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terça-feira, 12 de julho de 2011

Placas de Kinderhook - William Clayton

PRÉVIO                                                                                                             POSTERIOR



Após as placas de Kinderhook serem desmascaradas e comprovadas como uma fraude, Gilbert W. Scharffs, dentre outros estudiosos SUDs, tenta evitar o assunto e alegar que Joseph não estava pessoalmente envolvido com as placas de Kinderhook. Ele alega em seu livro que:


“Não foi encontrado nenhum documento original escrito por Joseph Smith que fazem qualquer declaração sobre as placas de Kinderhook” (The Truth About "The God Makers", Gilbert W. Scharffs, 1992, pg. 147).



Como é plausível o argumento levantado por este e outros escritores SUDs?


Eles podem estar corretos ao dizerem que não há nada da própria letra de Joseph, porque Joseph frequentemente usou escribas para registrarem relatos. Era incomum que as histórias fossem registradas por escribas de Joseph e fossem colocadas como se fossem as próprias palavras dele?

Isso abre espaço para que muitos mórmons usem a mesma falácia:


Há dois documentos da época, um escrito por Parley P. Pratt e outro escrito por William Clayton, que sugerem que houve boatos que Joseph tinha traduzido parte das placas. No entanto, estes dois documentos estão cheios de erros históricos, indicando que eram especulações e que os dois autores não tinham conhecimento íntimo do evento.”

“O documento de William Clayton foi incluído na História Oficial da igreja, mas foi mudado de narrador em terceira pessoa para narrador em primeira pessoa. Assim dá a idéia que Joseph Smith mesmo escreveu que tinha traduzido as placas, mas isso não é o caso. De fato, Joseph nunca nem mencionou uma tentativa de traduzi-las.


Anteriormente discutimos que há muito mais do que dois documentos da época (veja AQUI). Vejamos agora sobre William Clayton.
 
Quem foi William Clayton? Ele estava em posição de saber com precisão e registrar as palavras de Joseph? Clayton foi considerado um escriba de confiança e uma pessoa confiável? Há outras entradas em seus diários que são aceitas sem questionamento como as palavras de Joseph Smith?


Clayton: um confidente íntimo de Joseph Smith

William Clayton
Dede sua conversão à Igreja Mórmon, aos 23 anos em Preston, Inglaterra, em 1837, até sua morte, em Salt Lake City, Utah, em 1879, William Clayton é descrito como "nunca se desviando de sua crença na igreja e em seus líderes" por George D . Smith, editor do An Intimate Chronicle: The Journals of William Clayton (p. xvii).

Na introdução de seu livro de cinquenta páginas sobre a vida e os diários de Clayton, George D. Smith inclui descrições de pessoas próximas e familiares de Clayton, que uniformemente se lembraram dele como uma pessoa séria, meticulosa e confiável. 

Sua filha falou dele como "metódico, sempre sentado em sua própria poltrona, tinha um lugar certo na mesa. Sua pessoa era limpa e arrumada. Suas mãos pequenas e arredondadas." (p. liii).

G. D. Smith escreve:


“Muito tempo depois de sua morte, Clayton foi lembrado como ‘a alma de pontualidade’. Sua filha se lembra de seu ‘amor à ordem, que ele acreditava ser a primeira lei do céu. Ele jamais levaria um relógio que não fosse preciso’." (p. xvi).


Líderes mórmons reconheceram os dons e habilidades de Clayton logo no início. Assim,  em menos de seis meses como membro da Igreja SUD, ele foi nomeado segundo conselheiro do presidente da Missão Britânica (p. xvi), e mais tarde se tornou o presidente do primeiro ramo de Manchester (BYU Studies, 27:1, p. 47).

Com a morte de Clayton, Joseph F. Smith, que se tornaria o sexto Presidente da Igreja Mórmon, observou sobre as realizações de Clayton:


“Ele era um amigo e companheiro do Profeta Joseph Smith, e estamos em dívida, pela história da Igreja, em grande parte, à sua caneta, durante a sua convivência com ele e quando ele trabalhou com ele como seu secretário particular, nos dias de Nauvoo.” (p. ix).


