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domingo, 6 de dezembro de 2009

O LIVRO DE MÓRMON - plagio 2

PRÉVIO             

PROBLEMAS DO LIVRO DE MÓRMON

Cópia da Bíblia - erros e contradições

É evidente que Joseph Smith usou várias fontes em sua monumental obra (veja AQUI). Uma destas foi o próprio ambiente onde viveu, especificamente a intensa especulação sobre a origem dos americanos nativos, que incendiou a imaginação coletiva do começo do séc. XIX na Nova Inglaterra. Outros livros, lendas e publicações também foram usados extensamente por Smith (veja mais detalhes AQUI).

Mas uma das fontes mais conhecidas que usou para fazer o Livro de Mórmon foi a Bíblia King James [N. do T.: A Bíblia King James, ou Bíblia do Rei Tiago, é a maior Bíblia inglesa. Era a Bíblia vigente na época de Smith em inglês. Em português tem sua equivalente na Almeida Corrigida e Fiel, que segue exatamente a mesma tradução Rei Tiago]. 

É um fato inegável que o Livro de Mórmon cita a Bíblia. Este fato é reconhecido no próprio Livro, em frases como: 

'...agora eu, Néfi, escrevo mais das palavras de Isaías, pois que minha alma se deleita em suas palavras' (II Néfi 11:2). 

O Livro de Mórmon contém longas citações de Isaías - há cerca de vinte e um capítulos do profeta no Livro, em muitos casos, citados literalmente da versão do Rei Tiago.

Os dois grandes blocos de capítulos de Isaías (2-14 e 48-54) estão distribuídos entre quatro livros (1 Néfi, 2 Néfi, Mosias e 3 Néfi). Também, Isaías 29 é citado em 2 Néfi.

A seguinte relação mostra onde os vinte e um capítulos de Isaías são encontrados no Livro de Mórmon:

Isaías 2-14 em 2 Néfi 12-24        -13 capítulos
Isaías 29 em 2 Néfi 27                - 1 capítulo
Isaías 48-49 em 1 Néfi 20-21      - 2 capítulos
Isaías 50-51 em 2 Néfi 7-8          - 2 capítulos
Isaías 52 em 3 Néfi 20                - 1 capítulo
Isaías 53 em Mosias 14              - 1 capítulo
Isaías 54 em 3 Néfi 22                - 1 capítulo

Versículos adicionais de Isaías, na maior parte dos mesmos capítulos citados na relação acima (veja os itálicos abaixo), estão distribuídos por todo o Livro de Mórmon:

Isa 5:26 *  em 2 Néfi 29:2                                                      Isa 11:4 em 2 Néfi 30:9
Isa 11:5-9 em 2 Néfi 30:11-15                                              Isa 11:11a * dentro 2 Néfi 25:17a; 
                                                                                                   29:1b; cf  25:11
Isa 22:13 * em 2 Néfi 28:7-8                                                 Isa 25:12 * em 2 Néfi 26:15
Isa 28:10.13 * em 2 Néfi 28:30                                             Isa 29:3-4 * em 2 Néfi 26:15-16
Isa 29:5 * em 2 Néfi 26:18                                                     Isa 29:14a * em 1 Néfi 14:7a;  22:8a; 
                                                                                                   2 Néfi 25:17b; 29:1a
Isa 29:15a * em2  Néfi 28:9b                                                Isa 29:21b * em 2 Néfi 28:16a
Isa 40:3 * em 1 Néfi 10:8                                                       Isa 45:18 * em 1 Néfi 17:36
Isa 49:22 * em 1 Néfi 22:8; 2 Ne 6:6                                    Isa 49:23a * em 1 Néfi 22:8b; 
                                                                                                    2 Néfi 10:9a
Isa 49:23 em 2 Néfi 6:7                                                         Isa 49:24-26 em Néfi 2 6:16-18
Isa 52:1a * em Morôni 10:31 a                                             Isa 52:1-2 dentro 2 Néfi 8:24-25
Isa 52:7 * em 1 Néfi 13:37; Mosias 15:14-18                     Isa 52:7-10 em Mosias 12:21-24
Isa 52:8-10 em Mosias 15:29-31; 3Néfi 16:18-20             Isa 52:10 * em 1 Néfi 22:10-11
Isa 52:12 * em 3Néfi 21:29                                                   Isa 52:13-15 * dentro 3 Néfi 21:8-10
Isa 53:8.10 * em Mosias 15:10-11                                       Isa 54:2b * em Morôni 10:31a
Isa 55:1 * em 2 Néfi 26:25                                                     Isa 55:1-2 em 2 Néfi 9:50-51

* passagens de Isaías que foram parafrasedas no Livro de Mórmon.

