Ao "traduzir" o livro de mórmon, Joseph Smith supostamente teria mostrado a fonte (as placas de ouro) para algumas testemunhas.
Os mórmons insistem em garantir a veracidade das 3 testemunhas principais e das 8 testemunhas adicionais que atestam a autenticidade do Livro de Mórmon, tal como recebido por Joseph Smith Jr. no final da década de 1820.
Os mórmons afirmam ainda que houve 3 testemunhas principais: Oliver Cowdery, David Whitmer e Martin Harris. Eles teriam visto as placas que continham o registro do Livro de Mórmon traduzido por Joseph Smith Jr., bem como os caracteres nelas gravados.
As 8 testemunhas das Placas de Ouro |
Isto é o que consta das primeiras páginas do Livro de Mórmon, onde está registrado também o depoimento de 8 familiares de Smith Jr. e Whitmer, alegando que teriam visto as placas "com aparência de ouro", bem como os caracteres gravados.
São eles: Christian Whitmer, Jacob Whitmer, Peter Whitmer Jr., John Whitmer, Hiram Page, Joseph Smith Senior, Hyrum Smith e Samuel H. Smith.
A repetição dos sobrenomes Whitmer e Smith não é acidental. Como em qualquer processo judicial que se preze, em qualquer nação civilizada, o depoimento de familiares, dada a parcialidade, pode servir no máximo como informação a quem julga, mas nunca como testemunho oficial. Portanto, vamos nos concentrar nas 3 testemunhas principais.
Oliver Cowdery
Oliver Cowdery era parente distante de Joseph Smith Jr., embora só tenham constatado este dado quando se encontraram pela primeira vez.
Nascido em 1806, era membro da Igreja Congregacional em Poultney, Vermont, onde Ethan Smith era o pastor. Apesar do sobrenome, não tinha nenhum parentesco com Joseph Smith Jr.
A importância de Ethan nessa história é que ele escreveu o livro "View of the Hebrews" (1823), em que especulava sobre a origem hebraica dos índios americanos, e Cowdery estava ciente disto.
Em 5 de abril de 1829, Cowdery encontrou Smith pela primeira vez, ocasião em que se descobriram parentes distantes e este último contou-lhe que havia encontrado as placas douradas.
Os dois tinham também em comum o fato de serem aventureiros e caçadores de tesouros e de gostarem de usar bolas de cristal para adivinhações quando mais jovens. Smith havia parado a tradução das placas douradas, em função do desaparecimento das 116 primeiras páginas que estavam em poder da outra futura testemunha, Martin Harris.
Após o encontro de Smith com Cowdery, este trabalhou inicialmente como escriba das traduções e, segundo alegou, até tentou traduzir algumas placas, mas não foi bem sucedido.
O trabalho de ambos teria sido tão rápido que duraria menos de 2 meses para ser finalizado. Segundo também alegaram, Cowdery ainda participou de algumas visões de Smith, tendo ambos recebido o Sacerdócio Aarônico diretamente do próprio João Batista, além de terem visto Pedro, Tiago e João transfigurados (ainda segundo suas versões). - veja AQUI.
Organizaram a "Igreja de Cristo" em 6 de abril de 1830, sendo que a Cowdery coube o título de "Segundo Élder" (o primeiro, obviamente, era Smith).Oliver teve um papel importante também na publicação do Livro de Mórmon.
Entretanto, já a partir de 1831, Sidney Rigdon passa a suplantá-lo na hierarquia mórmon.
Em 1832, Cowdery se casa com Elizabeth Ann Whitmer, que, como o sobrenome supõe, era filha e irmã de vários Whitmers que formaram parte das 8 testemunhas restantes do Livro de Mórmon, além da outra testemunha principal, David Whitmer (seu irmão).
Tudo ia bem até 1838, quando os dois élderes entraram em rota de colisão, em função de:
1 - disputas financeiras (Smith e Rigdon estavam envolvidos na falência do banco Kirtland Safety Society, e por isso, tinham se mudado para Far West, Missouri, fugindo dos credores e da justiça, além de terem sido expulsos da igreja de Kirtland),
2 - da questão da separação entre igreja e Estado, e
3 - principalmente do caso que Smith estava tendo com Fanny Alger, uma empregada adolescente de sua própria casa. Muitos acreditam ter sido a "primeira segunda esposa" de Smith, numa prática polígama a que Cowdery se opunha.
