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domingo, 1 de novembro de 2009

LIVRO DE MÓRMON 3 - geografia x fé

CORRELAÇÃO ENTRE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS E LOCAIS DESCRITOS NO LIVRO DE MÓRMON - ELA EXISTE???

 

Assim como a Bíblia, o Livro de Mórmon se apresenta como registro histórico da auto-revelação de Deus à raça humana. Ambos os livros falam do Jesus Cristo e de vários profetas aparecendo ao que se assume são pessoas verdadeiras vivendo em tempos e lugares específicos dentro da história humana. Estas afirmações históricas impulsionaram eruditos a buscarem evidência da existência de povos e eventos descritos no Livro de Mórmon, e dão significado ao assunto da arqueologia do Livro de Mórmon.


"Os fatos como são, não mostraram nada, absolutamente nada, em nenhuma escavação do Novo Mundo, que possa sugerir a um observador desapaixonado que o Livro de Mórmon, como pretendia Joseph Smith, seja um documento histórico relacionado com a história dos antigos imigrantes a nosso hemisfério."

Michael Coe, Arqueólogo mesoamericano
 


É claro que, há limites no que se pode investigar por meio da arqueologia. A ciência não pode confirmar nem negar as afirmações sobrenaturais nem as verdades espirituais do Livro de Mórmon. Entretanto, ao procurar evidência das civilizações descritas no Livro de Mórmon, a arqueologia pode nos ajudar a avaliar a credibilidade histórica fundamental deste registro escriturário. A evidência a respeito das afirmações históricas do Livro de Mórmon, bem poderia impactar nossa confiança em sua mensagem espiritual.


CONSIDERAÇÕES GEOGRÁFICAS


O Livro de Mórmon descreve ao mundo de seus habitantes como massa de terra em forma de ampulheta (relógio de areia) que consistia da “terra do norte” e a “terra do sul” rodeadas de água e conectadas por uma “pequena língua de terra” entre as duas (Alma 22:32). É necessário localizar estas terras antes de poder empregar a arqueologia para avaliar o Livro de Mórmon, e este fato se afirma por eruditos da Igreja dos Santos dos Últimos Dias.(SUD) [1]

Era de se esperar que determinar a localização geográfica das terras do Livro de Mórmon seria tarefa bastante simples. Em vez disto, o tema chegou a ser questão de controvérsia considerável onde as teorias de eruditos modernos mórmons se opõem e vão contra o ensino tradicional da Igreja SUD.


O Panorama Tradicional



Segundo Joseph Smith e segundo os presidentes e apóstolos subseqüentes da Igreja SUD, a extensão geográfica das terras do Livro de Mórmon incluía virtualmente toda a América do Norte assim como toda a América do Sul.[2]

Joseph Smith identificou a costa do Chile como o lugar onde Lehi e os que viajavam com ele chegaram ao Mundo Novo,[3] e Smith também localizou a colina da Cumôra, o lugar da batalha épica onde os nefitas e lamanitas brigaram até a extinção, 9.600 quilômetros ao norte de Palmyra em New York. Assim, a América do Norte e a América do Sul constituíram as duas protuberâncias da ampulheta, conectadas por “uma pequena língua de terra” ou seja a área da América Central.[4]
 


Joseph Smith ensinou também que os índios Americanos eram os descendentes dos lamanitas. No livro History of the Church [História da Igreja] há registro de um incidente em junho 1834 onde Joseph Smith identificou, por guia divina, um esqueleto encontrado em um enterro índio no estado de Illinois, dizendo que era do guerreiro lamanita Zelph:


... As visões do passado foram abertas a minha compreensão pelo Espírito do Todo-poderoso, descobri a pessoa cujo esqueleto tínhamos à frente, e que era um lamanita branco, um homem forte e grande, e um homem de Deus. Seu nome era Zelph ... que foi reconhecido desde a colina da Cumôra, ou do mar oriental até as montanhas Rochosas.[5]

A Igreja SUD continua ensinando que os índios nativos das Américas são os descendentes diretos dos povos do Livro de Mórmon. Por exemplo, a “Introdução” em edições atuais do Livro de Mórmon (desde 1981), descreve os lamanitas como, “os principais antecessores dos índios das Américas”.


Por que eruditos Mórmons se opõem


A pesar do ensino dos líderes espirituais da igreja mórmon, não ter sido discutido por cem anos, vários eruditos SUD concluíram que o panorama tradicional geográfico do Livro de Mórmon tem pouco que ver com a realidade. Suas conclusões se apóiam em vários problemas sérios que surgem quando nós procuramos aplicar descrições do Livro de Mórmon quanto a tempo de viagem e crescimento demográfico aos territórios vastos das Américas. Por exemplo, enquanto o Livro de Mórmon deixa claro que as civilizações rivais de nefitas e lamanitas se centraram perto da pequena “língua de terra” (que se entendeu estar em algum lugar na América Central), diz que eles concordaram em reunir para sua batalha final épica na colina da Cumôra (Mórmon 6:1-6). Joseph Smith e a tradição mórmon localizam este lugar há milhares de quilômetros do estado de Nova Iorque. É difícil encontrar uma explicação razoável pela qual estes exércitos viajariam esta distância imensa para fazer a batalha.