Nestas passagens citadas de Isaías, aproximadamente um terço dos versículos têm grandes diferenças quando comparado a Versão da Bíblia do Rei Tiago - isto é, mudanças ou adições do texto que mudam  significativamente o sentido do versículo. 

Outro um terço dos versículos de Isaías no Livro de Mórmon tem frases menores ou mudanças na pontuação que não alteram o sentido do versículo; e um terço é exatamente o mesmo que corresponde às passagens bíblicas.

O âmbito do problema

Há uma grande quantidade de material da Bíblia que pode ser facilmente reconhecida no Livro de Mórmon. Este inclui os profetas Isaías e Malaquias do Velho Testamento, e o Sermão da Montanha (Mt. 5-7) do Novo Testamento.

Também pode se mostrar que o Livro de Mórmon contém um número extraordinário de citações bíblicas desconhecidas. É difícil precisar o número exato, mas pode-se dizer que passa de cem. 1  

O Novo Testamento é de longe a maior fonte destas citações. Dos vinte e seis livros do Novo Testamento, vinte deles estão representados por uma ou mais citações no Livro de Mórmon. 

O Velho Testamento também dá um pequeno número de citações desconhecidas. Entre estas citações há de Gênesis, Êxodo, Jó, Miquéias, Oséias e Salmos.

Citações reconhecidas

Das citações reconhecidas, Isaías dá a maior quantidade de material. Em geral, este material é citado quase literalmente da Versão do Rei Tiago 2

Agumas passagens, porém, mostram que foram bastante alteradas. Por exemplo, Smith alterou Is. 29:11,12 para transformar o texto numa 'profecia' sobre a vida de Anton. (II Néfi 27:15 e seguintes). 

As mudanças que foram feitas no texto são várias. Em geral, a maioria das mudanças acontece nas palavras em itálico do Rei Tiago (que os tradutores do Rei Tiago usaram para mostrar que a tradução não estava no original do texto). 

Porém, Smith deixou ou modificou as palavras em itálico. Em alguns casos, as mudanças no texto levaram a leituras impossíveis. Por exemplo, II Néfi 19:1 adiciona as palavras 'mar Vermelho' em Is. 9:1, o que não faz sentido nenhum no contexto geográfico. 

[N. do T.: O Livro de Mórmon, neste versículo cita Isaías exatamente igual a Versão do Rei Tiago, palavra por palavra.  A edição brasileira do LdM de 1975, segue EXATAMENTE o inglês, palavra por palavra, assim como a edição brasileira da Tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová, que é traduzida literalmente do inglês. 

Nem mesmo a Bíblia Almeida Corrigida e Fiel é tão parecida com o RT. A Nova Bíblia na Linguagem atual já adiciona "mar Mediterrâneo", uma adição que não está no original, é claro, mas explica bem melhor que "mar Vermelho"].

Em vários casos, o Livro de Mórmon segue os erros de tradução do Rei Tiago. No versículo citado, por exemplo, Is. 9:1 deveria ler 'glorioso' em vez de 'seriamente'. O Livro de Mórmon comete o mesmo engano.

Dois capítulos do profeta Malaquias são citados por Jesus em III Néfi 24 e seguintes. A citação é quase literal à da Versão do Rei Tiago, com algumas variações menores.

O Livro de Mórmon também põe o Sermão da Montanha na boca de Jesus em III Néfi 12:3 e seguintes. De novo, a citação é quase literal ao RT, com algumas pequenas mudanças, possivelmente para retirar referências anacrônicas (ainda que o autor não teve sucesso completo nisto.)

Citações incompatíveis com a realidade histórica

1 - Em I Nefi 7:2, aparece um judeu por nome de Ismael.