Como tinha o apoio da família Whitmer, tanto Cowdery como seus aparentados foram excomungados da Igreja de Smith em 12 de abril de 1838, sendo que outra das 8 testemunhas, Hiram Page, sofreu a mesma pena. Naquele dia, duas das três testemunhas principais e cinco das oito testemunhas acessórias foram excluídas da igreja de Smith. Ficaram conhecidos como "os dissidentes".
Cowdery e os Whitmer ficaram morando perto de Far West por mais dois meses, até o sermão de Sidney Rigdon em 17 de junho de 1838 - que passou à história mórmon como o "Sermão Salgado" ("Salt Sermon"), ser proferido. Neste, Rigdon disse que eles eram o sal que havia perdido o sabor e, portanto, deveriam ser pisados.
Este sermão foi entendido por eles como uma real ameaça de morte por parte dos danitas, que formavam uma espécie de braço armado dos primeiros mórmons para lutarem contra todos os que os ameaçavam.
Cowdery foi estudar Direito em Tiffin, Ohio, onde se destacou na política local. Após a morte de Smith Jr. em 1844, ele reconheceu James J. Strang como sucessor do "profeta" (da igreja mórmon Strangita - veja mais detalhes AQUI).
Em 1848, ele pediu para se encontrar com Brigham Young e pediu reconciliação com a igreja de onde havia sido expulso 10 anos antes, tendo sido rebatizado em 12 de novembro de 1848. Apenas algumas semanas depois, afastou-se da igreja novamente e jamais retornou.
Em 1848, ele pediu para se encontrar com Brigham Young e pediu reconciliação com a igreja de onde havia sido expulso 10 anos antes, tendo sido rebatizado em 12 de novembro de 1848. Apenas algumas semanas depois, afastou-se da igreja novamente e jamais retornou.
Algumas curiosidades sobre Oliver Cowdery:
1. Após sua excomunhão da igreja mórmon, Oliver Cowdery se juntou à igreja Protestante Metodista em Tiffin, Ohio (Improvement Era, January 1969, p. 56).
2. Oliver Cowdery foi o segundo Élder da igreja, frequentemente chamado de “segundo Presidente”. Amigo inicial de Joseph Smith, ele foi o escriba do Livro de Mórmon, presente na “Restauração do Sacerdócio” e mais perto da "verdade" do que qualquer homem. (Pérola de Grande Valor, JS-H 2:72-76)
3. Porém, em 1838 em Kirtland, Oliver confrontou Joseph Smith com a acusação de adultério com Fanny Alger, por mentir e ensinar falsas doutrinas. (Carta Privada para Irmão, Warren Cowdery, por Oliver Cowdery, 21 de janeiro de 1838)
4. Joseph Smith negou e acusou Cowdery de ser um mentiroso. (História da Igreja, vol. 3 pp. 16-18 e Elder's Journal, Joseph Smith, julho de 1838.)
5. Os registros da igreja agora provam que Fanny Alger foi a primeira “esposa espiritual” de Smith. Oliver estava falando a verdade. (Historical Record, 1886, vol. 5, pág. 233)
6. Oliver Cowdery foi publicamente acusado por Joseph Smith e líderes mórmons por adultério, roubo, mentira, perjúrio, falsificação e de ser o líder de uma quadrilha de “patifes do mais baixo grau” e de ter “se unido à uma quadrilha de falsificadores, ladrões, mentirosos e trapaceiros” (Senate Document 189, 15 de fevereiro de 1841, pp. 6-9 e Comprehensive History of the Church, B. H. Roberts, vol. 1, pp. 438-439)
7. Cowdery foi excomungado por acusar o profeta de todos os seus outros “crimes”. (História da Igreja, vol. 3, pp. 16-18)
8. Depois de unir-se à igreja Metodista, ele negou o Livro de Mórmon (Times and Seasons, vol. 2, p. 482 e Improvement Era, Jan. 1969, p 56 e "Oliver Cowdery-The Man Outstanding," Joseph Greehalgh, 1965, pág. 28)
9. Em 1841 os mórmons publicaram um poema que dizia “ou o Livro de Mórmon não é sua palavra, porque foi negado por Oliver”. Times and Seasons, Vol 2, p 482 - figura abaixo..
