Introdução
As placas Kinderhook foram uma farsa perpetrada contra Joseph Smith em 1843.
Alguns homens fizeram seis pequenas placas de latão, enterraram-nas com um esqueleto e as “encontraram”, certificando-se que haviam testemunhas mórmons quando isso aconteceu.
Essas seis placas de latão, inscritas com rabiscos sem sentido, chegaram até Smith, que "traduziu uma porção delas”.
Essas seis placas de latão, inscritas com rabiscos sem sentido, chegaram até Smith, que "traduziu uma porção delas”.
A história é interessante, complexa e a Igreja Mórmon foi enganada por mais de cem anos, mantendo a crença de que elas eram autênticas. Até que uma das placas reaparecer e vários testes foram feitos na década de 1980.
Os Mórmons agora tentam negar que Smith nunca as levou a sério, mas a evidência mostra que ele o fez, e que seus poderes proféticos como um 'vidente' eram, de fato, uma farsa.
Uma breve história
Texto traduzido e adaptado de utlm
Fac-símiles das seis placas (frente e verso) |
Em 1843, seis placas de bronze foram encontrados em um monte em Kinderhook, Illinois.
Os mórmons que viram as placas ficaram impressionados com sua aparência antiga e sentiram que poderiam provar o Livro Mórmon de Joseph Smith.
Em uma carta escrita em Nauvoo, Illinois, datada de 02 de maio de 1843, Charlotte Haven disse que:
“Sr.Joshua Moore... último sábado (29 de abril)...trouxe consigo meia dúzia de finas peças de latão que parecem antigas, no formato de sinos de cerca de 11 ou 15 cm de comprimento.. Elas possuem ranhuras que se assemelham à alguma escrita, e estranhas figuras em forma de símbolos. Foram recentemente encontradas, ele diz, em um monte de terra distante a poucas milhas de Quincy.
“Quando ele as mostrou à Joseph [Smith], este disse que as figuras ou escritos nelas eram semelhantes às utilizadas no Livro de Mórmon, e que se o Sr. Moore pudesse deixá-las com ele, as traduziria com a ajuda do poder de revelação.” (Charlote Haven, “Letter to my friends”, 2 de maio de 1843, em “A Girl’s letter’s from Nauvoo”, Overland Monthly 16, Dez.1890: 629-31).
Enquanto as placas Kinderhook foram, muitas vezes, apresentadas como evidências para as alegações de Joseph Smith a respeito do Livro de Mórmon, há um outro lado da história. Evidências mostram que as placas Kinderhook foram realmente falsificações modernas criadas especificamente com a finalidade de enganar Joseph Smith.
Joseph Smith aceitou estas placas como autênticas e chegou a afirmar que tinha traduzido uma parte delas.
William Clayton |
A evidência vem do diário de William Clayton, secretário particular de Joseph Smith. A informação no diário de Clayton foi considerada tão importante que foi colocada na primeira pessoa, e usada como base para a história das placas Kinderhook, que está impressa na History of the Church vol. 5, p. 372.
O seguinte é atribuído a Joseph Smith:
“Eu vi seis placas de latão, as quais foram encontradas no condado de Adams por algumas pessoas que faziam escavações no local. Elas estão repletas de inscrições antigas contendo de 30 a 40 caracteres de cada lado das placas. Eu traduzi uma parte delas e descobri que elas contém a história da pessoa com as quais elas foram encontradas. Ele era descendente de Cão, através do lombo do faraó, rei do Egito, e ele recebeu seu reinado do Governante dos céus e a terra.”
Depois que as placas foram encontradas, nove cidadãos de Kinderhook certificaram que R. Wiley pegou as "seis placas de bronze" de "um grande monte, nesta vizinhança."
Infelizmente para os mórmons, foi mais tarde foi revelado que as placas eram falsificações. Em 25 de abril de 1856, WP Harris, que foi uma das nove testemunhas da descoberta das placas, escreveu uma carta na qual afirmou que as placas não eram genuínas:
"... eu estava presente perto de Kinderhook e ajudei a cavar na época em que as placas foram encontrados ... Eu. .. fiz um depoimento honesto sobre o mesmo .... desde aquela época, Bridge Whitten disse-me que ele cortou e preparou as placas, e ele ... e R. Wiley fizeram as marcações .... Wilbourn Fugit parecia ser o chefe, com R. Wiley e B.Whitten". (The Book of Mormon? by James D. Bales, pp. 95-96)
Em 30 de junho de 1879, W. Fugate, que também era uma das nove pessoas que assinou o certificado, escreveu uma carta em que ele admitiu sua participação na farsa:
"Recebi sua carta em relação a essas placas, e direi em resposta que elas são uma farsa, obtidas por Robert Wiley, Bridge Whitten e eu .... Nós lemos na profecia de Pratt que ‘a verdade ainda brotará da terra’. Decidimos provar a profecia por meio de uma piada." (Letter of W. Fugate, as cited in The Kinderhook Plates, by Welby W. Ricks, reprinted from the Improvement Era, Sept. 1962)
A placa Kinderhook redescoberta |
Na época da Guerra Civil, as placas Kinderhook foram perdidas. M. Wilford Poulson, da Brigham Young University, descobriu mais tarde uma das placas originais no Museu da Sociedade Histórica de Chicago.
A placa que ele encontrou foi identificada como a número 5 dos fac-símiles impressos na History of the Church.