Outro problema significativo para a geografia tradicional do Livro de Mórmon tem que ver com a premissa que as populações nativas dos vastos continentes americanos (América do norte e América do Sul) são os descendentes de dois grupos diminutos de imigrantes transoceânicos semitas (os jareditas, que chegaram no Novo Mundo entre 3000 - 2000 a.C. mas posteriormente lutaram até sua própria extinção, e os nefitas e mulequitas, que chegaram em torno de 600 a.C.). A evidência arqueológica mostra conclusivamente que o hemisfério ocidental se povoou muito antes, pelo menos 10.000 a.C. por asiáticos orientais que emigraram através do Estreito do Bering. São estes povos, os mongóis que são os antepassados dos índios americanos, segundo o Smithsonian Institute:


Os índios Americanos são fisicamente mongolóides e, portanto devem ter se originado na Ásia oriental. As diferenças na aparência das várias tribos do Novo Mundo em tempos recentes se deve a (1) a variabilidade inicial de seus antepassados asiáticos; (2) adaptações sobre vários milênios aos ambientes variados do Novo Mundo; e (3) os diferentes graus de inter criação com povos de origens européia e africana em tempos pós-colombianos.[6]

Não há evidência sólida para imigração via outras rotas que requeriam longas viagens marítimas (antes das chegadas nórdicas da Groenlândia e Newfoundland em torno de 1000 d.C.), como proposto pelo Livro de Mórmon. E se tais viagens ocorreram, não eram significativos para as origens e a composição de populações do Novo Mundo.[7]


A Teoria da Geografia Limitada

Para tirar estas inerentes inverossimilhanças e proteger a credibilidade do Livro de Mórmon como história autêntica, vários estudiosos SUD têm proposto um novo enfoque chamado “a teoria de geografia limitada.” 



 Oproponente deste panorama com major influencia é o Prof. John L. Sorenson da Universidade Brigham Young (Veja o mapa). Sorenson restringe a área dos fatos apresentados no Livro de Mórmon a um seção da América Central de aproximadamente 640 km de comprimento. O Istmo do Tehuantepec no México corresponde à “pequena língua de terra” da massa de terra em forma de uma ampulheta descrita acima.[8]

Enquanto a teoria limitada da geografia aparece para resolver algumas das imperfeições da geografia tradicional do Livro de Mórmon, cria outros problemas que são igualmente graves. Isso se choca com detalhes no Livro de Mórmon, contradiz o ensino de vários presidentes e apóstolos SUD, e enfim não pode produzir um só pedaço de evidência arqueológica que se pode identificar como nefita nem jaredita (um fato que professores da Universidade Brigham Young, tais como Hugh Nibley, Bruce. W. Warren, e David J. Johnson todos reconhecem). [9]


Duas Cumoras?


Uma área de grande contradição entre a teoria de geografia limitada e o Livro de Mórmon concerne a identidade e a localização da colina da Cumôra. 

Sorenson localiza Cumora na América Central, em um lugar distante apenas 144 km da pequena ”língua de terra”. Enquanto que isto tira um requisito pouco realista do panorama tradicional, o qual tem dois exércitos que marcham milhares de quilômetros ao norte para fazer a batalha onde é agora Palmyra, Nova Iorque, choca-se com a descrição no Livro de Mórmon da Cumôra como “uma imensa distância” da pequena língua de terra até “a terra do norte” (Helamã 3:3,4). 

Se o Istmos do Tehuantepec — que para o Sorenson é “a pequena língua de terra” — que mede uns 190 quilômetros de lado a lado é “estreita,” como pode ser que os 144 quilômetros da pequena “língua de terra” até a Cumôra de Sorenson sejam “uma imensa distância” como o descreve o Livro de Mórmon?[10]

A teoria de geografia limitada parece também estar em um grande desacordo com o Livro de Mórmon já que requer duas Cumôras. Isto é necessário uma vez que localiza a batalha final entre nefitas e lamanitas em uma Cumôra na América Central, enquanto que Joseph Smith recuperou as placas do Livro de Mórmon na colina da Cumôra tradicional no estado de Nova Iorque. Isto também deixa a Moroni com a tarefa de transportar sozinho as placas pesadas do Livro de Mórmon (além da inteira biblioteca nefita) uma distância de 3,200 quilômetros até Cumôra em Nova Iorque.


Evasivas direcionais


Outra discrepância maior da teoria de geografia limitada é a evasiva direcional de 45 graus que resulta quando as características geográficas do Livro de Mórmon se sobrepõem no lugar proposto da América Central.  


O desenho da teoria da geografia limitada (acima) ilustra o problema. Mostra que “a terra do norte” e “a terra do sul” do Livro de Mórmon são orientadas verdadeiramente por uma linha de sudeste - noroeste. Isto coloca o “mar oriental” e o “mar ocidental” quase diretamente ao norte e ao sul destas propostas terras do Livro de Mórmon. 

