Como todos aqui, tb não foi fácil para mim sair da igreja, é um processo doloroso.
Vou tentar resumir a minha história.
Quando eu tinha sete anos, meu pais conheceram a igreja através de uma vizinha. Antes disso eles eram católicos, mas não frequentavam igrejas. Enfim, depois de algumas palestras eles se batizaram.
Eu me batizei após completar 8 anos. Não tinha idéia do que estava fazendo. Eu gostava da igreja pq lá eu tinha "amiguinhos" e gostava das "tias" da primária, e tb gostava das atividades. Filiar-se a uma igreja é uma decisão séria, e crianças não tem maturidade suficiente para tomar decisões como essa. Eu mesma sofri muito e ainda tenho meu nome na igreja, por causa de algo que fiz aos 8 anos, é justo?
As coisas começaram a ficar mais complicadas na minha adolescência, quando entrei para a O.M. Eram muitas exigências, não podia isso, não podia aquilo. Eu sempre me sentia como se eu não fosse boa o suficiente. Me sentia culpada por qualquer coisinha que eu fazia, coisas que são consideradas normais nessa idade. Mas a igreja exige "perfeição" dos membros, principalmente dos mais jovens.
Me sentia muitas vezes isolada dos meus amigos não membros, pois eu vivia em uma bolha. E o pior de tudo, é que eu, arrogante como todo bom mórmon, me sentia melhor do que aquelas pessoas não membros. Tinha certeza que eu fazia parte da única igreja verdadeira, e que todas as outras pessoas e suas crenças estavam erradas. Somente a minha igreja estava certa, e ponto final!
Foi na minha adolescência tb que ouvi pela primeira vez sobre a tal poligamia. Foi em uma aula das moças, e alguém perguntou algo a respeito para a professora. Ela ficou meio sem graça, e depois de muita enrolação disse que a poligamia existiu pq naquela época muitos homens morriam em guerras, deixando as mulheres viúvas. Então, alguns homens da igreja casavam com essas mulheres, para poder ajudá-las.
Vou tentar resumir a minha história.
Quando eu tinha sete anos, meu pais conheceram a igreja através de uma vizinha. Antes disso eles eram católicos, mas não frequentavam igrejas. Enfim, depois de algumas palestras eles se batizaram.
Eu me batizei após completar 8 anos. Não tinha idéia do que estava fazendo. Eu gostava da igreja pq lá eu tinha "amiguinhos" e gostava das "tias" da primária, e tb gostava das atividades. Filiar-se a uma igreja é uma decisão séria, e crianças não tem maturidade suficiente para tomar decisões como essa. Eu mesma sofri muito e ainda tenho meu nome na igreja, por causa de algo que fiz aos 8 anos, é justo?
As coisas começaram a ficar mais complicadas na minha adolescência, quando entrei para a O.M. Eram muitas exigências, não podia isso, não podia aquilo. Eu sempre me sentia como se eu não fosse boa o suficiente. Me sentia culpada por qualquer coisinha que eu fazia, coisas que são consideradas normais nessa idade. Mas a igreja exige "perfeição" dos membros, principalmente dos mais jovens.
Me sentia muitas vezes isolada dos meus amigos não membros, pois eu vivia em uma bolha. E o pior de tudo, é que eu, arrogante como todo bom mórmon, me sentia melhor do que aquelas pessoas não membros. Tinha certeza que eu fazia parte da única igreja verdadeira, e que todas as outras pessoas e suas crenças estavam erradas. Somente a minha igreja estava certa, e ponto final!
Foi na minha adolescência tb que ouvi pela primeira vez sobre a tal poligamia. Foi em uma aula das moças, e alguém perguntou algo a respeito para a professora. Ela ficou meio sem graça, e depois de muita enrolação disse que a poligamia existiu pq naquela época muitos homens morriam em guerras, deixando as mulheres viúvas. Então, alguns homens da igreja casavam com essas mulheres, para poder ajudá-las.
Depois dessa resposta ridícula, pensei o mesmo que muitos aqui: "Mas precisa casar para ajudar?"
.
Acredito que nem mesmo a coitada da professora sabia a verdade sobre a poligamia, ela deu a resposta que conhecia. A igreja tenta esconder certas coisas...
Naquele dia fiquei pensando o dia inteiro sobre essa aula. Fiquei sem entender pq ninguém nunca me contou antes.