["Ou prove que Cristo não é o Senhor Porque Pedro amaldiçoou e jurou? Ou o Livro de Mórmon não é a Sua palavra Porque foi negado por Oliver?"] |
10. Cowdery confessou publicamente sua envergonha por sua ligação com o mormonismo. (A Verdadeira Origem do Livro de Mórmon, Charles Shook, 1914, pp. 58-59)
11. Joseph Smith listou Oliver Cowdery entre os “muito maus para serem mencionado e gostaríamos de tê-los esquecidos”. (História da Igreja, vol. 3:232)
12. Enquanto a igreja mórmon afirma que ele retornou à igreja em 1848, (Historical Record, 1886, vol. 5, pág. 201) ela também o acusa, posteriormente naquele ano, de tentar “reerguer novamente o Reino” com o apóstata William E. McLellin. (A fronteira mórmon, Diário de Hosea Stout, vol. 2, pág. 336)
13. Oliver Cowdery afastou-se novamente da igreja, apenas após algumas semanas. Mais tarde, ele faleceu na casa de David Witmer, que afirmou que Cowdery morreu acreditando que Joseph Smith era um profeta decaído e que o livro Doutrinas e Convênios continha falsas revelações. ("An Address to All Believers in Christ," 1887, pages 1, 2).
A causa de sua morte, em 3 de março de 1850, foi tuberculose. Assim, uma das testemunhas principais do Livro de Mórmon passou mais tempo fora da igreja do que dentro dela, tendo sido excomungado por iniciativa do próprio Joseph Smith Jr.
David Whitmer
Nascido em Harrisburg, Pennsylvania, em 7 de janeiro de 1805, David Whitmer mudou-se para Fayette, Nova York, no começo da década de 1820.
Tendo feito uma viagem a Palmyra, no mesmo Estado, em 1828, encontrou seu amigo Oliver Cowdery, e este lhe falou, algum tempo depois, sobre as placas douradas de Joseph Smith. Trouxe a família de seu pai para viver também em Palmyra, e foi batizado em junho de 1829, antes da organização da igreja em 1830.
Whitmer alegou que, junto com Smith e Cowdery, teve uma visão do anjo apresentando as placas douradas, e a "igreja de Cristo" foi organizada na casa de seu pai, Peter Whitmer, em Fayette, conforme Smith disse.
Porém, posteriormente, Whitmer mudou sua história, afirmando que o local de fundação da igreja havia sido em Manchester, NY.
David Whitmer também foi acusado de ser um homem culpado. Ele foi influenciado pelas revelações de Hiram Page e sua Pedra de Vidente (veja AQUI) e, possivelmente, por uma mulher com uma "pedra preta" de Kirtland, Ohio (Tanners, Changing World of Mormonism, p.104).
Após sua excomunhão, de seu cunhado Cowdery, e de sua família, Whitmer teve que mudar-se da região de Far West, onde tinha grandes propriedades de terra. Para fugir dos danitas, encontrou refúgio em Richmond, também no Missouri.
Mesmo assim, recorreu aos não-mórmons para recobrar o direito às suas terras de onde Smith os havia expulsado, e chegou a dizer o seguinte:
"Se vocês acreditam no meu testemunho do Livro de Mórmon, se vocês acreditam que Deus falou a nós, as três testemunhas, com a sua própria voz, então eu lhes digo que em Junho de 1838, Deus falou comigo de novo com sua própria voz vinda dos céus e me disse para 'separar-me do meio dos Santos dos Últimos Dias, porque o que eles procuravam fazer comigo então eu deveria fazer com eles'." David Whitmer (Address to all believers in Christ, p27, 1887) |
David Whitmer apoiou James J. Strang por um tempo, chegando a servir missão para a igreja Strangita. Ele também uniu-se à igreja de McLellin, e seria o profeta e o cabeça dessa igreja. Nessa condição, ele deu uma revelação, na qual Deus supostamente disse à ele que o mormonismo:
"poluiu meu nome, e realizou iniquidades diante de meus olhos".
David Whitmer também clamou que:
"em uma luz brilhante à sua frente, viu um pequeno bau ou caixa com entalhes muito delicados e curiosos" (Tanners, Changing World of Mormonism, p.104).