Refutação: Dificilmente um judeu colocaria o nome do pai de uma tribo rival em seu filho. Ismael era filho de Hagar com Abraão, e sua descendência, os ismaelitas, tornou-se rival dos israelitas. 


2 - O Livro de Mórmon afirma que os índios americanos são descendentes dos Lamanitas que por sua vez vieram dos semitas hebreus.

Refutação: Os antropólogos e geneticistas têm provado que os índios americanos não tem nada a ver com descendência semita, são mongolóides.

3 - O livro de Mórmon afirma que existiram grandes civilizações na América, textos como: Mórmon 1:7, Jarom 1:8, II Nefi 5:15, Éter 9:17-19 provam isso:

Refutação: Contudo a arqueologia não encontrou nenhum vestígio de tais civilizações que comprovem a veracidade do Livro de Mórmon

Citações anacrônicas

De interesse particular são as citações que aparecem muito tempo antes das fontes serem escritas. Estes incluem várias centenas de citações e alusões do Novo Testamento, como também um anacronismo do Velho Testamento. 

Malaquias 4:1-2 é citado várias vezes em I e II Néfi (Veja I Néfi 22:15 e II Néfi 26:4, por exemplo). O problema é que Lehi e sua família supostamente deixaram Jerusalém antes da conquista babilônica - Malaquias, porém, foi um profeta do pós-exílio.

Portanto, qual seria a explicação de por que o Livro de Mórmon repetidamente cita o Novo Testamento antes que fosse escrito, e por que cita os erros da tradução do Rei Tiago (RT - em português, a Almeida CF) com seus arcaísmos e vários anacronismos.

A teoria que o mesmo Espírito que inspirou os hebreus inspirou os profetas nefitas é muito imaginativa. Assim como  a teoria que Smith copiou o RT porque era muito próxima à passagem que ele estava 'traduzindo'. 

Oras, segundo os mórmons, se a Bíblia é tão falha, por que copiar grandes partes dela, palavra por palavra, ao invés de traduzi-la da fonte fidedigna que Joseph Smith tinha em mãos?


Na realidade, tudo isto parece ser pouco mais que puras cópias, e as falhas podem ser demonstradas. 

Por exemplo, o Novo Testamento passou pelo idioma grego antes que fosse traduzido a Versão do Rei Tiago. O mesmo Espírito que inspirou os hebreus, inspirou os nefitas numa linguagem que eles não poderiam entender como o grego? 

Essa é a única explicação, embora incrível, sobre a influência da língua grega nas partes do Livro de Mórmon que são citadas do NT do RT.

Alguns outros exemplos de citações anacrônicas:

1 - Em I Nefi 4:9 e 16:18, aparece uma espada de aço.

Refutação: A ciência nos diz que nessa época ainda não existia o aço, mas somente o bronze.

2 - Em I Nefi 16:10,28 e 18:12, no livro de mórmon, aparece uma bússola.

Refutação: A Bússola ainda não existia no ano 589 a.C. Seu uso como instrumento de orientação só é comprovado no século XII. Por volta de 1300 se registraram as primeiras referências a seu uso entre os árabes e na Europa.

3 - Em I Nefi 18:25, Nefi alega que chegando a “terra abundante”, o nome que Smith deu para a América, encontraram ali cavalos, bois, cabritos [Enos 1:21], etc...

Refutação: A maioria desses animais não existiam ali até os ingleses os levarem. Os espanhóis foram os primeiros a levarem cavalos para o México.

4 - Smith usa a palavra judeu, 600 anos antes de Cristo [I Nefi 13:23 e II Nefi 33:8]

Refutação: O nome “judeu” naquela época não tinha nenhum significado ainda para os hebreus que eram chamados de Israelitas.  

5 - No livro de Ômni 1:25 e também em Alma 9:21, o escritor insta o povo e o rei a acreditarem no “dom de línguas” e no dom de “interpretação de línguas”.