Mas continuei indo na igreja, mesmo com tantas dúvidas. Aliás, que outra escolha eu tinha? Aquilo ali era praticamente quase tudo que eu conhecia, tinha "crescido" lá dentro, e a maior parte dos meus amigos estavam lá.
Depois de uns anos em uma aula para adultos solteiros, ouvi pela primeira vez sobre a questão dos negros na igreja. Tb fiquei chocada, e mais chocada ainda fiquei com as explicações dos membros. Nessa época tb fui aprender mais sobre a poligamia. Mas sempre recebia uma resposta diferente sobre o assunto. Uns contavam a história das viúvas, outros diziam que era para trazer mais pessoas ao mundo, etc, etc.
Mas nunca concordei, e esse assunto me enojava. Mas continuei na igreja...
Anos e anos se passaram e eu me casei. E aí aconteceu algo que me fez parar e refletir de verdade sobre a igreja: O TEMPLO.
Quem passou por aquilo sabe que loucura é. Qualquer pessoa em sã consciência nota que há algo muuuito errado com aquelas sessões do templo. A começar pelas roupas, se é que podemos chamar aquilo de roupa, né? Aquele aventalzinho verde, um monte de panos, os homems com chapéu de cozinheiro.
Aí depois vem um senhor ensinar uns sinais, apertos de mão. E toda aquela bagunça, tira o avental aqui, amarra acolá, levanta, senta, faz isso e aquilo com a mão, etc, etc! Não, isso não é coisa de adultos normais!! Mas sim de pessoas loucas e sem noção.
E nem vou comentar do filminho do capeta, né?
Saí de dentro do templo me sentindo como se tivesse deixado para trás um hospício. Tinha dentro de mim uma sensação ruim, de que algo não estava certo. Falei para o meu marido que não queria visitar o templo tão cedo.
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Acredito que nem mesmo a coitada da professora sabia a verdade sobre a poligamia, ela deu a resposta que conhecia. A igreja tenta esconder certas coisas...
Naquele dia fiquei pensando o dia inteiro sobre essa aula. Fiquei sem entender pq ninguém nunca me contou antes.
Mas continuei indo na igreja, mesmo com tantas dúvidas. Aliás, que outra escolha eu tinha? Aquilo ali era praticamente quase tudo que eu conhecia, tinha "crescido" lá dentro, e a maior parte dos meus amigos estavam lá.
Depois de uns anos em uma aula para adultos solteiros, ouvi pela primeira vez sobre a questão dos negros na igreja. Tb fiquei chocada, e mais chocada ainda fiquei com as explicações dos membros. Nessa época tb fui aprender mais sobre a poligamia. Mas sempre recebia uma resposta diferente sobre o assunto. Uns contavam a história das viúvas, outros diziam que era para trazer mais pessoas ao mundo, etc, etc.
Mas nunca concordei, e esse assunto me enojava. Mas continuei na igreja...
Anos e anos se passaram e eu me casei. E aí aconteceu algo que me fez parar e refletir de verdade sobre a igreja: O TEMPLO.
Quem passou por aquilo sabe que loucura é. Qualquer pessoa em sã consciência nota que há algo muuuito errado com aquelas sessões do templo. A começar pelas roupas, se é que podemos chamar aquilo de roupa, né? Aquele aventalzinho verde, um monte de panos, os homems com chapéu de cozinheiro.
Aí depois vem um senhor ensinar uns sinais, apertos de mão. E toda aquela bagunça, tira o avental aqui, amarra acolá, levanta, senta, faz isso e aquilo com a mão, etc, etc! Não, isso não é coisa de adultos normais!! Mas sim de pessoas loucas e sem noção.
E nem vou comentar do filminho do capeta, né?
Saí de dentro do templo me sentindo como se tivesse deixado para trás um hospício. Tinha dentro de mim uma sensação ruim, de que algo não estava certo. Falei para o meu marido que não queria visitar o templo tão cedo.
Depois disso começei a estudar mais sobre a igreja, procurei coisas na internet, em livros, manuais, etc. E só ia me decepcionando mais e mais. Ao mesmo tempo que ia buscando informações, as compartilhava tb com o meu marido, que tb nao conhecia nada da igreja, e olha que ele tinha nascido lá dentro, servido missão e tudo mais.
Fui me afastando aos poucos, não me sentia bem na igreja. Achei essa comunidade, e aqui aprendi muito tb, vi histórias parecidas com a minha. Me senti enganada, triste, usada, etc. Uma mistura de raiva, tristeza e desilusão. Depois de um ano estudando muito sobre o mormonismo, saí de vez. Meu marido ia algumas vezes, mas poucos meses depois saiu tb para nunca mais voltar.