Após o assassinato de Smith Jr. em 1844, muitos mórmons se lembraram da antiga ordenação de Whitmer para ser sucessor de Smith, em 1834. Valendo-se deste precedente, alguns admiradores de Whitmer fundaram a "Igreja de Cristo" whitmerita, em Kirtland, Ohio, mas Whitmer negou-lhes apoio, e assim a nova igreja não durou muito.
Entretanto, em 1876, Whitmer buscou esta referência do passado para fundar a segunda "Igreja de Cristo" whitmerita, que passou a seu sobrinho após sua morte em 25 de janeiro de 1888, sendo que a igreja durou até a década de 1960.
Algumas curiosidades sobre David Whitmer:
1. David Whitmer pertenceu a pelo menos três grupos separatistas mórmons em momentos diferentes, mas ele morreu rejeitando a Igreja SUD e seu sacerdócio.
2. Como Martin Harris, David Whitmer depois testemunhou que que ele não viu as placas literalmente com os olhos: ele disse que viu as placas com “os olhos da fé” dadas por um anjo. (Palmyra Reflector, 19 de março de 1831)
3. David Whitmer mudou sua história sobre ver as placas e depois disse que as encontrou em um campo. Disse a Orson Pratt que elas estavam em uma mesa com todos os tipos de placas de metal, placas de ouro, a Espada de Labão, o ‘peitoral’ e o Urim e Tumim. (Millennial Star, vol. XL, pp. 771-772) - veja as incríveis similaridades com um conto AQUI.
4. Durante o verão de 1837, enquanto em Kirtland, David Whitmer foi leal a uma profetisa (como Martin e Oliver) que usava uma pedra de vidente preta e dançava em ‘transe’ (Esboços Biográficos, Lucy Smith, pp. 211-213).
5. Isso foi o começo do fim para ele. Este acontecimento, em 1847, resultou em uma declaração dele para Oliver, de que ele (Whitmer) seria o Profeta da Nova Igreja de Cristo - a organizada por McLellin - e Oliver, um conselheiro (Carta para Oliver Cowdery, por David Whitmer, 8 de setembro de 1847, impresso na "Ensign of Liberty," 5/1848, pág. 93; também veja "Ensign of Liberty," 8/1849, pp. 101-104).
6. Enquanto isso, ele foi excomungado e atacado. Sua família e a de Oliver foram levadas às ruas e roubadas pelos mórmons, enquanto Whitmer e Cowdery estavam tentando arranjar um lugar para fugir. (John Whitmer's History of the Church, Modern Microfilm, SLC, p. 22)
7. Amaldiçoado por líderes como Sidney Rigdon, David Whitmer foi denunciado por Joseph Smith como uma “besta muda para montar” e “um asno para relinchar maldições em vez de bênçãos”. (História da Igreja, vol. 3, p 228).
Embora aparentemente tenha mantido seu testemunho a respeito do Livro de Mórmon, Whitner, talvez por ter sido o mais longevo das testemunhas, foi o que deu mais entrevistas, e em muitas delas apontava dados desencontrados, ou dizia que havia sido mais uma "impressão" do que propriamente uma "visão".
Não ficava claro se tinha de fato visto as placas com seus olhos naturais. O fato é que ele também viveu a maior parte da sua vida longe dos mórmons.
David Whitmer jamais retornou à igreja mórmon!
Martin Harris, "O Iníquo"
Martin Harris era o mais velho das 3 testemunhas principais, e o único, entre o "profeta" e as testemunhas que não tinha parente entre as 8 testemunhas acessórias.
Nasceu em 18 de maio de 1783, em Eastown, NY. Pouco se sabe da juventude de Harris, mas algumas pessoas dizem que ele tinha algumas visões estranhas. Uma delas era a de que Jesus, na forma de um cervo, havia conversado com ele, acompanhando-o por 3 milhas.
Em Palmyra, Harris conheceu Smith, que lhe contou sobre as placas douradas que revelavam segredos de uma antiga civilização ameríndia.
Além de servir por algum tempo como escriba de Smith, Harris também o patrocinava, e foi ele que pediu cópias dos caracteres das placas para certificar-se de sua autenticidade, com o professor Charles Anthon (veja AQUI).