Refutação: Este livro alega ser de 323-130 a.C. Mas como poderia existir tal dom nesta época se a Bíblia diz que o Espírito Santo e estes dois dons foram dados somente no dia de Pentecostes [33 d.C]? Há de se esclarecer ainda que estes dois dons são exclusivos da época neotestamentaria. Todos os demais dons do Espírito se encontram de maneira esparsa no AT, menos estes dois, o que torna impossível biblicamente esta afirmação do livro de Mórmon.
6 - No livro de Helamã 12:26 é citado um versículo do NT como se este já existisse 6 anos antes de Cristo nascer: 

“Sim, que serão condenados a um estado de infindável miséria, em cumprimento às palavras que dizem: Os que praticaram o bem terão vida eterna; e os que praticaram o mal terão condenação eterna.”

Refutação: Essas palavras constam do Evangelho de João que foi escrito no fim do primeiro século (90 d.C) “os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” (João 5:29)

7 - Em Alma 46:13-15, diz que os seguidores de Cristo eram chamados de cristãos. 

“E os que pertenciam a Igreja eram fiéis; sim, todos os que eram crentes verdadeiros em Cristo tomando sobre si alegremente o nome de Cristo, ou seja, de cristãos, como eram chamados em virtude de sua crença no Cristo que havia de vir.” (v.15) 

Refutação: É tão vergonhoso este erro, que chega a ser gritante. Tal episódio é datado no livro de Mórmon cerca de 73-72 a.C. Como isto poderia ocorrer se a Bíblia diz claramente que os discípulos foram chamados de cristãos pela PRIMEIRA VEZ em Antioquia? Observe; “e em Antioquia os discípulos PELA PRIMEIRA VEZ foram chamados cristãos.” (Atos 11:26) 

8 - Um dos anacronismos mais interessantes: o livro de Jacó, escrito em 500aC, no capítulo 7 versículo 27 termina com a frase: "irmãos, adieu". Veja o LdM original de 1830: http://www.inephi.com/143.htm e a figura abaixo

Irmãos, adieu.

Refutação: Adieu é uma palavra da língua francesa, que não existia nesse período - o francês surgiu por volta de 700 dC. 


Os mórmons afirmam que o inglês também não existia na época em que o livro de Jacó foi escrito, e que Joseph usou a palavra propositadamente. 

Mas, de acordo com David Witmer 10, a tradução do livro de mórmon ocorreu da seguinte forma: quando Joseph Smith colocava o rosto no chapéu com a pedra do vidente, "algo parecido com um pergaminho aparecia". Os hieróglifos apareciam um de cada vez, com a interpretação em inglês abaixo deles. Joseph Smith a lia e Oliver Cowdery, ou quem quer que fosse o secretário, a escrevia. Se tivesse sido escrito corretamente, o sinal ou a frase desaparecia. Se não, permanecia até ser corrigida. Isto significa que cada letra, cada sinal, era exatamente o que Deus havia dito, letra por letra, palavra por palavra. Não podia haver erro porque o sinal ou palavra não desaparecia até que estivesse cem por cento exata (veja mais detalhes AQUI).


Portanto, isso daria espaço para que Joseph Smith introduzisse uma palavra francesa, de acordo com sua interpretação? Certamente não!


Para reforçar essa idéia,Joseph F. Smith, sexto presidente da igreja mórmom declarou: 

"Joseph não reproduziu o escrito das placas de ouro na lingua inglesa em seu próprio estilo como muitos crêem, mas cada palavra e cada letra foram-lhe dadas pelo dom e poder de Deus."11

O que sabemos é que o impacto da descoberta foi tão grande, que estima-se que cerca de 5 milhões de membros abandonaram a igreja. Literalmente, disseram adieu.


Logo em seguida, as publicações do LdM apareceram com a palavra trocada por adeus.

Palavras e frases usadas no contexto da Bíblia

Há um número bastante grande de palavras que só aparecem no contexto do RT. A implicação aqui é que estas palavras são o resultado de citações bíblicas, e simplesmente não é uma parte coincidente do vocabulário do autor.

Exemplo 1 - A palavra 'manifestação' (ou seu plural) é usada em I Co. 12:7, na frase 'manifestação do Espírito'. Este versículo é citado em Moroni 10:8. 


Esta, em si mesmo, não é uma citação anacrônica, já que Moroni viveu muito tempo depois do cânon de Novo Testamento ser formulado (ainda que seja um pouco obscuro como estas citações do Novo Testamento conseguiram cruzar o oceano). 