É claro ao estudar a Bíblia que no antigo Israel se usava o sol crescente como a base para sua orientação direcional (por exemplo, Êxodo 27:13; 38:13; Números 2:3; Ezequiel 8:16). Portanto, deveríamos perguntar: 

“Seria possível que os imigrantes Hebreus que chegaram ao lugar proposto na América Central, e utilizando o sol como sua referência direcional, chegariam à orientação direcional tão severamente equivocados como sugerido por Sorenson?” 
Muito difícil.

Outro conflito ainda é a ausência do “mar do norte” e o “mar do sul” (Helamã 3:8). No panorama tradicional, estas descrições correspondem ao Oceano Atlântico debaixo da ponta da América do Sul (Cabo Horn), e o Oceano Ártico ao norte da América do Norte, respectivamente. 


As edições do Livro de Mórmon de 1888 a 1921 incluíram uma nota indicando isto em Helamã 3:8-9. Por causa destes choques com tradição mórmon e a evidência interna do Livro de Mórmon, a teoria de geografia limitada foi condenada repetidamente por líderes SUD, inclusive Joseph Fielding Smith, jr. (Décimo Presidente), Harold B.Lee (décimo primeiro Presidente), e Bruce R. McConkie. [11] 

Em 1979 o jornal oficial da Igreja Mórmon, Church News [Notícias da Igreja] chamou esta teoria de “prejudicial” e um “desafio” às “palavras dos profetas com respeito ao lugar onde Moroni enterrou os registros."[12]

A geografia do Livro de Mórmon apresenta um dilema teológico: por um lado, o panorama tradicional produz uma série de feitos improváveis que afetam a credibilidade histórica do Livro de Mórmon; por outro lado, a teoria de geografia limitada rechaça as declarações claras de Joseph Smith e de presidentes e apóstolos subseqüentes, e entra em choca com o ensino do Livro de Mórmon em vários pontos importantes.


Veja também:


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Notas
1 - Veja por exemplo, John L. Sorenson, An Ancient American Setting for the Book of Mormon, (Salt Lake City: Deseret Book and Provo: Foundation for Ancient Research and Mormon Studies, 1985), P. 1.
2 - Joseph Smith e gerações sucessivas de presidentes e apóstolos mórmons ensinaram que os nefitas e lamanitas vagaram por toda as Américas Norte e Sul, e travaram uma batalha até sua própria extinção na Colina Cumôra no estado de Nova Iorque. Está documentado por Joseph Fielding Smith, décimo Presidente da Igreja SUD, em sua obra reconhecido, Doutrina de Salvação, 3 vols. (Igreja Do Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 1979), 3:218-229.
3 - Veja a revelação do Joseph Smith titulada “Lehi's Travels” [Viagem de Lehi] no livro de Franklin D. Richards e James A. Little, Ao Compendium of the Gospel, 2nd ed. (Salt Lake City: George Q. Cannon & Sons CO., 1884), P. 289.
4 - Este panorama geográfico se explicou nas notas de rodapé das edições do Livro de Mórmon de 1876 até 1920.
5 - History of the Church, 1948 ed., II: 79-80.
6 - "Origin of the American Indians,” National Museum of Natural History-Smithsonian Institution, Washington , D.C. , 1985, P. 1.
7 - Ibid.
8 - A teoria de Sorenson está delineada em seu livro, An Ancient American Setting for the Book of Mormon, (Deseret Book, 1985).
9 - Hugh Nibley, An Approach to the Book of Mormon, (Salt Lake City: Deseret Book CO., 1964, 1979), P. 370; Bruce W. Warren, “Book Reviews,” BYU Studies, Vol. 30, No. 3 (Summer 1990), P. 134; David J. Johnson, “Archaeology,” in Encyclopedia of Mormonism, 4 vols. (New York: Macmillan, 1992), 1:62-63.

10 - Como descrito por Dan Vogel, “Book of Mormon Geography,” P. 32, estudo não publicado, sem data.
11 - Church News,
10 September 1938 , pp. 1,6.
12 - Deseret News
, Church News 48, No. 30 ( 29 July 1979 ): P. 16.

2 comentários:

  1. Essa questão de geografia do Livro de Mórmon é uma baita confusão que nem mesmo os mórmons chegam a um consenso. Já foi provado pelo DNA dos índios americanos que são descendentes de asiáticos e não israelitas. Toda essa estória do Livro de Mórmon não passou de pura invenção do J. Smith. Quem analisa chega a uma conclusão: não existe nada que comprove a geografia do Livro de Mórmon. Só resta então desacreditar. Oração como os mórmons sugerem não trás nada de útil e não prova nada. Sentimentos não são provas cabais de nada. A bíblia por exemplo, existem locais geográficos históricos que podemos visitar hoje em dia, e o Livro de Mórmon? Nada existe!

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  2. Mário

    Você irá se divertico com o post "O Cumora que não é o Cumora" - http://investigacoessud.blogspot.com/2010/08/o-monte-cumora-que-nao-e-o-cumora.html

    Abs

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