Certa vez, pediu a Smith 116 páginas da tradução manuscrita para mostrar à sua esposa, Lucy. Porém, ao levá-las para casa, elas desapareceram. O trabalho de Smith foi interrompido e somente com a ajuda de Cowdery ele pode retomá-lo.
Apesar do acontecido, Harris continuou a apoiar Smith financeiramente, mas o "profeta" falou o seguinte a respeito deste acontecimento:
Revelação dada a Joseph Smith, o Profeta, em Harmony, Estado da Pensilvânia, em julho de 1828, referente à perda de 116 páginas do manuscrito traduzido da primeira parte do Livro de Mórmon, chamada Livro de Leí. O Profeta havia permitido, com relutância, que essas páginas passassem de sua custódia à de Martin Harris, que servira por pouco tempo como escrevente na tradução do Livro de Mórmon. "9 Eis que tu és Joseph e foste escolhido para fazer a obra do Senhor, mas por causa de transgressão, se não ficares atento, cairás. "Doutrina e Convênios – Seção 3" |
Assim, se Joseph Smith fosse realmente um profeta, Deus lhe teria dito que uma das 3 testemunhas principais, Martin Harris, era um homem iníquo. Ora, como Smith pode apresentar uma testemunha que o próprio Deus, segundo afirma no seu ofício de "profeta", diz ser "iníquo"?
Martin Harris admitiu que a história oficial das três testemunhas não é acurada. Ele disse:
"Eu nunca vi as placas de ouro, apenas [as vi] num estado de transe ou de visão. Eu escrevi uma grande parte do Livro de mórmon, enquanto Joseph Smith traduzia ou soletrava as palavras em inglês. Às vezes, as placas estavam sobre a mesa da sala onde Smith fazia a tradução, coberta com uma toalha. Smith disse-me que Deus o mataria se ele tentasse olhá-las e eu acreditei.
"Quando chegou a hora das 3 testemunhas verem as placas, Joseph Smith, eu, David Witmer e Oliver Cowdery fomos ao bosque para orar. Quando eles começaram a orar, eles falharam em ver as placas ou o anjo que deveria tê-las em suas mãos para mostrá-las. Todos eles acreditaram que era porque eu não era bom o suficiente, ou em outras palavras, não era santo o suficiente. Eu os deixei. Assim que eu sai, os outros viram o anjo e as placas.
"Cerca de 3 dias depois, eu voltei à floresta para orar para que eu pudesse ver as placas. Enquanto estava orando, eu passei para um estado de transe, e nesse estado eu vi o anjo e as placas". (Anthony Metcalf, "Ten Years Before the Mast, n.d.," microfilm copy, pages 70-71.)
Stephen Burnett explicou em uma carta que quando ele percebeu que as testemunhas do livro de mórmon viram as placas apenas de uma "forma imaginária", ele decidiu deixar a igreja.
"..... Mas quando eu ouvi a declaração pública de Martin Harris de que ele nunca vira as placas com seus olhos naturais, mas apenas em visão e imaginação, nem Oliver nem David, e que também nenhuma das oito testemunhas jamais as viram, e que hesitaram em assinar aquele documento por esse motivo, mas foram convencidas a fazê-lo, o último pedestal caiu ... as razões pelas quais eu tomei o caminho que eu decidi e renunciei ao Livro de Mórmon.
"Eu fui seguido por W. Parrish, Luke Johnson e John Boynton, todos que concordaram comigo. Depois que terminamos de falar, M. Harris levantou-se e disse que lamentava por qualquer homem que rejeitasse o Livro de Mórmon, pois ele sabia que ele era verdadeiro. Ele disse que levantou a placas repetidamente em uma caixa coberta apenas com uma toalha ou lenço sobre elas, mas nunca as viu, assim como ele só vira uma cidade através de uma montanha. E disse que ele nunca deveria ter dito que o depoimento das oito testemunhas era falso. Se isso não tivesse sido tirado [dele], teria sido deixado como estava antes." (Stephen Burnett Letter, as quoted in Persuitte's "Joseph Smith and the Origins of the Book of Mormon," page 47.)
Mesmo assim, o iníquo Harris continuou patrocinando Smith e participou da organização da nova igreja, tendo assumido altos cargos. Em 1836, após a morte de sua mulher, de quem havia se separado informalmente antes, casou-se com a filha de Brigham Young, Caroline Young, de apenas 22 anos de idade, portanto, 31 anos mais jovem que ele, mas com quem teve 7 filhos.