.
Depois de um tempo a minha mãe tb saiu, conversei muito com ela e contei tudo que eu sabia. Quando a gente ama uma pessoa muito, nao queremos que ela seja enganada. E é assim que eu sentia sobre a minha mãe. Quando ela saiu, meu irmão tb parou de frequentar.
Estudar o mormonismo me levou tb a estudar e questionar outras crenças. Hoje posso dizer que sou atéia, as vezes me sinto agnóstica, mas um agnosticismo mais puxado para o ateísmo.
Mas de uma coisa eu tenho certeza, hoje estou e sou muito melhor do que antes. Me sinto feliz de verdade pela primeira vez. Sou livre para fazer o que quero. Sou livre de culpas, de pecados, de mandamentos, de medos, etc. Hoje respeito o meu próximo, seja ele religioso, ateu, homossexual, negro, branco, etc. Não me sinto superior a ninguém. Entendo que somos todos humanos, cheios de falhas e dúvidas. E gosto de ser assim, humana!
Hoje dou mais valor a vida, tenho mais compaixão pelos outros. Não sei se terei outra chance de viver, então aproveito o agora, dou valor as pessoas que eu amo, tento realizar os meus sonhos, enfim, eu VIVO. Faço o bem pq eu quero, não pq tenho medo do inferno, ou pq espero alguma recompensa divina. Todas as minhas boas ações, o meu amor e carinho que dedico as pessoas (e aos animais), são livres de interesse.
Fui me afastando aos poucos, não me sentia bem na igreja. Achei essa comunidade, e aqui aprendi muito tb, vi histórias parecidas com a minha. Me senti enganada, triste, usada, etc. Uma mistura de raiva, tristeza e desilusão. Depois de um ano estudando muito sobre o mormonismo, saí de vez. Meu marido ia algumas vezes, mas poucos meses depois saiu tb para nunca mais voltar.
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Depois de um tempo a minha mãe tb saiu, conversei muito com ela e contei tudo que eu sabia. Quando a gente ama uma pessoa muito, nao queremos que ela seja enganada. E é assim que eu sentia sobre a minha mãe. Quando ela saiu, meu irmão tb parou de frequentar.
Estudar o mormonismo me levou tb a estudar e questionar outras crenças. Hoje posso dizer que sou atéia, as vezes me sinto agnóstica, mas um agnosticismo mais puxado para o ateísmo.
Mas de uma coisa eu tenho certeza, hoje estou e sou muito melhor do que antes. Me sinto feliz de verdade pela primeira vez. Sou livre para fazer o que quero. Sou livre de culpas, de pecados, de mandamentos, de medos, etc. Hoje respeito o meu próximo, seja ele religioso, ateu, homossexual, negro, branco, etc. Não me sinto superior a ninguém. Entendo que somos todos humanos, cheios de falhas e dúvidas. E gosto de ser assim, humana!
Hoje dou mais valor a vida, tenho mais compaixão pelos outros. Não sei se terei outra chance de viver, então aproveito o agora, dou valor as pessoas que eu amo, tento realizar os meus sonhos, enfim, eu VIVO. Faço o bem pq eu quero, não pq tenho medo do inferno, ou pq espero alguma recompensa divina. Todas as minhas boas ações, o meu amor e carinho que dedico as pessoas (e aos animais), são livres de interesse.
Descobri que é possível ser boa, gentil e viver muito bem longe do mundo religioso. Aliás, esse mundo religioso tende a fazer mais mal do que bem. Separa as pessoas, incentiva o ódio, o preconceito, e até a violência. Quero distância de religiões. Estou muito bem sem elas
Vida
Adorei este testemunho da Vida. Parece que existem milhares de pessoas que hoje estão passando por situações identicas às nossas. O mormonismo faz muito mal para as pessoas. Feliz daquele que não está envolvido com religião alguma.
ResponderExcluirReligião, toda igreja inventa sua verdade, então: "todas igrejas são verdadeiras ?". Prefiro ficar longe de todas às verdades religiosas. No fundo não somente o mormonismo é maléfico, mas todas religiões . Acredito em Deus, somente em Deus,depois de 40 anos ,vivendo num mundo de medo e culpa ,quero distância de doutrinas escravagistas. Viva à liberdade.
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