Estudiosos SUDs que têm estudado a vida de Clayton notaram seus "detalhes meticulosos que eram a marca registrada de sua escrita." (p. xx), e também que:


“Começando no início de 1842, William Clayton estava envolvido em quase todas as atividades importantes de Nauvoo, mas especialmente nas preocupações particulares do profeta. Por dois anos e meio, até a morte de Joseph, em 1844, eles estavam em companhia um do outro quase que diariamente.

“[James B.] Allen [que escreveu uma biografia de Clayton], explica que Clayton não só era empregado de confiança de Smith e seu associado, mas também seu amigo pessoal e confidente. Ele escreveu cartas para o profeta, registrou suas revelações, cumpriu suas incumbências e ajudou a preparar a história oficial da igreja.” (pp. xxii-xxiii).


Parece não haver nada ou ninguém capaz de desvirtuar a capacidade Clayton de registrar com precisão as palavras de Joseph Smith, e todos os dados mostram que ele fez isso com precisão e confiabilidade.

Portanto, pode-se entender porque os líderes da Igreja SUD, ao compilarem a história oficial da vida de Joseph Smith e da Igreja, aceitaram sem questionar a precisão da declaração do diário de Clayton de 1 de maio de 1843:


Eu vi as seis placas de bronze que foram encontradas em Adams County ... o Presidente Joseph traduziu uma parte e disse que elas contêm a história da pessoa com as quais elas foram encontradas e que ele era um descendente de , através do lombo do faraó, rei do Egito, e ele recebeu seu reinado do Governante dos céus e a terra.” (Intimate Chronicle, p. 100, grifo nosso).


Como os líderes SUD construíram a história da vida de Joseph com as palavras registradas por ele e por outros, seria fácil justificar a modificação do diário de Clayton de maio de 1843, que passou ter a seguinte forma quando incorporado na História da Igreja:


"Eu inseri o fac-símile das seis placas de latão encontradas perto de Kinderhook, no condado de Pike, em 23 de abril, pelo Sr. Robert Wiley e outros, enquanto escavavam um monte. Eles encontraram um esqueleto cerca de 6 pés abaixo da superfície da terra, que deveria ter uns 9 pés de altura. As placas estavam no peito do esqueleto e estavam cobertas, de ambos os lados, com caracteres antigos."

Eu traduzi uma parte delas e descobri que elas contém a história da pessoa com as quais elas foram encontradas. Ele era descendente de Cão, através do lombo do faraó, rei do Egito, e ele recebeu seu reinado do Governante dos céus e a terra.” (History of the Church, vol 5, pag. 372).


Se alguém não aceitar o valor da entrada do diário de Clayton, a única alternativa é dar a entender que Clayton não ouviu Smith fazer essas declarações, mas estava disposto e capaz de inserir idéias especulativas e sem fundamentos, atribuindo-as falsamente a Joseph Smith.

Embora isso possa ser uma possibilidade, certamente parece improvável e altamente implausível dado ao que sabemos da vida de Clayton, do caráter e do alto nível de confiança nele depositada por Joseph Smith e pelos estudiosos e líderes SUDs subsequentes.

Evidências Corroborativas

Igualmente importante na avaliação da precisão da entrada do diário de Clayton é a existência de evidências históricas que corroboram o relacionamento entre Clayton, Joseph Smith e as Placas de Kinderhook. Por exemplo:

- Os mórmons publicaram fac-símiles das placas em um poster intitulado "Discovery of the Brass Plates", publicado em Nauvoo, Illinois, 24 de junho de 1843. Este poster declarava, em parte:

“O conteúdo das placas, junto ao fac-símile das mesmas, serão publicados no ‘Times and Seasons’ assim que a tradução for concluída.” (LDS Archives - reproduced in Stanley B. Kimball, "Kinderhook Plates Brought to Joseph Smith Appear to be a Nineteenth-Century Hoax," Ensign 11 [August 1981]:72). 

- Joseph Smith contratou Clayton especificamente para registrar o que ele fazia e dizia, e "no início em 1842, William Clayton estava envolvido em quase todas as atividades importantes de Nauvoo, mas especialmente nas preocupações particulares do profeta. Durante dois anos e meio, até a morte de Joseph, em 1844, eles estavam em companhia um do outro quase que diariamente." (Intimate Chronicle: The Journals of William Clayton, George D. Smith, ed., pp. xxii-xxiii).