Na época, os mórmons estavam em Kirtland, Ohio, e em 1837, com a falência da Kirtland Safety Society, que Harris chamou de "fraude", houve uma profunda divisão na igreja.
Os excluídos da igreja foram Joseph Smith Jr. e Sidney Rigdon, e ela permaneceu na cidade com o nome de "Igreja de Cristo", cujos estatutos datam de 1838.
Em 1839, os líderes dessa igreja rejeitaram o Livro de Mórmon.
Como Harris não concordou com essa rejeição, também foi excluído, e em 1840, voltou para a igreja de Smith em Nauvoo, Illinois.
Mudar de religião tinha sido uma constante na vida de Harris.
Veja alguns fatos interessantes sobre Martin Harris:
1. Era conhecido por ser religiosamente muito instável. Durante toda sua vida, ele mudou de filiação religiosa mais de 13 vezes.
2. Martin Harris primeiro foi um Quaker ortodoxo, depois Universalista, depois Restauracionista, depois Batista, depois Presbiteriano e então um Mórmon. (Mormonism Unvailed, E. D. Howe, 1834, pp. 260-261)
3. Depois de sua excomunhão em 1837, ele mudou de religião mais oito vezes, indo dos Shakers para um grupo separado do mormonismo e de volta para o ramo principal em 1842 (Improvement Era, março de 1969, pág. 63, e Journal of Discourses, vol. 7, pág. 164, Brigham Young)
4. Em 1846 (depois de sua excomunhão em 1837), Martin Harris estava pregando entre os Santos na Inglaterra para a igreja de James J. Strang. (Cronologia da igreja, Andrew Jensen, 1899, pág. 31; Millennial Star, vol. 8, Nov. 15, 1846, pp. 124-128.)
5. Ele assinou seu nome em uma declaração:
"Testemunho das três testemunhas: alegremente confirmamos que... o Senhor me fez conhecido que David Witmer é o homem. David foi chamado, e Joseph e seus conselheiros lhe impuseram as mãos e o ordenaram à sua posição, para sucedê-lo... Ele será o Profeta, Vidente, Revelador e Tradutor diante de Deus”.
Assinado Martin Harris, Leonard Rich, Calvin Beebe.
6. Os mórmons disseram na época, em uma publicação da igreja, sobre Martin Harris e alguns outros homens:
“um espírito enganoso e mentiroso os assiste... eles são de seu pai, o diabo... o próprio semblante de Harris mostrará a toda pessoa espiritual que o vir, que a ira de Deus está sobre ele” (Latter-Day Saint's, Millennial Star, Vol 8 pp124-128).
7. Martin Harris afirmou que seu testemunho do shakerismo era maior do que o do mormonismo.
Em uma tese escrita na Universidade Brigham Young, Wayne Cutler Gunnell afirmou que, em 31 de dezembro de 1844, Phineas H. Young (irmão de Brigham Young) e outros líderes da organização de Kirtland escreveram uma carta à Brigham Young, em que afirmaram:
"Há neste lugar todos os tipos de ensinamentos. Martin Harris, que é um firme crente no Shakerismo, diz que seu testemunho é maior do que era no Livro de Mórmon." ("Martin Harris—Witness and Benefactor to the Book of Mormon," 1955, p. 52).
8. No Elder's Journal de agosto de 1838, Joseph Smith denuncia Martin Harris como
“A Igreja foi moderada com ele, mas agora ele se soltou a todos os tipos de abominações e mentiras, enganos, fraudes, e todos os tipos de devassidão”. (Gleanings by the Way, J. A. Clark, pp. 256-257)
9. Como David Whitmer, Martin Harris depois testemunhou que ele não viu as placas literalmente com os olhos: ele disse que ele viu as placas com “os olhos da fé e não com os olhos naturais”. Isto o eliminaria automaticamente como uma testemunha. (The Braden and Kelly Debate, p. 173)
Em 1856, sua mulher Caroline o abandonou e foi viver em Utah com os demais mórmons. Pobre, sem família e sem igreja, em 1870, os mórmons convidaram Harris para ir a Utah. Ele aceitou o convite e lá passou os seus últimos dias, até morrer, em 10 de julho de 1875.