Porém, toda vez que a palavra 'manifestação' é usada no Livro de Mórmon, sem ter em conta o contexto, autor ou tempo, aparece na frase 'manifestação do Espírito'. Isto não pode ser coincidência.

Exemplo 2 - a palavra 'amargura' aparece em At. 8:23, na frase 'fel de amargura e laço de iniqüidade'. Vemos que toda vez que a palavra 'amargura' é usada no Livro de Mórmon, aparece na frase 'fel de amargura', de novo sem ter em conta o contexto ou autor. 


Mais significante ainda, a palavra, em todos os casos, exceto um, também aparece com a frase 'laço de iniqüidade'.

Exemplo 3 - toda vez que a palavra 'intentos' é usada no Livro de Mórmon, aparece na frase 'pensamentos e intentos do coração', como em Hb. 4:12.

Este escritor listou cerca de cem dessas palavra e frases 3 as quais sempre, ou quase sempre, aparecem no Livro de Mórmon num contexto do RT.

Paráfrases do Novo Testamento de versículos do Velho Testamento

O Novo Testamento contém um número muito grande de referências ao Velho Testamento. Muitas vezes, encontramos que a citação do Novo Testamento difere de sua fonte do Velho Testamento, por uma de duas razões - ou o escritor parafraseou o texto para fazer um ponto, ou o escritor estava citando uma das antigas versões, normalmente a Septuaginta grega da qual difere notavelmente do texto hebraico (massorético) do Velho Testamento.

Em várias ocasiões, o Livro de Mórmon cita uma paráfrase do Novo Testamento de uma passagem do Velho Testamento. 

Um dos exemplos mais brilhantes deste fenômeno encontra-se em I Néfi 22:20. O texto alega que este versículo é uma citação do Velho Testamento, de Dt. 18:15,19, para ser preciso. Porém, a citação no Livro de Mórmon é muito mais parecida com a de At. 3:22,23, que é uma paráfrase da passagem de Deuteronômio.

Outro exemplo: Alma 5:57 contém uma referência para II Co. 6:17 que de fato é uma citação parafraseada de Is. 52:11.4

Citações agrupadas

Em várias ocasiões, vemos que quando o Livro de Mórmon cita uma passagem bíblica,outras citações da mesma passagem são agrupadas perto da citação original. A implicação aqui é que o autor do Livro de Mórmon leu a frase na Bíblia, e inconsciente ou conscientemente alterou as frases próximas no texto.

Por exemplo, I Néfi 22:15 contém uma citação anacrônica de Malaquias 4:1. Porém, nós vemos que o versículo 24 da mesma passagem contém uma referência para 'bezerros do estábulo', uma citação de Malaquias 4:2. II Néfi 26:4 também contém uma referência para Malaquias 4:1, como faz o versículo 6 da mesma passagem. O versículo 9 da passagem contém uma referência para Malaquias 4:2, como faz o capítulo anterior, II Néfi 25:13.

Um segundo exemplo: Mosiah 16:7-10 contém referências para três versículos sucessivos de ICo. 15 (versículos 53 a 55), o famoso capítulo da ressurreição dos corpos.

Jesus cita as epístolas

1 - II Néfi relata a visita de Jesus para América, depois de Sua ressurreição. Jesus prega vários sermões, a maioria vistos nos evangelhos do Novo Testamento. 

Em várias ocasiões, porém, Jesus cita outros livros do Novo Testamento, antes mesmo que fossem escritos.

2 - Em III Néfi 20:23-26, Jesus cita um sermão que Pedro ainda tinha que falar em Pentecostes, relatado em At. 3:22-26.

3 - Em III Néfi 18:29, Jesus cita uma passagem que Paulo ainda não tinha escrito, em ICo. 11:29, com respeito a Eucaristia.

4 - Em III Néfi 28:8, Jesus cita ICo. 15:52-53 com respeito à Ressurreição.

Fontes narrativas

O Livro de Mórmon não só têm um grande número grande de citações desconhecidas, mas parece que em vários casos uma passagem bíblica inspirou uma história do Livro de Mórmon.

