 – Smith, Darrin (2004). Black and Mormon. University of Illinois Press. pp. 75–77. ISBN 025202947X. 
4 – Smith, Darron (March 2003), "The Persistence of Racialized Discourse in Mormonism", Sunstone 
5 – "New film and revived group help many feel at home in their church" by Peggy Fletcher Stack, The Salt Lake Tribune, July 6, 2007
6 – England, Eugene (June 1998), Sunstone: 54–58 
8 - Ostling, Richard and Joan (1999). Mormon America. Harper Collins. pp. 103–104. ISBN 0060663715. 
9 – Ostling, Richard and Joan (1999). Mormon America. Harper Collins. pp. 105. ISBN 0060663715. 
11 – Ramirez, Margaret (2005-07-26). "Mormon past steeped in racism: Some black members want church to denounce racist doctrines". Chicago Tribune. http://www.chicagotribune.com/news/nationworld/chi-blackmormons,1,708682.story?page=1&ctrack=1&cset=true
13 – Dallin H. Oaks, Interview with Associated Press, in Daily Herald, Provo, Utah, 5 June 1988 

3 comentários:

  1. Não mudou mesmo.
    Vc acredita que dois missionários, um do Arizona e outro de São Paulo brancos me confirmaram que os negros são descendentes de Caim por causa da maldição posta nele.
    Mas eu perguntei:
    meu pai é negro, então eu sou descendente desta maldição?
    Eles disseram que não que era só a cor da pele e o nariz chato que representava a maldição mas, que eu era um rapaz digno e que não era amaldiçoado.
    Já tive que ouvir da minha família que eu nasci com um "pecado" por ser filho de mãe solteira.
    Depois de adulto tive que ouvir um absurdo desses.
    Triste viu!
    Espero que mais pessoas possam ver a verdade.
    Abs.

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  2. Votei no teu blog para 2011! Oro para que ele continue sempre ativo, pois o conteúdo é simplesmente ESPETACULAR, mas que certamente incomoda muita gente!


    Eu estudo o mormonismo a muitos anos, mesmo sem ter sido mórmon e tenho uma pergunta para ti:

    Certa vez li (não me recordo onde) que o então Presidente do Brasil em 1978, Ernesto Geisel, PROTESTANTE, exigiu que a ISUD retirasse o ensino de que os negros não poderiam ser sacerdotes, pois, entre outras coisas, esta doutrina chocava-se diretamente contra nossa Constituição, pois impedia a ordenação por causa da cor da pele!

    A ISUD nega, mas é muita coincidência a proibição ter ocorrido justamente no ano (1978) em que os mórmons inauguraram seu Templo em São Paulo, o 1º do Brasil!

    Você sabe algo sobre este fato? Há fontes que possam atestar este fato, que deve ter ocorrido nos bastidores da política de nosso país?

    Agradeço pela resposta e que Deus o abençoe!

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  3. Prezado REGENERADO EM CRISTO

    Obrigada pelo apoio.

    Quanto ao fato que você citou, nào tenho conhecimento algum, e semore que leio sobre a liberação do sacerdócio aos negros, existe sim a associação ao Brasil, mas principalmente por este ser um país de grande mistura racial. A igreja SUD simplesmente nào teria espaço se buscasse apenas "arianos" neste nosso país.

    Vou procurar informações sobre Geisel e verei o que encontro. Obrigada pela dica, e novamente, obrigada pelo apoio.

    Abs

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