Embora os mórmons proclamem que Harris nunca negou seu testemunho do Livro de Mórmon nominalmente, devemos ressaltar que ele afirmou ter visto as placas com os olhos espirituais, assim como possuir maior testemunho no shakerismo que no LdM.
Afinal, as testemunhas viram e tocaram as Placas de Ouro?
O escritor mórmon Marvin S. Hill diz:
"... existe a possibilidade de que as testemunhas tenham visto as placas apenas em visão ....
"Há depoimentos de vários entrevistadores independentes, todos não-mórmon, de que Martin Harris e David Whitmer disseram ter visto as placas apenas com seus "olhos espirituais" ....
"Isto é desmentido, entretanto, por declarações como a de David Whitmer no Saints Herald, em 1882:
" 'estas mãos tocaram as placas, estes olhos viram o anjo.'
"Mas ZH Gurley fez uma pergunta direta à Whitmer e obteve uma resposta não tão positiva.
" 'Você as tocou?' Sua resposta foi:
" 'Nós não tocamos nem seguramos as placas.' ..."William Smith disse que seu pai nunca viu as placas, exceto sob uma coberta. E Stephen Burnett cita Martin Harris dizendo que:
" 'as oito testemunhas nunca as viram ....' "
"No entanto, John Whitmer disse a Wilhelm Paulson ... que viu as placas quando elas não estavam cobertas, e que ele virou suas folhas (Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Winter, 1972, pp. 83-84).
Marvin Hill refere-se a uma carta escrita por Stephen Burnett. Este documento foi suprimido pela Igreja Mórmon até recentemente. Nesta carta, encontramos o seguinte:
"Ele disse que ergueu as placas repetidamente em uma caixa, com apenas uma toalha ou um lenço sobre elas, mas nunca as viu, apenas como teria visto uma cidade através de uma montanha". (Letter from Stephen Burnett to "Br Johnson," dated April 15, 1838, Joseph Smith papers, Letter book, April 20, 1837—February 9, 1843, pp. 64-66, typed copy).
Thomas Ford, que havia sido governador de Illinois, contou uma história que lança dúvidas sobre a existência das placas. Fawn Brodie cita essa história e, em seguida, faz esta declaração:
"Contudo, é difícil conciliar esta explicação com o fato de que essas testemunhas e, posteriormente, Emma e William Smith, enfatizaram o tamanho, peso e textura metálica das placas. Talvez Joseph construiu algum tipo de artifício improvisado." (No Man Knows My History, p. 80).
Conclusão
Essas são as três principais testemunhas do Livro de Mórmon.
Todas elas, de alguma maneira, romperam com a igreja que ajudaram a fundar, e mesmo aqueles que retornaram, o fizeram no fim da vida, e por motivos que não ficaram muito claros.
Fica a critério de cada um decidir se esses fatos invalidam ou não os seus testemunhos, e se esses são confíaveis.
IR PARA SUMÁRIO
em qualquer nação civilizada, o depoimento de familiares, dada a parcialidade, pode servir no máximo como informação a quem julga, mas nunca como testemunho oficial, vamos nos concentrar nas 3 testemunhas principais.
ResponderExcluirRESPOSTA:
Segundo a narração do Evangelho de São Lucas, João Baptista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel (ou Elizabete), prima de Maria, mãe de Jesus. Foi profeta e considerado pelos cristãos como o precursor do prometido Messias, Jesus Cristo. Baptizou muitos judeus, incluindo Jesus, no rio Jordão, e introduziu o baptismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adoptados pelo cristianismo.
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HISPORIA DE Oliver Cowdery e David Whitmer
RESPOSTA: Temos uma grande oportunidade para estudar a história Oficial e excercitar o harbitrio concedido por Deus.
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MARTIN HARRIS, "O INÍQUO"
RESPOSTAS:
64 Mas há alguns de vós que não crêem. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar.
65 E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido.
66 Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele.
67 Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?
68 Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.
69 E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.
70 Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo.
71 E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze. “João 6”
12 Pois não era um inimigo que me afrontava; então eu o teria suportado; nem era o que me odiava que se engrandecia contra mim, porque dele me teria escondido.