Um dos exemplos mais interessantes deste fenômeno é visto em Alma 18 e 19: a história da cura do rei Lamoni. A história tem grandes semelhanças com a história da ressurreição de Lázaro em Jo. 12. O que é incrível, no entanto, é o número de palavras e frases no LM que parece vir de João, como 'cheira mal' (Alma 19:5), 'dorme' (Alma 19:8), 'se levantará' (Alma 19:8) e 'crês tu nisso?' (Alma 19:9).

Outras cenas no LM que parecem ter sido tiradas da Bíblia: 
- A conversão de Alma em Mosiah 27:10-24 e a história da conversão de Paulo em At. 9:1-18; 
- Alma e a fuga de Amulek da prisão em Alma 14 compara-se com o salvamento de Paulo e Silas da prisão em At. 16; 
- A filha de Jared dançando para Akish em Éter 8 e Salomé dançando para Herodes em Mt. 14. 

Fadiga no Livro de Mórmon

Fadiga é um fenômeno literário que às vezes acontece quando um autor é fortemente dependente de outro. Produz pequenos erros de continuidade e detalhes, que são o resultado do autor posterior omitir detalhes estruturais ao modificar a fonte.

Podemos ver exemplos de fadiga no Livro de Mórmon? Há pelo menos dois candidatos. 

Como vimos, Alma 18 e 19 contêm uma história que é muito parecida à ressurreição de Lázaro escrita em Jo. 11. A diferença mais óbvia é o fato que já que Lázaro havia morrido, e tinha estado morto durante algum tempo, o rei Lamoni estava num sono profundo (talvez letárgico). Por incrível que pareça, porém, depois de informar sua esposa que o rei estava só dormindo, o profeta Amon diz que ele "...se levantará" (19:8). Esta parece uma frase bastante curiosa para usar sobre alguém que estava só dormindo, especialmente quando vemos que ambas as vezes que a frase é usada em outra parte no Livro de Mórmon (Alma 33:22 e Helamã 14:20), se refere a ressurreição de um morto.

Poderia ser que ao copiar de sua fonte (o evangelho de João), Smith usou uma frase que fez sentido na narrativa de João ("teu irmão há de ressuscitar" em Jo. 11:23), mas não na estória do Livro de Mórmon?

Um segundo exemplo é sobre a parábola do Vinhedo, descrita em Jacó 5. Esta é uma longa parábola que lança a nação de Israel no papel metafórico de uma árvore de oliveira em um vinhedo.

Jacó 5:3 - Pois que assim disse o Senhor: Comparar-te-ei, ó casa de Israel, a uma boa oliveira, que um homem tomou e nutriu em sua vinha, e ela cresceu, envelheceu e principiou a decair.

A parábola parece ter sido tirada de duas fontes bíblicas - o Cântico da Vinha em Is. 5, e a discussão de Paulo da relação dos gentios com os judeus em Rm. 11.6 O problema para o autor do Livro de Mórmon é que Isaías e Paulo usaram metáforas ligeiramente diferentes - Isaías usou um vinhedo e Paulo uma árvore de oliveira. É muito significante que a meio caminho da parábola, Zenos parece se esquecer que está usando uma árvore de oliveira como a metáfora e começa a usar o vinhedo inteiro como seu enfoque.

Jacó 5:41 - E aconteceu que o senhor da vinha chorou e disse a seu servo: que mais poderia ter eu feito pela minha vinha?

Significativamente, a fadiga aparece no mesmo ponto que o Livro de Mórmon cita uma passagem de Isaías:

Is. 5:4 - Que mais se podia fazer ainda à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas?

Deste ponto em diante, o profeta Zenos se refere exclusivamente à "fruta do vinhedo" e aparentemente se esquece que vinhedos dão uvas, não azeitonas.

 Respostas apologéticas

Naturalmente, os estudiosos mórmons estiveram durante muito tempo atentos do problema, e proporam várias teorias para responder ao fenômeno.

Em sua monumental obra apologética, Novas Testemunhas Para Deus, o estudioso mórmon B. H. Roberts tentou responder as críticas sobre as longas citações da KJV no Livro de Mórmon. Citando o presidente Joseph Fielding Smith, Roberts escreveu:

"Quando Joseph Smith viu que os escritos dos nefitas estavam citando as profecias de Isaías, de Malaquias ou as palavras do Salvador, ele pegou a Bíblia inglesa e comparou estas passagens até onde elas se comparavam uma com a outra e, vendo que em substância, elas eram semelhantes, adotou nossa tradução inglesa; e conseqüentemente, temos a igualdade à qual você se refere".

