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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O culto à Abel em Gênesis JST

Texto traduzido e adaptado de Mild-Mannered Musings
 
Na tradução da Bíblia de Joseph Smith, Gênesis 17:3-7 descreve um antigo culto supostamente praticado pelos pais de Abraão, que centrava-se no sangue de Abel:

Genesis 17:3-7 (JST)

“E aconteceu que Abraão se prostrou sobre o seu rosto, e invocou o nome do Senhor. E Deus falou com ele, dizendo: Meu povo [...] desviou-se dos Meus mandamentos, e tomaram sobre eles a pureza das crianças, e o sangue da aspersão. E disseram que o sangue do justo Abel foi derramado pelos pecados, e eles não sabiam porque eram responsáveis diante de mim.

Joseph Smith "traduziu" esta passagem por volta de 7 de março de 1831 (para a cronologia da tradução de JST veja aqui), em uma fase em que o batismo infantil e o pecado original ainda eram importantes questões teológicas para Joseph Smith.

Smith aprentemente destinou esta passagem como um midrash* de Hebreus 12:24:

E a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel.

* Midrash = pode significar tanto um tipo de literatura quanto uma forma de interpretação da literatura bíblica.

A passagem em Hebreus contrasta o antigo pacto terrível (vv. 18-21) com a nova aliança (vv. 22-24). O referencial sobre o sangue de Abel é, sem dúvida, Gênesis 4:10-12:

“E disse Deus [a Caim, que acabara de matar seu irmão]: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra.
E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão.
Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra.”

Aqui o sangue de Abel, morto, "declara" uma maldição. Em contraste, Hebreus diz: o sangue derramado de Jesus "declara" uma bênção: ele se torna o "sangue expiatório da aspersão". (No Antigo Testamento, o sangue dos animais sacrificados era aspergido para fins de expiação e purificação - veja Lev. 5:9; 16:15).

Joseph Smith, aparentemente confuso com a alusão em Hebreus, cria um novo referencial para esta escritura.

Assim, ele nos descreve em Gênesis-JST 17:3-7 uma heresia cometida pelos "pais" de Abraão, onde o sangue de Abel, aparentemente, era tido como expiatório dos pecados, e onde o batismo infantil era praticado.

Curiosamente, esta é basicamente uma heresia judaico-cristã mais do que uma heresia pagã que Smith atribuiu aos pais de Abraão - no posterior livro de Abraão, que foi escrito em um momento em que as questões do pecado original e o batismo infantil não tinham mais interesse para o profeta Mórmon .

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