ALGUMAS REAÇÕES À POLIGAMIA
Um dos aspectos mais originais da história da SUD é o período em que os mórmons praticavam a poligamia.
A historiadora Kathryn Daynes constatou que nos primeiros anos de assentamento, em Utah, pelo menos 36,9 por cento das mulheres que se casaram em Utah tornaram-se esposas plurais. [1] Praticamente todos os líderes mórmons eram polígamos, aumentando visivelmente esta prática. Outros estudos comprovam estes números - veja AQUI.
O casamento plural certamente criou um grande abismo psicológico entre os mórmons e no resto do mundo. Esta distância foi sentida pelos visitantes não-mórmons no Vale de Salt Lake, antes que a poligamia fosse abandonada em 1890. Os não-mórmons estavam curiosos, chocados e espantados com o casamento plural.
Curiosidades
A poligamia foi um afastamento tão radical da família tradicional americana, que a maioria dos viajantes ficaram muito curiosos sobre ele.
Mark Twain visitou Salt Lake City em 1861 e mais tarde escreveu sobre procurar pelas "investigações sobre o funcionamento da poligamia." [2]
Aparentemente, muitos perguntavam como a poligamia funcionava. Richard Ackley passou um ano e meio em Salt Lake City e perguntou a muitas mulheres sobre a instituição:
"Eu encontrei mulheres que falaram comigo por horas sobre a poligamia, aprovando-a em todos os sentidos, e é inútil que qualquer um se comprometa a discutir com elas sobre este assunto ... porque elas são tão bem postadas na escrituras que podem citá-las quase do começo ao fim. "[3]
Nojo
Muitas das testemunhas da poligamia estavam compreensivelmente revoltadas com a prática.
Parece que duas foram as causas principais: 1 - a poligamia destruia a constituição familiar normal e 2 - era um exemplo de homens que usam a religião para seu ganho pessoal.
Podemos ver esses dois fatores no trabalho diário de Lucinda Parsons, que passou o inverno de 1850-1851, em Salt Lake. Segundo ela:
Altura para o casamento - "Sim, ela já cresceu o suficiente"
Infelizmente, várias histórias são comprovadas pelos que viveram estas situações e escreveram sobre isso - veja em Aflições da Poligamia e Casamentos Estranhos.
Humor
Os mórmons, muitas vezes, foram retratados em esquetes e desenhos cômicos devdo às suas estranhas práticas. Não foi diferente com a poligamia.
Quando Ward perguntou se Young era casado, ele respondeu:
"Eu tenho oitenta esposas, Mister Ward. Certamente eu sou casado."
Ward, em seguida, perguntou se Young gostava de seus casamentos
"Ele disse ‘um pouco’. "
Segundo Ward, existe até uma sala designada para as lutas entre as esposas de Young "de acordo com as regras do ringue de Londres."
Brigham é retratado como constantemente dominado pela mulheres, com "muitas cicatrizes horríveis sobre o seu corpo, feitas com escovas de aço em punho, cabos de vassoura, e coisas semelhantes."[5]
A descrição de Ward sobre o pobre Young, constantemente oprimido pela demandas de suas esposas, é uma obra de humor muito ampla.
Quando visitou Utah, tinha a intenção de ajudar as mulheres a sairem dos grilhões da poligamia. No entanto, quando Twain viu
Independentemente da reação, todos que visitaram os mórmons foram afetados ao verem a poligamia.
Porque você raramente vê uma mulher polígama - "Vocês querem dizer... ninguém tirou o lixo?"
"É isso que acontece quando um bando de homens inseguros fazem todas as regras!"
"Quando o senhor poderá trazer seus outros filhos?" "Deixe-me perguntar à minha esposa"
Notas:
[1] Katherine M. Daynes, Wives Mais Um: A Transformação do Casamento Mórmon System, 1840-1910 (Urbana: University of Illinois Press, 2001), 98-101.
[2] Mark Twain, Desbaste It (Avon, Connecticut: The Heritage Press, 1972), 75.
[3] Ibid, 30.
Vol [4] Lucena Parsons, "Uma Lua de Mel Overland: Lucena Parsons," Covered Wagon Women: 1840-1890. II ed. Kenneth L. Holmes (Glendale, Califórnia: Arthur H. Clark, 1983, 273-274.
[5] Artemus Ward, The Complete Works Artemus Ward (Nova York, AL Burt Company, 1898), 64-66.
[6] Mark Twain, Desbaste It (Avon, Connecticut: The Heritage Press, 1972), 75
Olá. Eu sugiro um livro (em inglês): MORMON ENIGMA das autoras LINDA KING e VALEEN TIPPETTS AVERY - Editora: UNIVERSITY OF ILLINOIS PRESS. Focado na vida da esposa de Joseph Smith Jr: EMMA HALE SMITH e contém vários relatos de pessoas comuns, que eram membros comuns da Igreja naquela época, e suas opiniões sobre a prática da poligamia, e o que realmente estava por trás disto. E sinceramente para mim esta prática não tinha e não tem nada de Divino.
ResponderExcluirObrigada pela dica, Alexandre.
ResponderExcluirE de fato, não consigo ver absolutamente nada de divino nessa prática hedionda, ainda mais como era realizada.
Abs
Também conheço um livro fantástico e em português: Pela bandeira do paraíso, de Jon Krakauer.
ResponderExcluirTrata principalmente da poligamia no presente praticada pelos mórmons fundamentalistas, porém mostra muito da história mórmon e sempre com referências bibliográficas. Embora hoje a própria igreja mórmon condene os fundamentalistas, eles seguem exatamente o que os primeiros profetas ensinaram e acusam a igreja mórmon de ter perdito o dom de revelação por não terem sido valentes o suficiente em cumprir um mandamento divino.
Considero esse o verdadeiro legado de Joseph Smith: a poligmaia praticada pelos fundamentalistas, com todo o sofrimento e absurdos já descrito nesse blog.
Nilde
ResponderExcluirLi este livro, mas em inglês. Não sabia que ele já estava traduzido para o português.
É um excelente livro. E você está correta, é unânime para os críticos que a real continuação da igreja fundada por Smith é a fundamentalista. A igreja SUD renegou vários dos ensinamentos e modificou outros.
Abs