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domingo, 3 de julho de 2011

A rocha do túmulo número 3 - The Bat Creek Mound #3

Alguns mórmons defendem que uma rocha, datada da mesma época dos povos do Livro de Mórmon, encontrada no Tenesse, e com inscrições hebraicas, é uma das provas da historicidade do dito livro.

De fato, no alt.religion.mormon foi escrito:

“Aqui estão algumas provas concretas’ sobre alguns (não necessariamente sobre OS) judeus que vieram do Velho Mundo para o Novo Mundo, como descrito no Livro de Mórmon. “Asólida evidência’ é a inscrição, em hebraico antigo, em uma rocha localizada no túmulo número 3 (Mound # 3), em Bat Creek, Loudon County, Tennessee, e que data da época do Livro de Mórmon. Cyrus Gordon cita sobre a escavação acima, que foi datada com carbono-14 em cerca de 100 dC.”
Rocha Bat Creek

HISTÓRICO:

Foi dito, inicialmente, que a pedra havia sido encontrada em 1889, em um túmulo, por uma equipe de pesquisa liderada por John W. Emmert, da Smithsonian Institution.

Bat Creek - Tennessee
O local foi localizado na confluência do Pequeno Rio Tennessee e Bat Creek, a poucos quilômetros ao norte da moderna Vonore. O local havia sido nivelado, na época, e os arqueólogos da Universidade do Tennessee realizaram escavações de salvamento  na área na década de 1970.

A inscrição Bat Creek é uma inscrição esculpida em uma rocha supostamente encontrada em um túmulo de um nativo americano em Loudon County, no estado deTennessee nos Estados Unidos, em 1889. A inscrição é composta de caracteres vagamente parecidos com o alfabeto Cherokee, inventado por Sequoyah no início do século XIX. [1]

Cyrus Gordon
No início de 1970, a inscrição  tornou-se fonte de controvérsia quando o linguista Cyrus Gordon argumentou que eram na realidade, uma inscrição Paleo-Hebraico, e, portanto, fornecia evidências de contatos trans-oceânicos antes de Colombo. [2] [3].

No entanto, os arqueólogos da Universidade de Tennessee e outros especialistas rejeitaram a afirmação de Gordon.

Mary Kwas
Em 1991, os arqueólogos Robert Mainfort e Mary Kwas publicaram um artigo no Tennessee Anthropologist. Eles negaram as afirmações de que a pedra de Bat Creek era de origem pré-colombiana do Velho Mundo, dizendo que tais afirmações eram obra de "arqueólogos embusteiros".
Robert Mainfort

Mainfort e Kwas apontaram que as inscrições fraudulentas em pedras, pretendendo mostrar evidências de tais contatos - como a Kensington Stone e Davenport Tablets não eram incomuns, especialmente no final do século XIX.

Eles levantaram a questão particular de Cyrus Gordon, a quem eles chamaram de um "professor trapaceiro", desesperado por evidências para apoiar suas teorias de contatos transatlânticos pré-colombiano. [4].

Dr. Frank Moore Cross
Mainfort e Kwas consultaram um especialista em Paleo-Hebraico , Dr. Frank Moore Cross, da Universidade de Harvard. Ele também contradisse a afirmação de Gordon de que a inscrição era Paleo-Hebraica.

Cross afirmou que apenas duas letras de toda a inscrição poderiam, talvez, serem consideradas Paleo-Hebraicas do período em questão (entre o 1º século aC e o primeiro século dC). 


Cross disse também que a interpretação de Gordon da inscrição ("para os judeus") era baseada no alfabeto aramaico, e não no Paleo-Hebraico [5].

Em 2004, Mainfort e Kwas publicaram um artigo no American Antiquity [6] mostrando uma inscrição em um livro maçônico de referência de 1870, que tinha grandes semelhanças com a inscrição da rocha de Bat Creek (veja comparações abaixo).
Esquema da rocha Bat Creek

Livro Maçônico

A inscrição maçônica era a inscrição de um artista de como "Santo ao Yahweh" poderia ter sido em Paleo-Hebraico. Mainfort e Kwas sugeriram que Emmert provavelmente baseou a inscrição da rocha de Bat Creek nesta inscrição maçônica antiga.

Portanto, há grandes problemas com a utilização dos resultados da rocha de Bat Creek para validar o Livro de Mórmon.

- Primeiro, e mais importante, as pulseiras encontradas na mesma data do enterro, no túmulo, são do século XVIII e XIX - o que significa que a pedra, provavelmente não foi colocada no local até então (por isso, ela poderia facilmente ter sido ali colocada após a era colombiana).

- Segundo, contrariando afirmações, os exames de radiocarbono 14 mostram que as pulseiras colocadas no túmulo são bem mais recentes do que anteriormente afirmado:

"Testes recentes feitos pelo nosso Laboratório de Conservação com as pulseiras de metal encontradas no mesmo túmulo definitivamente estabelecem que são produtos do comércio dos séculos XVIII e XIX, e não tem a composição química de bronze dos períodos romano ou no início do período semita." (Statement by the Smithsonian Institution, November 24, 1971)

- Terceiro, o próprio Gordon afirmou que o roteiro se refere às moedas judaicas, que data, de entre 70 dC e 135 dC. Assim a pedra não poderia ter sido trazida para a América antes disto. 

Porém, o Livro de Mórmon fala de pessoas que vieram para as américas por volta de 600 anos aC - muito antes deste período.

- Quarto, a inscrição na rocha não é Paleo-Hebraica, mas é muito semelhante à aramaica, e extremamente semelhante à encontrada em um livro Maçom.

Sabendo-se das falsificações arqueológicas com outras rochas semelhantes a esta, e com os dados acima em mãos, qualquer tentativa em usar essa rocha como “prova” do Livro de Mormon apenas a colocará no mesmo nível que o livro: uma falsificação.



Obs. A rocha de Bat Creek continua a ser propriedade do Smithsonian Institution, mas está atualmente emprestada à Universidade do Tennessee. A rocha está atualmente em exposição no Museu Frank H. McClung, em Knoxville, Tennessee.

A rocha está, no catálogo, o número A134902-0, nas coleções do Departamento de Antropologia, Museu Nacional de História Natural, Smithsonian Institution.

__________
Fontes:

1 - Cyrus Thomas, 12th Annual Report, Bureau of American Ethnology, 391-393. Cited in Charles Faulkner (ed.), The Bat Creek Stone (Tennessee Anthropological Society, Miscellaneous Paper No. 15, 1992). 391-393.
2 - J. Huston McCulloch, "The Bat Creek Inscription: Cherokee or Hebrew?" The Bat Creek Stone (Tennessee Anthropological Association, Miscellaneous Paper No. 15, 1992), 81-82. Originally published in Tennessee Anthropologist 13, no. 2 (Fall 1988).
3 - Robert Mainfort and Mary Kwas, "The Bat Creek Stone: Judeans in Tennessee?" The Bat Creek Stone (Tennessee Anthropological Association, Miscellaneous Paper No. 15, 1992), 5-6.. Originally published in Tennessee Anthropologist 16, no. 1 (Spring 1991).
4 – Ibid, p. 1-3.
5 –Ibid, p.  5-7
6 - Robert Mainfort and Mary Kwas "The Bat Creek Stone Revisited: A Fraud Exposed" American Antiquity69.4 (Oct 2004): p761


Para ler mais – em inglês:

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