13 Mas eras tu, homem meu igual, meu guia e meu íntimo amigo.
14 Consultávamos juntos suavemente, e andávamos em companhia na casa de Deus. “Salmos 55”
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A todos os que lerem este artigo, quero deixar meus testemunho "Que sei que Deus vive, que Jesus Cristo é o nosso Salvador e organizou sua Igreja na terra, Deus fala aos homens nos dias atuais atraves de um profeta como fez no passado."
Algumas escrituras:
Tiago 1: "4 Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.
5 E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.
6 Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte.
7 Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. "
Tito 1:15 "Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados."
1 Timóteo 1: 05 "Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida."
Provérbios
6:19 A testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.
www.lds.org.br
www.fundacaoparaomelhor.com.br
Que bom que vc sabe... mas aqui a história é analisada, e não sua "sabedoria". Na verdade, você crê, mas usar a palavra "sei" para justificar a fé.... é no mínimo cômico.
ResponderExcluirE, novamente, se vc não prestou atenção neste blog, DO LADO ESQUERDO tem um link para o site oficial da igreja. Preste atenção!
Luis Alves
ResponderExcluirPare de escrever besteiras cara.
Esses tres homens são as rpincipais testemunhas desse Livro.
Martin Harris mudava mais de religião que de camisa.
Ele não tinha testemunho algum pois se tivesse não iria pra nenhuma Igreja e morreria sem negar o mormonismo.
Coisa que nem eu que apesar de não estar disposto a pertencer a nenhuma Igreja, digo que isso é uma farsa.
Olha as Testemunhas que Joseph arranjou.
O mormonismo é uma piada mas, de mau gosto.
"Hoje ao Profeta rendamos louvores..."¬¬
Contra fatos na há argumentos. "Olhos da fé!"essa é boa mesmo. E a questão das testemunhas serem praticamente todos "familiares" essa matou! Não tinha pensado nisso.
ResponderExcluirNão adianta,a igreja maquia muita coisa mesmo.
Bem,vamos continuar investigando
Investigando
ResponderExcluirIsso jamais é publicado na igreja. Assim como é falado que as 3 testemunhas jamais negaram o Livro de Mórmon.
Duas grandes mentiras!
Abs
Investigadora
ResponderExcluirVc sabe se Hiram Page era parente de Joseph Smith ou David Whitmer?
E ele era o que?
Se puder me responder agradeço.
Abs...
Júlio
ResponderExcluirEm 10 de novembro de 1825, Page casou-se com Catherine Whitmer, filha de Peter Whitmer Sr. e Mary Musselman.
O casal teve nove filhos: John, Elizabeth, Philander, Mary, Peter, Nancy, Hiram, Oliver, e Kate.
Em 09 de junho, foi ordenado professor na igreja e um dos primeiros do Quórum dos Doze.
Enquanto Page estava morando com a família Whitmer, em Fayette, Nova Iorque, Joseph Smith Jr., chegou em agosto de 1830 e descobriu ue Hiram estava usando uma "Pedra do Vidente" para receber revelações para a Igreja.
O único detalhe disponíveis sobre a pedra é que ela era preta.
As revelações eram sobre a organização e localização de Sião.
Oliver Cowdery e a família Whitmer (e provavelmente outros) acreditavam que as revelações que Page tinha recebido eram verdadeiras.
Em resposta, Joseph Smith recebeu uma revelação durante a conferência em Setembro desse ano, para que Oliver Cowdery fosse até Hiram e o convencesse de que suas revelações eram do diabo (Doutrina e Convênios 28:11).
Na conferência, houve muita discussão sobre o tema. Hiram concordou em descartar a pedra e as revelações que ele recebeu e juntar-se a Joseph Smith como o único revelador para a igreja.
Os membros presentes confirmaram, por unanimidade, com esta votação.
Mais tarde, a pedra foi moída até virar pó e as revelações que teriam sido recebidas por ele foram queimadas.
Muito obrigado pela informação.
ResponderExcluirVou colocar no meu blog que ele era cunhado de David.
Mais uma vez obrigado.
Joseph Smith disse em 16 de dezembro de 1838: “pessoas como Willian McLellin(seu irmão), John Witmer, David Witmer, Oliver Cowdery, e Martin Harris são maus demais para se mencionar; e gostaríamos de tê-los esquecido”.-História da Igreja, Vol 3, p232.
ResponderExcluirImpressionante!
Quanto amor não???