- Clayton estava com Joseph Smith no dia em que ele registrou a interpretação e o veredicto de Joseph sobre as placas (Intimate Chronicle, p. 100).

- O historiador da Igreja, George A. Smith, afirmou em 1858 que havia um sistema preciso no local, assim a história registrada estava "estritamente correta." Os historiadores e funcionários envolvidos no trabalho eram 


"as testemunhas oculares de quase todas as operações registradas nesta história, a maioria das quais relatadas tal como ocorreram, e, onde não estiveram pessoalmente presentes, eles tiveram acesso àqueles que ali estiveram." (Edward Ashment, unpublished article on file, Institute for Religious Research, Appendix A, p. 2)

Desenho feito por B.Young

- A história de Joseph Smith que contém a declaração sobre as Placas de Kinderhook foi aprovada por Brigham Young. Ele mesmo estava na casa de Joseph Smith e ali viu as placas.  

Young ainda inclui um esboço de uma das placas que viu na casa de Joseph em seu diário (Ashment, p. 2).

Assim, numerosas fontes históricas indicam que a entrada do diário de Clayton, em maio de 1843 é precisa, que Joseph considerava as Placas de Kinderhook artefatos antigos e começou a tradução delas.


Esta evidência histórica, juntamente com uma completa falta de qualquer prova em contrário, foi convincente o suficiente para que, por mais de 130 anos, nenhum Mórmon questionasse ou contestasse a autenticidade dessas placas de bronze em forma de sino.

O escritor SUD Stanley B. Kimball resumiu a extensão da aceitação SUD das Placas da seguinte forma:


“Ao longo das décadas, através das páginas do Times and Seasons, do Nauvoo Neighbor, The Prophet, panfletos missionários, da Millennial Star, do Desert News, da University Archaeological Newsletter, do Improvement Era, [in] Simpósios BYU [e no Centro de Visitantes e] nos livros e relatórios não publicados, os estudiosos e leigos SUDs (e pelo menos dois escritores RLDS) afirmaram e se esforçaram para provar a história do incidente das Placas de Kinderhook.
"Eles tentaram fazer com que elas atestassem a autenticidade do Livro de Mórmon e defenderam a suposta tradução delas feita por Joseph.” (Stanley B. Kimball, "New Light on the Old Kinderhook Plates Problem," based on a paper read at the 16th annual Mormon History Meeting, Ricks College, May 1-3, 1981, p. 3).


O ardil foi um sucesso. Apelando para o que Joseph Smith "diz", o confidente de confiança de Joseph Smith, William Clayton, escreveu que Smith começou uma tradução:


Eu vi seis placas de latão... cobertas por uma linguagem antiga, contendo de 30 a 40 caracteres de cada lado das placas. Prest J.[Joseph] traduziu uma porção e disse que contêm a história da pessoa com as quais elas foram encontradas e que era descendente de Cão, através do lombo do faraó, rei do Egito, e ele recebeu seu reinado do Governante dos céus e a terra.” (William Clayton's Journal, May 1, 1843, as cited in Trials of Discipleship - The Story of William Clayton, a Mormon, p. 117)


O autor Brent Lee Metcalfe notou que "quando Clayton registrou em seu diário sobre as Placas de Kinderhook, ele era":

- o secretário particular de Smith

- talvez o confidente mais confiável de Smith

- o oficiante do casamento plural secreto de Smith, na própria residência de Smith, feito naquela manhã

- quem estava na residência de Smith durante a maior parte do dia

- quem estava na companhia de Smith durante a maior parte do dia

- quem cuidou da casa para Smith mais tarde naquele dia, enquanto Joseph foi a um encontro com Flora Woodworth

- quem estava na residência de Smith, quando ele examinou os falsos artefatos antigos

- quem estava na residência de Smith, quando ele escreveu seu diário

Sobre esta questão, Don Bradley escreve:


"William Clayton não adquiriu esta informação a respeito de Joseph e das Placas de Kinderhook a partir de boatos. Clayton foi secretário pessoal de Joseph, e um homem de sua confiança como para qualquer no momento. Jantou com Joseph na Mansion House, examinou as placas enquanto lá estava, e desenhou uma delas no verso de uma página, onde registrou em seu diário suas experiências do dia, incluindo esta sobre as placas:  'Irmão Joseph traduziu uma parte delas, e disse que elas contêm ...'. "


Mas como Clayton estava em companhia de Smith durante a maior parte do dia, temos boas razões para acreditar nele quando ele relata que "Pres. J. traduziu uma porção e disse que contêm a história da pessoa com as quais elas foram encontradas", mesmo que Clayton tenha entendido errado alguns detalhes sobre a escavação das placas (que Smith pode ter entendido errado também).

Todo o incidente dá-nos uma série de razões para questionarmos o chamado profético de Joseph Smith e a validade do mormonismo. De forma direta, ele nos mostra que Smith não era um homem muito exigente. Aparentemente, ele era tão ingênuo como muitos dos que o seguiram.

Mesmo se pudéssemos desculpar a falta de discernimento de Smith, isso não apaga o fato de que Smith insistiu que ele tinha a habilidade de "traduzir" as peças falsas de metal

Se Smith conscientemente tentou enganar os seus seguidores ou se foi mesmo iludido é de pouca importância, pois certamente mostra que ele não era um homem digno de confiança das pessoas.

Comentário crítico:

É muito conveniente para os SUDs fiéis culparem todos os problemas de tradução nos os escribas, como as Placas de Kinderhook e o Livro Egípcio de Alfabeto e Gramática de Joseph Smith, mas os fatos simplesmente não os apóiam.

Se todos os diários e relatos de Clayton que ele escreveu por Joseph forem rejeitados, haveria muito pouco, se houvesse, da história da Igreja publicada sobre a vida de Joseph. Os apologistas SUDs seletivamente escolhem quais entradas do diário desejam incluir como a história "oficial" da igreja. Eles não podem fazer isso de duas formas.

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Fontes:


6 comentários:

  1. Investigadora, mais um ótimo post, obrigado.

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  2. Investigadora,

    É com muita satisfação que comunico que hoje, recebi uma carta do bispado confirmando que meu processo está em andamento e já foi encaminhado à presidência da estaca. O primeiro passo já foi dado, agora é ter um pouco mais de paciência que eu acho que daqui a alguns dias receberei a liberdade definitiva do mormonismo. Muito obrigado pelo apoio, inspiração, conselhos e sugestões.

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  3. Parabéns, God Slayer!!!!

    Creio que você, o dia que receber sua carta, talvez (talvez) se sinta como após assinar um divórico - poooxa, deu errado - afinal, somos humanos e eu passei por isso.

    Se isso acontecer, não se assute. Não é por abrir mão da igreja, mas do sonho de um mundo perfeito.

    Mas depois a felicidade compensará, tenha certeza!

    Abs

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  4. O que acho estranho em tudo isso é que minha mulher não tem se manifestado de maneira negativa, chorou um pouquinho, como ela faz de vez em quando, mas está encarando numa boa.

    Me parece que o manual prevê que, a pedido do membro, pode ser anunciado na sacramental o pedido de retirada do nome. Vou confirmar com os líderes que quero que isso seja feito, e espero encorajar outros a fazerem o mesmo, ou pelo menos, despertar a curiosidade. Todos sabem como eu era em relação à igreja, então ficarão com a pulga atrás da orelha ao saberem do final da história.

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  5. God Slayer

    Ser uma bandeira é iteressante, já que o anúncio de sua saída oficial da igreja SUD despertará grande curiosidade. Se isso for possível, informe-nos, por favor.

    E fico feliz por sua esposa estar aceitando isso tudo. Procure ter uma conversa franca com ela, e saber o que ela realmente sente. Mulheres... às vezes guardam sentimentos por um bom tempo, e então explodem pior que qualquer Vesúvio imaginável.

    Para evitar maiores problemas, tenha uma conversa bem séria e deixe-a falar o que ela precisar. Sei o que digo :D

    Abs

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  6. (esse foi o momento Revista Feminina, com dicas de como ter um casamento duradouro...heheheheh)

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