O problema que naturalmente acompanha esta explicação deveria ser óbvio. 

Se as placas do Livro de Mórmon contivessem de verdade uma versão antiga de Isaías, deveria se dizer que esta versão seria textualmente superior a contida na Versão do Rei Tiago. Essa versão usou um texto hebraico que, na ocasião que a o Rei Tiago foi produzido, datava de depois do séc. IX d.C. 

Se Smith pôde traduzir o resto das passagens não-bíblicas do Livro de Mórmon com aparente facilidade, por que ele abandonou de repente seu dom divino em favor de um texto que não pôde esperar ser mais exato?

O texto de Isaías do Livro de Mórmon contêm os mesmos problemas e limitações da Versão do Rei Tiago. Este não deveria ter sido o caso, se, como Smith falou "exceto para essas diferenças indicadas no original nefita...aqui e ali a versão do Livro de Mórmon deixou as passagens com mais sentido e clareza". 8 

Na realidade, o próprio Smith levantou um ponto suspeito: se Smith tivesse acesso a uma Bíblia inglesa quando traduziu o Livro de Mórmon, o que lhe impediu de copiar grandes partes da obra só para criar suas próprias estórias? Afinal de contas, esta é justamente a alegação dos céticos.

Outra teoria, popularizada por Hugh Nibley, diz que o Espírito Santo de Deus dá as mesmas palavras a todos seus profetas. De novo, há muitos problemas com esta teoria. Primeiro: pressupõe que este acredita em tal coisa como uma inspiração divina inspiração que de nenhuma forma é um fato estabelecido. Uma apelação para esta teoria, então, vira um argumento circular.

No mundo real, sempre que um documento cita outro exatamente, esta é uma evidência que um documento que usa o outro como uma fonte (como uma fonte de pesquisa, ou o Novo Testamento, que cita o Velho), ou de plágio  (como o Evangelho de Barnabé, que usa o Inferno de Dante). 

Isto necessariamente significa que o documento que usa o anterior como uma fonte deve ter se originado depois. No caso do Livro de Mórmon, que contém citações do Novo Testamento, existe a implicação que o livro se originou depois da formação das Escrituras Cristãs.

Ao se analisar quaisquer das respostas apologéticas, seria bom lembrarmos da lei da parcimônia. Esta é uma lei simples de bom senso, que diz que na presença de qualquer informação contraditória, a solução mais simples para um problema geralmente é a correta. Podemos aplicar esta lei para a questão das citações bíblicas no Livro de Mórmon dessa forma

a) Deus, por alguma razão que só Ele conhece, permitiu os profetas nefitas fazerem grandes citações do Velho Testamento do Rei Tiago e citações anacrônicas do Novo Testamento, ou

b) O Livro de Mórmon é uma obra do séc. XIX e Joseph Smith simplesmente copiou trechos da Bíblia do Rei Tiago no Livro de Mórmon.

Qual é a solução mais simples?

"A history of the american indians" escrito em 1775, por James Adair.

Segundo pesquisas, as páginas 377 a 378, foram copiadas e correspondem as fortificações descritas nos capítulos 48 a 50 e o capítulo 53 do livro de Alma.

Conclusão

Há realmente só uma teoria que responde todas as características do fenômeno. Esta teoria é que o Livro de Mórmon foi escrito por alguém que tinha uma Bíblia KJV na sua frente ou que estava intimamente familiarizado com seu conteúdo.

Quando juntamos a este fenômeno outros problemas do Livro de Mórmon 9, como a falta de qualquer confirmação histórica, arqueológica , lingüística ou de DNA, o grande número de termos anacrônicos e referências no livro, e seu reflexo dos assuntos e problemas da igreja protestante do séc. XIX, chegamos à inevitável conclusão que o Livro de Mórmon se originou no começo do séc. XIX. 