Enquanto a pesquisa do Professor Poulson levou-o a acreditar que a placa era uma falsificação, Welby W. Ricks, que era presidente da Sociedade de Arqueologia da BYU, saudou a descoberta como uma confirmação do trabalho de Joseph Smith:
"A redescoberta recente de uma das placas de Kinderhook, que foi examinada por Joseph Smith Júnior, reafirma seu chamado profético e revela as falsas declarações prestadas por um dos descobridores ...."As placas estão agora de volta à sua categoria original de genuínas.... Joseph Smith Júnior permanece como um verdadeiro profeta e tradutor de registros antigos, por meio divino, e todo o mundo é convidado a investigar a verdade, que saltou da terra não só pelas Placas Kinderhook, mas também pelo Livro de Mórmon." (The Kinderhook Plates)
Em 1965, três anos após Mr. Ricks fazer este anúncio triunfante, foi dada permissão a George M. Lawrence, um físico Mórmon, para examinar e fazer "alguns estudos físicos não destrutivos da placa sobrevivente." Em seu "Relatório de um Estudo Físico da Placa Kinderhook Número 5", George Lawrence escreveu:
"As dimensões, tolerâncias, composição e fabricação são consistentes com as instalações de uma oficina de ferreiro de 1843 e com as histórias de fraude dos participantes originais."
Como era permitido ao Sr. Lawrence fazer apenas ensaios não destrutivos, alguns estudiosos mórmons não aceitaram seu trabalho como conclusivo.
Em 1980, no entanto, o Mórmon Stanley P. Kimball foi capaz de "conseguir uma permissão da Chicago Historical Society para os testes destrutivos recomendados."
O professor Kimball descreveu os resultados dos testes na publicação oficial da Igreja Mórmon, The Ensign, em agosto de 1981, pp 66-70:
"Uma análise eletrônica e química recente de uma placa de metal ... levada em 1843 para o profeta Joseph Smith ... foi feita para resolver uma questão até então sem resposta na história da Igreja, evidenciando que a placa é o que seus fabricantes, mais tarde, disseram que era - uma tentativa do século XIX para atrair Joseph Smith, para que ele fizesse uma tradução dos caracteres de aparência antiga, que haviam sido gravados nas placas ....
"Como resultado destes testes, concluímos que a placa ... não é de origem antiga.... concluímos que a placa foi feita a partir de uma liga de bronze verdadeiro (cobre e zinco), típicos de meados do século XIX . Entretanto, o ‘bronze’ dos tempos antigos era realmente bronze, uma liga de cobre e estanho".
Se Joseph Smith não tivesse sido assassinado em junho de 1844, é muito possível que ele tivesse publicado uma "tradução" completa dessas placas falsas. Apenas um mês antes de sua morte, foi comunicado que ele estava
"ocupado em traduzi-las. O novo trabalho ... não será nada mais nada menos do que uma continuação de O Livro de Mórmon;..." (Warsaw Signal 22 de maio de 1844).
O fato de que Joseph Smith estava, na verdade, preparando-se para imprimir uma tradução das placas é verificado por um poster (broadside) publicado pelo jornal mórmon, The Nauvoo Neighbor, em junho de 1843. Este poster contém o fac-símiles das placas, e encontramos o seguinte:
Poster publicado no The Nauvoo Neighbor
"O conteúdo das placas, junto com um fac-símile das mesmas, serão publicados no ‘Times and Seasons’ assim que sua tradução for concluída”.
De qualquer forma, é óbvio que o trabalho de Joseph Smith sobre essas placas fraudulenta lança sérias dúvidas sobre sua credibilidade como tradutor das escrituras Mórmons, como o Livro de Mórmon e o Livro de Abraão.
O trabalho de Smith com as placas Kinderhook supostamente revelou que elas
" contém a história da pessoa com as quais elas foram encontradas. Ele era descendente de Cão, através do lombo do faraó, rei do Egito, e ele recebeu seu reinado do Governante dos céus e a terra.”
Agora, a fim de obter todas estas informações das placas, seria necessário ter "traduzido" um grande número de palavras.
Um homem que inventaria essas informações a partir de placas falsas é justamente o tipo de homem que fingiria traduzir o Livro de Abraão a partir de papiros egípcios - que ele realmente não sabia absolutamente nada sobre eles - ou traduzir o Livro de Mórmon a partir de placas de ouro, que ele nunca disponibilizou para estudiosos.
Charles A. Shook observou certa vez:
"Somente um falso profeta traduz a partir de placas falsas".
Enquanto esta pode não ser a forma mais delicada de ser abordado, este é um problema muito grave que não pode ser colocado de lado.
Ótimo post, investigadora! Acho que já tinha ouvido mencionarem essas placas, mas não conhecia o assunto com muita profundidade.
ResponderExcluirQuantas mais provas serão necessárias para mostra que, de fato, Joseph foi nada mais que um rapaz bacana com muito imaginação? Creio que esta seja a qualidade de todos os profetas de todas as religiões: muita criatividade. Fora o grande poder de persuasão, lógico.
ResponderExcluirGod Slayer
ResponderExcluirAinda há uma série de posts sobre esse assunto, pois ele vale a pena. Esta é apenas uma introdução.
Abs
eraumavezchaplin
ResponderExcluirEu nem acho o Smith tão bacana assim....
Abs