Ainfa faltam:

Uma explicação de por que os mesmos aspectos que enfrentaram a cultura de Smith, os nefitas também enfrentaram. Assuntos como o batismo infantil, batismo por imersão/aspersão, maçonaria (ligações secretas), índios americanos como hebreus perdidos, sacerdotes contratados, etc.

- Alguma confirmação da existência dos nefitas/lamanitas/mulequitas/jareditas fora do Livro de Mórmon. Não é bastante mostrar os paralelos entre as culturas - pode-se provar qualquer coisa usando este tipo de 'evidência'. Precisaríamos de evidência científica verificável para estas culturas.

- Uma explicação de por que a cultura nefita (e outras) não se ajusta ao que conhecemos pela história. Por que o Livro de Mórmon fala do uso de cavalos, aço, espadas, carruagens, etc para os americanos antigos, quando nâo vemos nenhuma evidência disto? Por outro lado, por que não há registros que os americanos antigos usaram jade e obsidiana para armas, adoravam jaguares e serpentes, tinham um calendário de dezoito meses, jogavam um estranho jogo com vida e morte, entre outros?

Um excelente exemplo de outro livro contraditório é o chamado 'Evangelho de Barnabé', sobre a vida de Cristo e encontrado na Espanha cerca de 400 anos atrás. 

A maioria dos estudiosos imparciais rejeitou o documento como espúrio, por razões não muito diferentes das que vi para o Livro de Mórmon. Uma razão é que o Evangelho usou a palavra 'barril' muito antes que estes recipientes fossem inventados. 

É interessante notar que as pessoas que defenderam o Evangelho eram aquelas que tinham um grande interesse nele. O Evangelho de Barnabé apresentava uma vida de Cristo mais profunda do que a que lemos no Alcorão e foi (e, de fato, ainda é) defendida por alguns muçulmanos que a vêem como uma confirmação independente de seu livro sagrado. 

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Notas

1 - veja "The Book of Mormon and the Bible" (, n.d.), 16 de janeiro de 1999 para uma referência cruzada de citações do Novo Testamento no Livro de Mórmon.
2 - Davi Wright tem um exame detalhado das citações de Isaías no Livro de Mórmon em "Isaiah in the Book of Mormon ...and Joseph Smith in Isaiah" (, n.d.), 16 de janeiro de 1999. 
3 - veja o artigo "Words and Phrases Used in a KJV Context" (, n.d.), 16 de janeiro de 1999.
4 - veja o artigo "New Testament Paraphrases of Old Testament Verses" (, n.d.), 16 de janeiro de 1999, para uma lista mais longa destas citações.
5 - adaptado do artigo de Marc Goodacre, "Fadigas nos Sinóticos" (, n.d.), 1 de setembro de 1999 
6 - veja "The Parable of Zenos" (, n.d.), 16 de janeiro de 1999 manchado. 
8 - bid., pág. 429. 
9 - veja "Questions on the Book of Mormon, its Author and his Work" (, n.d.), 16 de janeiro de1999 para uma avaliação dos problemas históricos do Livro de Mórmon. 
10 - David Whitmer, An Address to All Believers in Christ (Richmond, Mo., 1887). p. 12; reimpresso por Bales Bookstore, Searcy, Ark., 1960.
11 - Journal of Oliver B. Huntington, p.168. Exemplar datilografado na Utah State Historical Society.

3 comentários:

  1. Excelente!!!!! Não sei como ainda existe quem creia nesse livro falso....

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  2. É interessante notar também que o batismo por imersão está presente no livro de mórmon desde seu começo. Todos que se arrependiam eram batizados nos rios. Os israelitas não se batizavam, eles se circuncidavam. Mesmo se considerarmos que poderiam ter recebido uma reveleção antecipada de como fazer isso, não podemos deixar de notar de que , quando Cristo veio para as Américas, deu autoridade para Nefi batizar em Seu nome, o que pode ser visto em 3º Nefi. Como explicar isso? Os batismos eram realizados sem autoridade? Devemos lembrar também que a palavra "autoridade" é importantíssima na igreja mórmon. Sem essa "autoridade" vinda de Deus não se pode fazer nada, ou nada do que é feito tem valor.

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  3. Ótima observação, Nilde.

    Parabéns pelo seu comentário, que sempre agrega tanto à este blog!

    Abs

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